sexta-feira, 6 de abril de 2012

UFPR: 30 Horas com ponto eletrônico: negociação pelas costas da base

A adoção da jornada de 30 horas, acompanhada da implantação do controle eletrônico de ponto em toda a UFPR, é a proposta colocada para debate e votação na sessão do Conselho Universitário (COUN) do dia 6/12. Ela é resultado do trabalho de uma Comissão integrada por representantes da Reitoria e dos técnicos, formada ao final da greve deste ano, a qual entregou seu relatório por volta de 9/11 ao reitor Zaki Akel, e este agora encaminha a proposta de jornada/ponto ao COUN.

Nessa Comissão os TA foram representados pelo presidente do Sinditest, Wilson Messias, e pela ex-diretora de imprensa do sindicato, Carla Cobalchini, hoje presidente eleita do Sinditest, ainda não empossada.

Atentem, leitores, para a cronologia dos fatos. A greve dos TA foi encerrada em 26/09, e nas assembleias finais de greve, em meados de setembro, a proposta das 30 horas foi aprovada pela categoria, e também nomes de quase 10 servidores para integrar a Comissão para discutir essa proposta com a Reitoria. A Comissão paritária com a Reitoria foi instalada em 10/10, com presença apenas de Messias e Carla, tendo 30 dias para entregar seu relatório ao reitor, ou seja, por volta de 10/11.

Isto quer dizer que, pelo menos desde 10/11, há cerca de 3 semanas, tanto o presidente atual como a presidente eleita pela Chapa 2 já tinham conhecimento de que a proposta de 30 horas vinha acompanhada de implantação do ponto eletrônico.

Pergunta-se, caros leitores: desde 10/11 a diretoria atual do Sinditest chamou alguma assembleia geral para discutir essa proposta que irá a votação no COUN na próxima semana? Saiu algum mínimo informe no site do Sinditest? O grupo da Chapa 2 usou pelo menosseu site de campanha eleitoral para informar a base que lhe deu vitória para informar qual seria a proposta no COUN? Não, não e não.

Apenas ontem (29), à noite, é que o site da Chapa 2, em matéria assinada pelo (ex?)diretor do Sinditest Bernardo Pilotto, confirma qual a proposta que irá a debate no COUN de 6/12, e ali conclama a uma "mobilização" dos servidores para protestar contra o "oportunismo" da Reitoria em associar o ponto eletrônico à redução da jornada. Se assim é, por que a Chapa 2 não informou/alertou toda a base e procurou mobilizá-la DESDE 10/11 ? Se Messias e a Chapa 2 já sabiam há 3 semanas de qual seria a proposta, por que se calaram até agora?

Da parte de quem possuía informações, houve sonegação de levá-la até a categoria. Medo? Há aí uma mistura de hipocrisia, desprezo pela democracia e falta de transparência. Mais uma vez. Uma negociação com a Reitoria feita pelas costas da base. (Blog Na Luta)

LULA NÃO PERDOA FRUET


Do Goela de Ouro:

A um interlocutor paranaense, muito próximo, durante demorada conversa por telefone, o ex-presidente Lula revelou que jamais, sob hipótese alguma, vai subir no palanque para pedir votos para Gustavo Fruet na campanha para a eleição de Curitiba.

Lula disse que tem profunda mágoa de Fruet, guardada ainda da época das CPIs dos Correios e do Mensalão, quando o ex-deputado se empenhou em levantar dados contra o Governo do PT.

Não perdoa o fato de ter sido chamado de “ladrão” e pior, do filho dele, Fábio, também ter sido envolvido nos escândalos por Fruet.

Como é mesmo o nome daquele filme? “O passado sempre volta”. (Zé Beto)


Vagas ociosas em hospitais universitários chegam a 13%

Os 46 hospitais universitários federais do país ainda são subaproveitados, com 13% dos leitos vazios. A conclusão resulta do levantamento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que mostra que na última década 1,5 mil dos 11.488 leitos foram fechados por falta de verbas e de funcionários. Para a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), os leitos vazios somam 1.188. Segundo a associação, a maior parte dessas vagas ociosas está no atendimento de alta complexidade.

Há mais de uma década os hospitais universitários federais pedem mais recursos ao governo federal. Dois projetos pretendiam resolver o problema: um, com um aporte maior de verbas – o Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) – e outro com o estabelecimento de uma administração estatal única da rede, pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Apesar das iniciativas, os hospitais ainda sofrem com a falta de funcionários e de recursos financeiros.

Aporte

No ano passado, o governo federal destinou, por meio do Rehuf, R$ 5,5 bilhões para todos os 46 hospitais vinculados a 32 universidades federais. Porém, na maioria das instituições o valor foi usado apenas para sanar dívidas antigas. Além disso, quase um terço dos 70.373 funcionários que atuam nas instituições é terceirizado, o que equivale a quase 28 mil trabalhadores. Contudo, o Tribunal de Contas da União (TCU) alerta o MEC desde 2009 que esse tipo de contratação é ilegal.

Por isso, o governo federal fundou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. “A empresa deverá ser contratada pelos hospitais para administrar as redes e para contratar pessoal por meio de concurso público”, informa o presidente da Comissão de Hospitais Universitários da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Natalino Salgado Filho. No entanto, a empresa teve seu estatuto aprovado no fim do ano passado e ainda não saiu do papel.

De acordo com Salgado Filho, o grande gargalo é a falta de profissionais. Segundo ele, seria necessário um total de aproximadamente 100 mil funcionários – quase 30 mil a mais que o quadro atual – para reestruturar os leitos fechados. “Há anos os hospitais sofrem um processo de sucateamento. O Rehuf está aos poucos dando mais condições financeiras às instituições, mas ainda estamos sem funcionários”, diz. Segundo ele, as consequências atingem toda a população, já que os hospitais universitários atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 70% deles são de alta complexidade. “Sem funcionários não tem como atender os pacientes. Carecemos de políticas que coloquem esses 1,5 mil leitos novamente em operação”, enfatiza.

Hospital de Clínicas

A diretora do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Heda Amarante, que integra o comitê gestor do MEC sobre hospitais universitários, estima que faltam 600 funcionários para viabilizar a reabertura dos 150 leitos fechados na entidade. Segundo ela, há hoje mil servidores terceirizados e 2 mil concursados. “Se esses leitos fossem reabertos, estaríamos com todos os 550 em operação, o que poderia resultar no atendimento de mais mil pacientes por mês”, revela.

Administração centralizada deve ser solução

Na prática, a Empresa Bra­­­sileira de Serviços Hos­­pitalares (EBSERH) não começou a funcionar, mas já é tratada como uma possível solução para os problemas de falta de funcionários nos hospitais públicos federais. “Todas as instituições estão com grave carência de recursos humanos. Essa empresa do estado teria legitimidade para poder contratar mais funcionários via concurso público”, afirma o presidente da Comissão de Hospitais Universitários da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Natalino Sal­­gado Filho, que é reitor da Uni­­versidade Federal do Maranhão.

Ele explica que não se trata de uma terceirização. “É o poder público quem vai coordenar e o atendimento será 100% SUS”, completa. A expectativa é de que com a EBSERH gerindo as instituições o quadro funcional gradativamente seja reposto.

“A gente imagina que essa empresa poderá ser nossa esperança para não termos mais esse tipo de problema”, espera o diretor médico do hospital universitário vinculado à da Universidade Federal de Santa Catarina, Sérgio Duwe. De acordo com o MEC, cada instituição pode optar pela adesão ou não à empresa.

Sem saída

No entanto, como o Tri­­bunal de Contas da União considera ilegal a terceirização de serviços nessas instituições, Salgado Filho acredita que não há outra saída aos hospitais além de aceitar a administração pela empresa do governo federal. “Ou o hospital adere à ESBERH ou vai acabar fechando as portas por falta de mão de obra”, salienta.

Todavia, como a empresa ainda não está efetivamente funcionando, os diretores dos hospitais ainda aguardam que o governo federal possa realizar concurso público para suprir o déficit de servidores. “A gente sabe que o MEC não quer abrir concurso, mas enquanto não existir a empresa nós vamos lutar pelo concurso”, ressalta a diretora do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Heda Amarante. (GP)

Wikileaks revela sabotagem dos EUA contra o Brasil. Também um documento escrito por militares falando sobre a sabotagem(?) em Alcântara em 2002


Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.

O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.

Veto imperial

O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado
aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes
ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que
o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara
para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta
americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao
embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma
transferência de tecnologia espacial para o Brasil.

“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem
ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara,
contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias
de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.

Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais
explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o
projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de
salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo
dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.

Guinada na política externa


O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por
Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro
após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política
externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA.
Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos
constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil
cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir
nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição
de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o
tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.

Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto
norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para
foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa
Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e
o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa
Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente
financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade
colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico
brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com
capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o
lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não
destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o
Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial
historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de
independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente
naquelas em que mais desagradam as metrópoles.

Bomba! Bomba!

O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo
Wikileaks recentemente e que também revela intenções de veto e ações
contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma
torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho
de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto
Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com
simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os
mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja
tecnologia é guardada a 7 chaves.

A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de
espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que
haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a
ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de
Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de
Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi
firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial
desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro
poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações
do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do
livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas
autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em
atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército
Brasileiro”.

Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando
posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a
assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de
Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências
nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares
brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações,
mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do
TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o
desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está
ocorrendo.

Desarmamento unilateral

A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg,
obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento
unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear
soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles
Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz
contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e
tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum
projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma
bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de
vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os
telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA
querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad ,
presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse
levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas
nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião
pública mundial.

Intervencionismo crescente


O semanário também publica franca e reveladora declaração do
ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados,
nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para
que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou
na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui
no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes
potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do
mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente
é, digamos, de um candura formidável.

São conhecidas as sintonias entre a política externa da década
anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às
diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do
unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão
embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a
cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas
da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo
Wikileaks. (Pragmatismo)


Não dá para esquecer:


FOI UM ATENTADO?

A sabotagem do VLS-1




Ronaldo Schlichting e outros 1

A estratégia de guerra dos EUA autoriza “a realização de Operações Decisivas Rápidas (RDO), na área psicológica, econômica e cibernética”. Nesta, “admite invadir computadores inimigos para impedir o lançamento de mísseis e proteger interesses americanos”. (general Charles E. Wilhelm, do Centro de Informações para a Defesa, do Southcom) 2

Dados preliminares

1.1. TÉCNICOS

a. O combustível sólido do VLS-1

Sabemos que o nosso Veículo Lançador de Satélites, o VLS -1, antes de ser um lançador de satélites, é um míssil balístico, cujo propelente é sólido; o uso desse tipo de combustível sólido é, indiscutivelmente, a opção mais acertada, exatamente pelas suas características e pelos motivos abaixo descritos.

1) O propelente consiste de uma mistura de polibutadieno (o combustível), com perclorato de amônio (o oxidante); a essa mistura são acrescidos aditivos como alumínio em pó e óxido de ferro para elevar a temperatura de queima da mistura, e outros com finalidades específicas.

A essa mistura — depois de homogeneizada, mas ainda pastosa — é adicionado um catalisador, para, em seguida, ser derramada no vaso do motor, onde ela endurece lentamente, transformando seu estado pastoso em sólido, até tomar a consistência de uma borracha dura.

Essa mistura não deflagra nem detona quando submetida a choques normais. Ao fogo ela acende, queima, mas não explode, e nem sequer aquece quando submetida a microondas. Para que esse propelente venha a acender, é necessário que no seu interior se introduza um ignitor — este, acionado normalmente por uma espoleta detonada eletricamente — e o jato desse ignitor é que deflagra o propelente.

Esse propelente também pode, eventualmente, explodir, quando atingido por um projétil metálico, a velocidades muito altas, acima de 3.000 pés/segundo, como, por exemplo, o de um projétil disparado por um fuzil tipo Barrett .50 ou similar.


Figura esquemática dos componentes principais do motor do VLS-1

2) O motor: a figura esquemática — ver desenho acima — permite uma boa visualização do motor e de seus componentes principais.

Esse tipo de motor, e os dispositivos de ignição são praticamente os mesmos (ou muito semelhantes) em todos os mísseis propulsionados a combustível sólido, em todo os arsenais do mundo.

Para se ter uma idéia da segurança e universalidade desse tipo de motor, basta saber que o motor S-43 do nosso VLS é idêntico aos dois propulsores auxiliares do ônibus espacial americano. A diferença está apenas no tamanho. Os do VLS são carregados com 7 toneladas cada unidade e os do "space shutlle" com 500 toneladas de propelente sólido cada um.

Mesmo quando explodiram, os tanques de combustível líquido da nave Challenger em 1986, apesar da violência da detonação, nada sofreram, se desprenderam e continuaram voando aleatoriamente, mas sem explodir.

b. O uso universal desse tipo de míssil a propelente sólido

Existem nos arsenais do mundo inteiro, milhares de mísseis balísticos de emprego militar (e civil), do mesmo porte e até maiores do que o nosso VLS-1, dotados de motores iguais ou semelhantes ao nosso S-43, qua constituem o primeiro e o segundo estágio do nosso foguete. Praticamente todos eles usam como propelente esse "composite", (o mesmo combustível sólido a base de polibutadieno que descrevemos, com pequenas variações apenas nos aditivos), com os quais são abastecidos e que usam sistemas de ignição em tudo semelhantes ao que nós usamos.

Esses milhares de mísseis, depois de montados e testados pelos fabricantes, são entregues para as unidades de tropa (navais, de terra e de ar), e a partir daí são mantidos e operados por soldados, que embora treinados, não são altos especialistas e nem cientistas com 20 anos de experiência.

Esses foguetes são amplamente utilizados em campanhas militares, nos mais variados teatros de operação, quentes, frios, gelados, úmidos, chuvosos, etc. São também utilizados em campos de instrução, onde ficam cercados por militares com pouca habilitação (gente que fuma e usa telefone celular nas proximidades dos mísseis), que até serem disparados, ficam expostos ao sol, à chuva, à neve, ao frio e ao calor extremos, etc., são submetidos a vibrações de várias intensidades quando são transportados de lá para cá em caminhões (Sistema Astros e Patriot), em navios (o Exocet e o Tomahawk naval), em submarinos (mísseis Poseidon), em aviões (Piranha) e, mesmo assim, são depois disparados com total sucesso, e não se tem notícia de que tenha acontecido rigorosamente nenhuma "explosão" ou iniciação "intempestiva".

Por isso, podemos afirmar categoricamente que é ato grosseiro de contra-informação difundir que poderia ter havido uma "ignição espontânea", "descarga elétrica" e tudo o mais que já divulgaram, como "eletricidade estática" (e sabe-se lá o que ainda vão inventar) como causa "natural" para justificar a ignição intempestiva ("espontânea") que sacrificou 21 técnicos brasileiros.

O que pretendem aqueles que difundem tais mentiras? Obviamente desejam deixar implícito que a nossa opção por mísseis balísticos militares movidos a propelente sólido para colocar em órbitas baixas cargas úteis (satélites e outras) está errada e deve ser abandonada, e os militares devem ser afastados dessa atividade, alegando que eles nela já tiveram três fracassos.

Nada mais falso e nada mais caviloso!

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1.2. LANÇAMENTOS JÁ REALIZADOS COM SUCESSO NO BRASIL

O Brasil dispõe de dois Centros de Lançamento de veículos espaciais, ambos subordinados ao Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento do Comando da Aeronáutica: o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI)

O CLBI, situado no estado do Rio Grande do Norte, está operacional desde 1965, e possui completa infraestrutura para lançamentos de veículos de sondagem de pequeno porte. É utilizado, também, como estação de rastreamento de engenhos espaciais estrangeiros e seus satélites, e também dos veículos lançados do Centro de Lançamento de Alcântara.

O CLBI já realizou com inteiro sucesso mais de 400 lançamentos, desde os pequenos foguetes de sondagem meteorológica do tipo Lok i, até os veículos de alta performance da classe Castor-Lance de quatro estágios. Merecem referência especial os seguintes: Projeto Extranet, para estudos da atmosfera em altitudes de 30 a 60 Km, e o Projeto Ozônio, para estudar a camada de ozônio.

Este centro vem desenvolvendo também intensa cooperação com a Agência Espacial Européia (ESA), através da atividade de rastreamento do veículo Ariane, desde o seu vôo inaugural.

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)

Após cuidadosa e criteriosa análise e estudos, foi definida uma área na península de Alcântara (no Maranhão) para sediar um novo centro de lançamento.

Esta área apresenta alguns requisitos muito favoráveis, tais como baixa densidade populacional, excelentes condições de segurança e facilidade de acessos, tanto aéreo como marítimo, e — o mais importante — está situada exatamente a 2º 18' de latitude Sul do Equador, e a 44º 22' de longitude Oeste, às margens do Oceano Atlântico.

Esta excepcional posição, diríamos "quase divina", possibilita aproveitar- se ao máximo a rotação da Terra para impulsionar os lançamentos visando órbitas equatoriais, bem como apresenta também posição favorável para lançamentos polares.

Por conseguinte, sua localização privilegiada permite grande economia de combustível e/ou, como tal, o lançamento de satélites mais pesados com a mesma quantidade de combustível, e/ou performances muito superiores às características originais do veículo lançador.

O CLA já efetuou, com inteiro sucesso, mais de 250 lançamentos desde a sua ativação, o que comprova a sua excelente e invulgar capacidade operacional e a sua funcionalidad e, exceto quando lançou os três Veículos Lançadores de Satélites visando colocar essas cargas úteis em órbitas baixas, quando ocorreram três explosões mais do que suspeitas e até agora inexplicadas pelas autoridades responsáveis.

Comissões de investigação

2.1. A COMISSÃO DE INVESTIGAÇÃO NOMEADA PELO COMANDO DA AERONÁUTICA

Composta por militares e civis categorizados e de especiais qualificações técnicas e/ou profissionais do CTA e/ou IAE, a comissão de investigações nomeada certamente terá totais credenciais para realizar uma investigação inteiramente confiável e transparente.

O Ministro da Defesa, Emb. José Viegas Filho, anunciou a inclusão três integrantes da comunidade científica na comissão que investiga causas do acidente em Alcântara, além de um representante da família dos mortos.

"A determinação de abertura condução da investigação é atribuição indelegável do Ministério Defesa", avisou o ministro.

2.2. INQUÉRITO POLICIAL-MILITAR

Por força das exigências legais do CPMB (Código Penal Militar), também já está em curso um IPM (Inquérito Policial Militar), com conclusão prevista para, no máximo, 40 dias.

2.3. PARTICIPAÇÃO DE TÉCNICOS RUSSOS NAS INVESTIGAÇÕES

Não foi possível saber por iniciativa de quem, nem com a autorização de quem, nem quais foram critérios das escolhas, para a convocação rapidíssima de uma equipe seis técnicos em atividades aeroespaciais da Federação Russa que chegaram na manhã do dia 5 de setembro de 2003 ao Brasil.

Segundo se supõe, a iniciativa da indicação dessa equipe foi Agência Espacial Brasileira (AEB) teria a atuação diligente do Emb. Ronaldo Sardenberg.

É elementar que a presença elementos estranhos na cena de um crime, pode contaminar — deliberadamente ou não — com pseudos e/ou falsos indícios, todos os dados técnicos que os peritos policiais devem examinar. Por isso, é extremamente inconveniente e suspeita essa convocação de estrangeiros para realizar uma investigação que somente brasileiros devem ter a competência e o interesse em fazer com a devida transparência e sem omissões ou "soluções políticas" — no mínimo por respeito aos 21 brasileiros mortos.

Conclusões Preliminares

3.1. À vista desses breves dados, não é difícil entender algumas das razões do enorme interesse dos EUA e outros países pela utilização do CLA, autêntica "catapulta" para maximizar qualquer Sistema de Lançamentos de "cargas úteis"— civis e/militares — ao espaço exterior.

3.2. Por tudo isso — e principalmente por terem sido sacrificados brasileiros, heróis dessa saga de um povo que teima em traçar seu próprio destino — é que insistimos na participação da polícia federal e do Ministério Público Federal, em todos os inquéritos que já foram instaurados. E que a nenhum estrangeiro seja permitida a mínima interferência nessa questão chave e símbolo nossa soberania.

Curitiba, setembro de 2003


1 Ronaldo Schlichting, Administrador de Empresas, RG 676.306-PR;
Coronel Reformado do Exército Brasileiro Roberto Monteiro de Oliveira, Idt. 014198480-7 Min.Ex.;
Coronel Reformado do Exército Brasileiro Frederico Soares Castanho, Idt. 050934960-1 Min.Ex.;
Coronel Reformado do Exército Brasileiro Joaquim Carlos Guerreiro Maia, Idt 018669350-3 Min. Ex.;
Coronel Reformado do Exército Brasileiro José Camilo de Oliveira Vallada, Idt. 02 258 4250-9 Min. Ex.

2 "A nova guerra total" — Correio Braziliense - 22/07/02

Em tempo Comissão da Verdade empacada, e de Cachoeira e tsunamis de jogatinas a todo vapor, por onde será que anda o torturador "capitão" Guimarães?


O Ailton Guimarães Jorge, o famigerado "capitão" Guimarães, vira e mexe volta a frequentar o noticiário, sempre acusado de explorar jogos de azar. Os crimes por ele cometidos não são só os de contravenção, formação de quadrilha, assassinatos e fomentar a corrupção entre os poderes, crimes "comuns".

O Guimarães, tal qual o Brilhante Ulstra, ainda está vivo, não teve o mesmo destino nebuloso que tiveram o Fleury e o "Dr. Ney", também torturadores, sendo portanto um arquivo vivo. Ele é ainda o maior exemplo do banditismo gerado pelos órgãos de repressão da ditadura militar, mas que descambou do crime hediondo de torturar para o crime comum.

O hoje bicheiro famoso durante a ditadura foi um torturador a serviço da II seção (Inteligência) da PE da Vila Militar/Rio. Um pouco da história contada por Élio Gaspari sobre a fraude que foi o julgamento dele na Justiça Militar:

"A Ditadura Escancarada"

– Todos os indiciados disseram em juízo que o coronel do 1PM lhes extorquira as confissões. A maioria deles sustentou que, surrados, assinaram os papéis sem lê-los. Num procedimento inédito, os oficiais do Conselho de Justiça decidiram que o processo tramitaria em segredo. Durante o julgamento a promotoria jogou a toalha, e, em maio de 1979, os 21 acusados foram absolvidos. O caso voltou ao STM, cinco ministros recusaram-se a relatá-lo, e, por unanimidade, confirmou-se a absolvição. A sentença baseou-se num só argumento: ‘Tudo o que se apurou nestes autos, o foi, exclusivamente, através de confissões, declarações e depoimentos extrajudiciais, retratados e desmentidos posteriormente em juízo, sob a alegação de violências e ameaças praticadas durante o IPM”.

Ora, todos os IPMs instaurados contra os resistentes poderiam ser anulados pelos mesmíssimos motivos. Dois pesos, duas medidas.

A carreira militar do Capitão Guimarães, ficou, entretanto, comprometida. Nos quartéis, ele seria sempre visto como ovelha negra e tratado com má vontade. Então, pediu baixa e foi capitanear o jogo-do-bicho, conforme narra o Gaspari:

– Coube ao bicheiro Tio Patinhas consertar a vida de Ailton Guimarães Jorge. (...) O processo do contrabando ainda tramitava (...) quando ele se transferiu formalmente para a contravenção, levando a patente por apelido e diversos colegas como colaboradores. Começou como gerente do banqueiro Guto, sob cujo controle estavam quatro municípios fluminenses. Um dia três visitantes misteriosos tiraram Guto de casa e sumiram com ele. (...) Tio Patinhas passou-lhe a banca. Em três anos o Capitão Guimarães foi de tenente a general, sentando-se no conselho dos sete grandes do bicho, redigindo as atas das reuniões, delimitando as zonas dos pequenos banqueiros. Seu território estendeu-se de Niterói ao Espírito Santo. Seguindo a etiqueta de legitimação social de seus pares, apadrinhou a escola de samba Unidos de Vila Isabel e virou a maior autoridade do Carnaval, presidindo a liga das escolas do Rio de Janeiro. Rico e famoso, adquiriu uma aparência de árvore de Natal pelas cores de suas roupas e pelo ouro de seus cordões. Tornou-se um dos mais conhecidos comandantes da contravenção carioca. Do seu tempo da PE ficou-lhe o guarda-costas, um imenso ex-cabo que, como ele, começara no crime organizado da repressão política."

Hoje:

Operação Hurricane


Justiça condena 24 investigados na Operação Hurricane




Cachoeira ou tsunami?

Boa parte dos expoentes da oposição e da situação assustados .... para eles o Cachoeira é o cão .... o cara parece um polvo com seus tentáculos estendidos para todos lados .... a República jogada no bingo.... Brasília não dorme ....

 
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