quarta-feira, 20 de março de 2013

Valter Pomar: 'Sobre as declarações do ministro Paulo Bernardo'

O ministro Paulo Bernardo, em entrevista concedida a jornal da grande imprensa, criticou a resoluĂ§Ă£o adotada pelo DiretĂ³rio Nacional do PT, acerca da democratizaĂ§Ă£o da comunicaĂ§Ă£o.

É direito do ministro fazer críticas ao PT, assim como é direito do PT criticar decisões do ministério encabeçado por Paulo Bernardo.

Mas hĂ¡ maneiras e maneiras de exercer os direitos recĂ­procos.

A entrevista do ministro tacha de "incompreensĂ­vel" a posiĂ§Ă£o do PT.

IncompreensĂ­vel, por qual motivo?

Em nossa opiniĂ£o, o ministro considera "incompreensĂ­vel" porque, em sua concepĂ§Ă£o das coisas, ele separa o que faz parte do mesmo universo.

NĂ£o Ă© mais possĂ­vel, no mundo da convergĂªncia digital, discutir democracia na mĂ­dia sem discutir as teles. 

Teles que oferecem um pĂ©ssimo serviço, mas serĂ£o beneficiadas com desonerações e isenções. 

Como sabemos, a reduĂ§Ă£o de impostos nĂ£o garante a desejada reduĂ§Ă£o dos preços cobrados.

O plano atual do Ministro das Comunicações nĂ£o assegura Banda Larga Universal e com Qualidade, tal como preconizado pela ConferĂªncia Nacional de ComunicaĂ§Ă£o. 

Para estender esse direito a todos os brasileiros, o melhor caminho nos parece ser o de recuperar e revitalizar a TelebrĂ¡s. 

Outro caminho, que parece preferido pelo ministro, Ă© apostar todas ou quase todas as fichas no setor privado.

Se coubesse adotar o termo “incompreensĂ­vel” utilizado pelo ministro, poderĂ­amos dizer que incompreensĂ­vel Ă© postergar para um futuro incerto o marco regulatĂ³rio. 

Ao declarar a O Estado de S. Paulo que “nĂ£o Ă© fĂ¡cil regular”, e ao reduzir a regulaĂ§Ă£o apenas Ă s questões de combate Ă  discriminaĂ§Ă£o e de estĂ­mulo Ă  diversidade regional, o ministro capitula a uma situaĂ§Ă£o de fato que sĂ³ beneficia o status quo.

Ou seja: beneficia as empresas que formam o oligopĂ³lio que controla a comunicaĂ§Ă£o de massa no Brasil.

Tema que Ă© fartamente abordado nas deliberações da ConferĂªncia Nacional de ComunicaĂ§Ă£o, nas reivindicações dos movimentos sociais e nas resoluções do Partido dos Trabalhadores.

Partido ao qual o ministro Paulo Bernardo Ă© filiado. 

O sistema de mĂ­dia brasileiro Ă© oligopolizado, altamente concentrado tanto verticalmente quanto horizontalmente, e totalmente voltado Ă  obtenĂ§Ă£o de lucros, em detrimento de suas funções sociais. 

Produz conteĂºdos de baixa qualidade, em desacordo atĂ© com as tĂ­midas determinações da ConstituiĂ§Ă£o Federal, e vem tomando partido contra a democratizaĂ§Ă£o da sociedade brasileira. 

Na Inglaterra a mĂ­dia estĂ¡ sendo novamente regulamentada. Por que Ă© que no Brasil nĂ£o pode, companheiro e ministro Paulo Bernardo?

DireĂ§Ă£o Nacional da ArticulaĂ§Ă£o de Esquerda

19 de março de 2013

Deputado Doutor Rosinha (PT) discorda de nome dado a rodovia pelo deputado André Vargas, seu colega de bancada


Assino embaixo. E faço meus os questionamentos da jornalista Eliane Brum: 'Uma homenagem pĂ³stuma ao homem acusado de grilar uma Ă¡rea quase equivalente Ă  soma dos territĂ³rios da BĂ©lgica e da Holanda, na Terra do Meio, no ParĂ¡? Um reconhecimento pĂºblico ao homem que se apossou de terras pĂºblicas, terras indĂ­genas e atĂ© de assentamentos do Incra?'

Em depoimento a ComissĂ£o da Verdade de SĂ£o Paulo o ex-preso polĂ­tico Ricardo Zaratini afirmou que os EUA monitoravam e dirigiam os Ă³rgĂ£os policiais de repressĂ£o e tortura no Brasil


 O ex-militante e ex-deputado federal Ricardo Zarattini (PT), afirmou hoje (19) que um membro da diplomacia norte-americana no Brasil, Richard Melton, o interrogou enquanto esteve preso no Departamento de Ordem PolĂ­tica e Social de Pernambuco (Dops-PE), na cidade do Recife, no ano de 1968.
“Eu afirmo com certeza que era ele. Me perguntou porque eu nĂ£o gostava dos Estados Unidos e mais nada”, disse o deputado em depoimento para a ComissĂ£o da Verdade do Estado de SĂ£o Paulo Rubens Paiva, na Assembleia Legislativa. Ele explicou que, Ă  Ă©poca, era preso polĂ­tico e membro do Partido Comunista Brasileiro RevolucionĂ¡rio (PCR), que se propunha a liderar um movimento trabalhista revolucionĂ¡rio no campo, na Zona da Mata canavieira de Pernambuco. “Tinha ele e outro americano, eu nĂ£o conhecia nenhum dos dois. Foi na sala do delegado Moacir Sales de AraĂºjo”. O delegado AraĂºjo era o diretor do Dops de Pernambuco.
Melton foi funcionĂ¡rio do consulado norte-americano em Recife no perĂ­odo entre 1967 e 1969 e seu reconhecimento por Zarattini se deu quando o norte-americano foi indicado ao cargo de embaixador do paĂ­s no Brasil pelo governo dos Estados Unidos, apĂ³s o tĂ©rmino do regime, no governo do presidente JosĂ© Sarney (1985-89). Melton se tornou embaixador em 1989. 

“O que me levou a procurar a comissĂ£o foi a publicaĂ§Ă£o, pelo Jornal do Brasil, Ă  Ă©poca, de um ofĂ­cio do MinistĂ©rio da Justiça ao Itamaraty, que afirmava que as apurações revelavam que Melton nunca haveria pisado no Dops”, explicou o Zarattini. Ele afirmou que espera que isso seja apurado, inclusive pela ComissĂ£o Nacional da Verdade. “Gostaria de encontrar mais informações sobre isso, para que haja investigaĂ§Ă£o junto ao MinistĂ©rio da Justiça e Ă  ComissĂ£o Nacional da Verdade.”

O deputado estadual e presidente da comissĂ£o, Adriano Diogo (PT), lembrou que, em 1989, o secretĂ¡rio-executivo do MinistĂ©rio da Justiça era JosĂ© Paulo Cavalcante Filho, que hoje integra a ComissĂ£o Nacional da Verdade. “Com isso fica mais fĂ¡cil de cruzar informações”, ponderou.

Multinacional da tortura

O coordenador da assessoria da ComissĂ£o Rubens Paiva e presidente do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, afirmou que a OperaĂ§Ă£o Condor, que delimitava ações conjuntas entre governos autoritĂ¡rios da AmĂ©rica do Sul, começou antes de da dĂ©cada de 1970, quando as ditaduras chilena e uruguaia (1973) e argentina (1976) foram deflagradas.
“A intervenĂ§Ă£o dos EUA nas ditaduras latino-americanas nĂ£o ganha apenas notoriedade pela coordenaĂ§Ă£o de ações. HĂ¡ muito mais que isso, ouvimos relatos de agentes da repressĂ£o brasileira que afirmavam que havia cursos, de em mĂ©dia dois anos de formaĂ§Ă£o, de prĂ¡tica de tortura.”
Ele afirmou que, antes da existĂªncia em si da operaĂ§Ă£o, os cursos abordavam tĂ©cnicas de espionagem e interrogatĂ³rios, que eram ministrados nos Destacamentos de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) do Rio de Janeiro e de SĂ£o Paulo. Segundo Seixas, os relatos confirmaram que, muitos dos tĂ©cnicos dos cursos, eram norte-americanos e sĂ³ falavam inglĂªs. “Antes de 1973 [ano dos golpes militares nestes paĂ­ses], alunos uruguaios e chilenos passaram por estes cursos, juntos com brasileiros.”
Ivan Seixas lembrou o carĂ¡ter da repressĂ£o no Brasil, que era colocada em prĂ¡tica atravĂ©s da violĂªncia institucionalizada. “A questĂ£o dos instrutores de tortura nĂ£o era variĂ¡vel, mas sim sistemĂ¡tica. Assim havia presença de 'professores' alemĂ£es, israelenses, ingleses. Era uma grande multinacional da tortura.” Ele destacou o carĂ¡ter da orientaĂ§Ă£o da polĂ­tica de Estado para a repressĂ£o. “NĂ£o existem porões da ditadura, mas sim uma polĂ­tica institucional da tortura. Era assim que mantinham o controle e o terror.”
“Os Estados Unidos afirmavam que havia um perigo de infiltraĂ§Ă£o comunista no Brasil em 1964. Isso Ă© mentira! E Ă© importante que todos, inclusive a juventude saibam disso, saibam o porquĂª destes tantos anos de ditadura”, disse Zarattini ao comentar uma matĂ©ria do jornal A Folha de S. Paulo no dia 17 de março de 1966, que trazia informações sobre a embaixada norte-americana no Brasil e os perigos da “infiltraĂ§Ă£o comunista” que esta via com o governo do presidente JoĂ£o Goulart (1961-64). O golpe ocorreu no dia 31 do mesmo mĂªs.

Um dos quinze

Zarattini foi um dos quinze presos polĂ­ticos trocados pelo embaixador norte-americano no Brasil Charles Burke Elbrick, sequestrado em 1969. Em 1968, apĂ³s o episĂ³dio com Melton no Dops de Pernambuco, foi preso no Quartel Dias Cardoso, tambĂ©m em Recife. Formado em engenharia, começou a ensinar matemĂ¡tica e portuguĂªs aos cabos e sargentos, que precisavam passar por provas de conhecimentos especĂ­ficos.
“Fiquei conhecido como o 'professor', e por isso fui taxado de subversivo”, contou. Ele foi levado para uma base da AeronĂ¡utica depois do episĂ³dio. “E aĂ­, meus amigos, era pau, pau de arara, choque”, contou. ApĂ³s fugir da prisĂ£o com a ajuda de dom Helder CĂ¢mara, ficou escondido no Convento das DorotĂ©ias, em Pernambuco, atĂ© voltar para SĂ£o Paulo, em 1969, onde foi preso novamente, na OperaĂ§Ă£o Bandeirantes (Oban), que se tornaria o Doi-Codi de SĂ£o Paulo. Foi levado preso para o Rio, de onde saiu apenas apĂ³s o sequestro de Elbrick.  (BA)

Faleceu o cantor EmĂ­lio Santiago



O cantor EmĂ­lio Santiago, 66 anos, morreu Ă s 6h30 desta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Samaritano, no bairro de Botafogo, devido a complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral). 
O cantor havia sido internado no hospital no dia 7 de março, com um quadro de AVC isquĂªmico.
O Ăºltimo disco de EmĂ­lio Santiago foi SĂ³ Danço Samba (Ao Vivo), lançado em 2012.
De advogado a cantor de MPB
EmĂ­lio Santiago nasceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de dezembro de 1946. Apesar de ser formado pela Faculdade Nacional de Direito, a mĂºsica sempre falou mais alto em sua vida. No inicio  foi influenciado por cantores como Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e AnĂ­sio Silva. Depois, deixou-se levar pela bossa nova e a voz e violĂ£o do Ă­cone JoĂ£o Gilberto.
Ainda na faculdade, começou a cantar em festivais e participou do programa de calouros A Grande Chance, apresentado por FlĂ¡vio Cavalcanti, que o levou a gravar o primeiro compacto: Transas de Amor. Em 1975, gravou seu primeiro disco, intitulado EmĂ­lio Santiago, que o levou a ser conhecido nacionalmente. Em 1982, venceu o festival MPB Shell, da TV Globo, cantando Pelo Amor de Deus.


 
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