terça-feira, 24 de agosto de 2010

Com o barco ameçando afundar o alto comando da campanha do Osmar tenta barrar o salve-se quem puder


O Requião, que até a pouco era visto como o principal protagonista das discórdias por suas relações a muito tempo tumultuadas em relação ao Pessuti e ao PT, pelo cansaço e o desgaste que ele mesmo tem provocado nos demais, acaba pela força dos seus votos se impor no comando político e operacional da campanha, o que para o Mário Pereira, seu antigo desafeto, como para o Pessuti, que é seu mais novo inimigo, como para a Gleisi, mulher de seu desafeto e sua adversária interna na disputa ao senado, significa a perda de espaços.

Este crescimento interno do grupo do Requião no comando da campanha se deve ao fato do Osmar estar desgostoso com a postura do Pessuti, que mais viaja do que participa da campanha, como em relação a Gleisi e seu partido, o PT, que segundo o candidato ao governo pelo PDT estes só estão preocupados com a eleição da Dilma e da candidata ao senado.

No domingo ocorreu uma reunião de emergência envolvendo o alto comando da campanha da Coligação e nela estiveram presentes o Osmar, o Requião,a Ana Amélia Filizola Cunha Pereira (RPC), o Paulo Bernardo, a Gleisi, o Maurício Requião, o Renato Adur, o Zeno Minuzzo, o Samek, o Piola e outras figuras com menor importância política.

A principal pauta da reunião foi discutir como se dará à reação a estagnação da campanha do Osmar, que a cada pesquisa em vez de boas notícias só resta o desespero e a insegurança causados pelo aumento da distância entre as intenções de voto deste em relação ao Beto, que caso continue a aumentar pode levar o tucano a vitória já no primeiro turno, pois a diferença favorável a este já é de 10%.

Quem comandou a reunião foi o Requião, cujo irmão hoje é o coordenador para a região metropolitana de Curitiba, que enquadrou o PT e as outras forças políticas até do seu próprio partido, tal qual o Pessuti, os questionando o do porque estes estarem fazendo corpo mole em relação a disputa ao governo.

Como estratégia foi tirada a decisão de ampliar o poder de fogo da campanha para a partir do início do próximo mês promover uma grande arrancada via a contratação de milhares de cabos eleitorais, já que hoje nestes partidos aliados na Coligação osmarista praticamente inexiste o papel da militância ideológica.
A tentativa de mobilização paga é um ato de desespero perante o caos em que se encontra a campanha, onde o salve-se quem puder já se faz presente, pois por todo o estado as deserções já ocorrem em massa, sendo que até o sobrinho do presidente do PMDB Waldyr Pugliesi, o prefeito de Arapongas Beto Pugliesi, já abandonou o barco, que afunda.

Puro sebastianismo

Outro ponto imoportante definido na reunião foi a programação dos comícios com a presença do Lula, que até o final da campanha deverá vir ao Paraná ao menos uma vez por semana. O Osmar disse:

“Ele me disse que tem três estados nos quais ganhar a eleição, para manter os projetos sociais, é questão de honra: Minas Gerais, Rio de Janeiro e o nosso Paraná. Isso me deixou muito feliz porque sei que ele cumpre a palavra”

Sem forças próprias e em uma Coligação desunida o Osmar espera que o Lula venha para o salvar.

CNT/SENSUS: DILMA VENCE NO PRIMEIRO TURNO


Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira mostra vitória da candidata Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno na disputa pela Presidência da República. A candidata do PT recebeu 46% das intenções de votos na pesquisa estimulada, contra 28,1% para José Serra (PSDB) e 8,1% para Marina Silva (PV). A petista somou 55,3% dos votos válidos.
A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os demais candidatos, incluindo Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), não atingiram 1% das intenções de votos. Os indecisos e votos nulos/brancos somam 16,8%.
Na pesquisa espontânea, em que a lista de candidatos não é apresentada aos eleitores, Dilma também aparece em primeiro lugar com 37,2% das intenções de votos. Ela é seguida por Serra, com 21,2% e Marina Silva, com 6%. Os demais candidatos também não somaram 1% dos votos.

Num eventual segundo turno, Dilma venceria com 52,9% contra 34% de Serra. Nulos, brancos e indecisos somariam 13,2%.

A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 20 e 22 de agosto, com duas mil entrevistas em 136 municípios. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 24.903/2010.

Fruet acelera ritmo de campanha e amplia apoio em todo o Estado

Faltando exatos 40 dias para as eleições, o candidato ao Senado Gustavo Fruet acelera o ritmo da campanha com participações em eventos na capital, região metropolitana e interior.

Nesta terça-feira (24) ele se reúne com líderes políticos, empresariais e comunitários em Maringá, onde também visita a Cocamar, uma das maiores cooperativas agrícolas do país.

Na noite de segunda-feira (23) Fruet participou de encontro com lideranças no restaurante Godines, em Curitiba, ao lado dos candidatos a deputado estadual Luis Felipe Braga Cortes e a federal Omar Sabbag. Logo depois, em Piraquara, reuniu-se com cerca de 400 pessoas, num encontro que contou com a participação do deputado federal Rubens Bueno.

Gustavo Fruet lembrou que reunir pessoas para falar de política está cada vez mais difícil, resultado do grau de descrença e desconfiança do eleitor diante de tantos escândalos que têm se registrado no país. No entanto, afirmou o candidato ao Senado, a eleição é uma oportunidade para se pensar no que se quer para o futuro do Estado.

“É impressionante como se banalizou a idéia da corrupção e como certos setores da sociedade deixaram de se indignar, como se tudo fosse normal e como se todos fossem iguais na vida pública. Agora é hora da população do Paraná decidir que tipo de político deseja”, completou.

Gustavo Fruet destacou que vivemos o início de um novo ciclo, onde se faz necessário eleger políticos com determinação e coragem para enfrentar as reformas que não foram feitas no Brasil, principalmente nos últimos sete anos.

“É o momento de elegermos pessoas com liderança e capacidade de diálogo para fazer a diferença. Vamos eleger o Beto Richa, que é jovem e já mostrou que tem capacidade e vontade e pode representar uma nova relação de forças e dialogo na política estadual”, relatou.

A professora Avanir Juraci Leguimani, presente em um dos eventos, disse que acompanha de longa data o trabalho de Gustavo Fruet pela televisão e que além do prazer de conhecê-lo pessoalmente já o escolheu como seu candidato ao senado.

O motorista Carlos de Lara disse que é um prazer poder votar e contribuir com a candidatura de Fruet. “Aqui em Piraquara ele será muito bem votado”, contou.

Para Gustavo Fruet o momento é de multiplicar a corrente. “Agora é importante que todos conversem com os familiares, amigos e conhecidos. Divulgando seus candidatos e pedindo o apoio. Lembrando que carreira política na esperteza pode até resultar numa vitória, mas não se sustenta diante de um cenário de transparência e de acompanhamento de uma sociedade cada vez mais critica”, afirmou.

Sakineh está morta


Sakineh Mohammadi Ashtiani, a iraniana de 43 anos, está morta, embora sua execução, seja pelo bárbaro apedrejamento, ou pelo “misericordioso” enforcamento, não tenha, ainda, sido levada a cabo pela teocracia iraniana.

Essa e muitas outras mulheres, muçulmanas, católicas, ou qualquer que seja a sua crença, não importa; como tanto faz suas etnias, morrem diariamente, cortadas pelo fio agudo da discriminação, pela ablação clitoriana, em quase tenra idade.

Até na horripilante lapidação elas estão em desvantagem, com as mãos enterradas, impedidas de proteger seus rostos, ao contrário dos homens.

A fêmea da espécie humana é a única tratada como inferior pelo sexo oposto, dominante. Podem variar as formas conforme a cultura, mas não a torpeza, a maldade cuja origem se esconde nas sombras da psicopatia “consuetudinária”, digamos.

Mas são as aparências que contam, e as culpas são então expiadas do Dia da Mulher, das Mães, dos Namorados, e, até – novidade da moderna marquetologia – Da Secretária. Nesse jogo de submissão, louvam-se as santas, as Virgens Marias, e, até, quem sabe, as Marias Madalenas, pois elas se submetem, apanham, têm seus rostos desfigurados com ácido em alguns países, e nada acontece com seus agressores.

Mas elas quase sempre recuam, retiram as queixas contra seus homens, mas não por pena, e sim porque se acostumaram a viver assim, nessa simbiose infernal.

Como sói ser, existem, sim, as poderosas, aquelas com quem ninguém se mete, seja porque souberam se agarrar à boia salvadora da política, da riqueza, de uma intelectualidade que, milagrosamente, pôde vir à tona em meio à aridez da indiferença hipócrita travestida de piedade, ou foram salvas depois que um cálculo político apontou um saldo positivo, ao final das contas.

Sakineh, Maria da Penha, a advogada Mércia, de um modo ou de outro, não conseguiram se despir do epíteto do sexo frágil, um sofisma, afinal.

Seus homens jamais as mereceram, a Igreja nunca as honrou como iguais aos homens. Ou complementares a eles – “contaria sunt complementa”. Como se pode desprezar e discriminar alguém que completa outrem, que gera uma vida sofrendo as dores do parto, enquanto o homem só goza?

Ao fim e ao cabo, a discriminação e a violência de gênero – onde se encaixa o estupro, mesmo entre casais, porquanto toda relação sexual não consentida o é, e não é justo obrigar uma mulher a engravidar, mesmo casada – se equiparam, no mínimo, ao racismo.

A lógica hitleriana que postulava uma “raça” superior, Ariana, é a mesma que faz com que mulheres ganhem menos, e ao mesmo tempo, sejam ridiculamente louvadas como a primeira mulher a tornar-se isso ou aquilo, assim como se costuma dizer, com um quê de falso assombro, sob o qual se esconde um viés racista, “Fulano(a) é o primeiro negro ou negra a ascender a determinada posição sócio-político-econômica.”

O que diria Hannah Arendt desse infindável statu quo? Qualquer coisa inteligente decerto, mas jamais ela se surpreenderia com a sua perpetuação.

P.S: Citando George Orwell, “A linguagem política é concebida para fazer mentiras soarem como verdades, assassinatos parecerem atos respeitáveis, e para dar a aparência de solidez ao vento puro”.

Novas elites


Nelson Motta

Os atiradores de elite são os melhores, não podem falhar.

A tropa de elite é formada pelos mais aptos e bem treinados.

A elite acadêmica é o motor do progresso cientifico e tecnológico, a artística produz as obras que constroem a cultura nacional, a política governa o país. Cada elite profissional vale pela excelência de seus integrantes.

Em qualquer lugar do mundo é uma honra, um objetivo de vida, estar entre os melhores no seu trabalho.

Mas, quando Lula fala, elite é sempre sinônimo de malvado e injusto, de inútil e explorador, de odiar os pobres e gostar de ver o povo passar fome. De maior inimiga da democracia.

Que elite é essa ? Não é a dos charutos e vinhos, das madames consumistas e filhos playboys, carros importados e amigos picaretas, dos coronéis rurais e urbanos, dos veteranos mamadores nas tetas do Estado.

Esta está com Lula, o obedece no Congresso, financia suas campanhas, apoia seus programas econômicos e sociais. Seria até indelicado reclamar.

As novas elites não nascem na academia, nem no empreendedorismo e nem no mercado produtivo.

Como os militares, nos tempos da ditadura, elas estão em toda parte, mas agora vêm dos sindicatos e da militância, são gestores, investidores com o capital alheio, novos poderosos com acesso a verbas e programas.

Elas não se baseiam em excelência ou competência profissionais, mas em fidelidade, ideologia e militância. Não é ilegal ou imoral ser dessa elite, só engorda.

Mas a novidade da elite lulo-popular não acabou com a velha elite sarno-patrimonialista, juntou-se a ela nos privilégios. Lula não se contenta em multiplicar os pães e os peixes, multiplica as elites. Em 2020 teremos acabado com a pobreza, basta Dilma vencer. Com tantas elites, daqui a pouco vai nos faltar povo e não teremos mais a quem culpar pelo Brasil ainda não ser, mas só estar próximo, da perfeição — como o nosso sistema de saúde pública, nossos aeroportos e estradas.

Os novos fumadores de charutos e bebedores de vinhos se juntam aos antigos inimigos e brindam à vitória do velho slogan de Zé Dirceu quando era líder estudantil. Ao povo no poder.

O mercado negro eleitoral


No último dia 10 de agosto o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília, jogou um balde de água fria na “festa democrática” brasileira. Falando à imprensa, ele afirmou que cerca de 20% dos votos no país são comprados, “e isso só das pessoas que admitiram a prática”. A declaração foi dada no lançamento da campanha Eleições Limpas, uma parceria da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conscientizar o eleitor a não vender o seu voto nas eleições de outubro.

Dados da organização não-governamental Transparência Brasil dão conta de que 8,3 milhões de eleitores receberam ofertas para venderem seus votos nas últimas eleições para presidente, governadores, deputados federais, estaduais ou distritais e senadores, realizadas há quatro anos, em 2006. É mais do que a soma de todos os votos depositados, ou melhor, digitados nos estados do Mato Grosso do Sul, Tocantins, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Amazonas e Distrito Federal. Isto, a rigor, tem um nome: fraude.

Mesmo supondo que, sufrágio após sufrágio, parte das ofertas de compra de votos é recusada pelos eleitores, o grande volume deste mercado negro da democracia representativa indica que ele pode, sim, alterar substancialmente o resultado das eleições no país. A Transparência Brasil é clara em seu relatório sobre a compra de votos em 2006: “É lícito especular que entre governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais e distritais, centenas tenham sido eleitos porque compraram votos”.

Ainda segundo a Transparência Brasil, o grupo que mais aceita negociar seus votos é etário, e não social: são os jovens em geral, e não a população mais pobre ou com baixo nível de educação, como supõe o senso comum.

O descaso com a Cultura no Paraná


Mais uma vez na véspera da eleição se reascende o debate sobre o investimento estatal em Cultura e por parte da Coligação governista ressurgem por parte destes que a compõem o arrazoado de propostas que nunca serão cumpridas caso os mesmos continuem no poder, o que espero que não aconteça, pois isto seria a continuidade da desconstrução do setor.

Durante o governo Requião/Pessuti, que hoje apóiam o Osmar, o investiu menos de 0,5% do seu orçamento na Secretaria de Cultura e às empresas públicas, entre elas a Copel e a Sanepar, não seguindo as diretrizes do Sistema Nacional de Cultura investiram pela Lei Rouanet todos os seus recursos nas atividades elitistas desenvolvidas pelo Museu Oscar Niemeyer. Do ponto de vista do Estado ter acesso às verbas federais pelo fato do governo estadual dirigido por Requião/Pessuti não ter consolidado o Conselho Estadual de Cultura e por falta deste não conseguir cumprir as diretrizes do Sistema Nacional de Cultura e também por não ter criado o Fundo Estadual de Cultura perdemos milhões em verbas do Ministério destinados ao Programa Federal dos ‘Pontos de Cultura’, etc..

A sociedade paranaense, que não aceita este descaso com a Cultura por parte dos atuais governantes, lançou esse manifesto:

MANIFESTO DA CULTURA 2010 PARANÁ

O Movimento Pró-Conselho Estadual de Cultura, artistas, produtores, trabalhadores, Movimentos Culturais e Sociais, Instituições, cidadãos e demais representantes da sociedade civil organizada vêm publicamente solicitar aos candidatos e candidatas ao Governo do Estado do Paraná e demais cargos eletivos a confirmação do compromisso pela CULTURA, com a seguinte PAUTA:

Criar e implementar a Lei Estadual de Cultura e o Plano Estadual de Cultura articulados aos planos setoriais das linguagens artísticas e áreas culturais, tendo como premissa a instituição do Sistema Estadual de Cultura cuja a base é o Fundo Estadual de Cultura, seguido pela implantação do Conselho Estadual de Cultura, ambos fomentados pelo Controle Social e pela realização periódica das Conferências Estaduais de Cultura.
E, consequentemente, reivindicar que a administração dos recursos e dos Equipamentos Públicos de Cultura do Estado do Paraná se torne cada vez mais eficiente e transparente.
Cientes do papel prioritário da Cultura na sociedade ficam registrados as solicitações por um compromisso público pelas urgentes reivindicações.

*Este documento foi assinado por mais de 200 entidades e personalidades ativas no mio cultural.

 
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