sábado, 2 de julho de 2011

JOBIM: TRAVESTIDO DE SOLDADO SEGURA A COBRA E LEVA PAU!

“Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento”

Jobim


Depois de chutar o pau da barraca, acuado pela pressão dos petistas, Jobim volta atrás e diz que “alguns jornalistas” é que são “idiotas”

Criticado pela presidente Dilma Rousseff, o ministro Nelson Jobim (Defesa) poupou o governo ao explicar o teor de seu discurso, ou "monólogo", na homenagem pelos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Jobim, era a “alguns jornalistas” que ele se referia quando disse estar cercado de “idiotas”, em alusão a uma frase do escritor Nelson Rodrigues.

A declaração foi considerada "desastrosa" por auxiliares diretos de Dilma. "Ele criou um ambiente que não existia, sem a menor necessidade", disse um assessor. A própria presidente teria considerado "desnecessária" a observação de Jobim, que causou "perplexidade" no governo.

Na sexta-feira (1º), Jobim se encontrou com Dilma e com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. A presidente exigiu explicações públicas do ministro e deixou claro que o polêmico discurso pode ser interpretado como uma referência a representantes do governo.

Como a declaração gerou mal-estar no governo, Dilma também cobrou que o problema fosse resolvido às pressas, sem fogo amigo, evitando mais desgastes. Ao se despedir de Dilma, Jobim informou que se explicaria à tarde, provavelmente por nota, para dizer que foi “mal-entendido”.

Assim, já no começo da tarde de sexta, começou a “operação abafa” para blindar Jobim. Ideli se antecipou ao ministro e afirmou que “não há crise nenhuma” no relacionamento entre ele e o Planalto. “Está tudo tranquilo”, disse ela, ao ser indagada por jornalistas sobre o discurso. “Não foi nenhum recado para o governo.”

Segundo a ministra, a reunião — que durou mais de duas horas — tratou do sigilo de documentos e de outras questões. Ideli disse que a fala de Jobim foi abordado em "tom ameno" e que o ministro "deu a entender" que se explicaria publicamente sobre o caso.

Minutos depois, foi a vez de o ministro falar. "Não sabem ler", esbravejou, pontuando que se referia a "alguns jornalistas que escrevem para o esquecimento". Era uma nova referência — desta vez, disse ele, a um texto do escritor argentino Jorge Luiz Borges, segundo o qual quem escreve para a memória e para a história são os escritores.

“Estão querendo fazer intriga”, declarou Jobim, agregando que suas relações com Dilma "estão ótimas". De acordo com o ministro, Dilma afirmou a ele que "percebeu logo" que era uma citação que ele já havia feito anteriormente. Jobim acrescentou que, ao recebê-lo, Dilma teria brincado: "Ô, Nelson, estão querendo intrigar a gente?".

Jobim informou a presidenta ainda que ia procurar jornalistas para "esclarecer" o episódio e "encerrá-lo" de vez. "Estão procurando chifre em cabeça de burro", prosseguiu o ministro, que embarcou na tarde desta sexta-feira para Londres, onde participará com reuniões com o ministro da defesa inglês.

A avaliação de Jobim é de que suas declarações tiveram uma "amplitude demasiada". A assessores, Jobim reafirmou que sua declaração ganhou uma "amplitude além do que ele desejava". Já à imprensa, disse que está satisfeito com o governo e que não quer deixar o ministério. Avisou também que tem colaborado com o Planalto, inclusive para a articulação política — mas sobretudo para a aprovação de projetos como o que trata do acesso a documentos públicos e da criação da Comissão da Verdade, que estiveram na pauta da reunião.

A fala da discórdia

O epicentro da crise foi um trecho do discurso de Jobim no ato pró-FHC realizado na quinta-feira (30) no Senado. “Ele (Nelson Rodrigues) dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento.”

Para quem estava na homenagem, a suposta crítica a “alguns jornalistas” não foi a impressão deixada pela fala no momento em que Jobim a proferiu. "O que ele está querendo dizer?", indagou um petista. "Ele estava falando de nós", interpretou outro membro da base aliada ao governo.

A avaliação corrente foi a de que o ministro estava defendendo o governo tucano e atacando indiretamente a gestão Dilma. Tanto que, no começo de seu desastrado discurso da discórdia, Jobim avisou: deixaria "vazios" que FHC "compreenderia perfeitamente". A se aceitar que o ministro falava de jornalistas, ainda assim restam outros "vazios" na fala.

Os rasgados elogios a FHC (“você mostrou que relação de poder não se confunde com arrogância", “coube-lhe a construção de um processo político de tolerância, compreensão e criação") soaram como contrapontos a Dilma. “Só os inseguros são autoritários”, completou Jobim. Os autoritários seriam os tais jornalistas?

Jobim também disse que FHC “nunca levantou a voz para ninguém, nunca criou tensionamentos entre os que o assessoravam”, o que foi interpretado como comparação com Dilma, que tem fama de ser rígida com assessores. Segundo Jobim, foi apenas “uma constatação, a de que o Fernando tem um ótimo temperamento".

Militares acharam graça da hipótese de Jobim criticar o estilo de Dilma. Segundo eles, seria "o sujo falando do mal lavado", pois o ministro é que costuma desrespeitar assessores e abusar da má educação, mesmo publicamente. (Agências)

Texto de Serra, sem aval conjunto do PSDB, ataca ‘herança maldita’ do PT

Documento elaborado pelo ex-governador José Serra e apresentado por ele ao Conselho Político do PSDB, órgão partidário que o tucano preside, afirma que "a incompetência e o autoritarismo são as marcas" do governo de Dilma Rousseff, e ressuscita o termo "herança maldita". O termo era usado pelos petistas para atacar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas agora foi aplicado aos governos do PT. O texto divulgado na sexta-feira, 1º, no site do tucano não contou com o aval de todos os integrantes do conselho, entre eles o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, procurado, preferiu não se manifestar.

Sem o aval de todos à íntegra do texto, dirigentes tucanos disseram não reconhecer o documento como uma peça partidária, sobretudo constrangidos com o fato de a divulgação ter ocorrido menos de 24 horas após a homenagem aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na festa, vários petistas compareceram e foi novamente lembrada por FHC a carta enviada por Dilma a ele na qual a petista reconhece avanços ocorridos no País durante a gestão do tucano.

Serra levou o texto, de quase sete laudas, para a reunião do Conselho Política na quarta-feira à noite. Diante da ausência de Aécio Neves e da proximidade dos eventos de homenagem a FHC, os tucanos preferiram não dar publicidade ao texto.

"Como não houve tempo para fechar o consenso em torno do texto, não divulgamos. Para que fosse um documento do partido, era preciso que fosse de todos", afirmou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE). O texto não foi divulgado no site do PSDB.

Além de Serra, integram o Conselho Político do PSDB Fernando Henrique, Sérgio Guerra, Aécio Neves, e os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Goiás, Marconi Perillo.

Ação. De acordo com o texto preparado por Serra, o PSDB buscará mobilizar a sociedade brasileira" para superar o que qualifica de "período difícil". Os governos do PT, diz trecho do documento, deixaram para o País uma "herança maldita" centrada na "carga tributária mais alta do mundo em desenvolvimento, na maior taxa de juros reais do planeta e na taxa de câmbio megavalorizada". Tudo isso, segundo a análise divulgada no site de Serra, somado a uma das menores taxas de investimentos governamentais em todo o mundo.

Segundo a análise de conjuntura, nos mandatos de Lula, "graças ao seu talento de animador e à publicidade massiva, criou-se a impressão de que a era do crescimento dinâmico havia voltado para ficar". "Impressão, infelizmente, sem fundamento."

Assim, prossegue o texto divulgado ontem, formou-se um gargalo na infraestrutura, notadamente em energia, transportes urbanos, portos, aeroportos, estradas, ferrovias, hidrovias e navegação de cabotagem.

"Um gargalo que impõe custos pesados à atividade econômica e freia as pretensões de um desenvolvimento mais acelerado nos próximos anos."

O texto preparado por Serra citou ainda como parte da "herança maldita" petista carências nas áreas de saneamento, saúde e educação, a falta de planejamento e de capacidade executiva no aparato governamental, "dominado pelo loteamento político, pela impunidade, quando não premiação, dos que atentam contra a ética, e por duas predominâncias: do interesse político-partidário sobre o interesse público, e das ações publicitário-eleitorais sobre a gestão efetiva das atividades do governo".

2014 e Copa. No texto, Serra sugere ainda que não sejam "antecipadas as decisões sobre alianças e candidaturas em 2014" e pede unidade ao partido.

Sobre a Copa, alerta sobre a lentidão das obras. "Em vez de resolver os problemas, o atual governo optou pelo atropelo, tentando promover mudanças na legislação que transformarão as obras públicas em puros negócios privados." Ele previu que logo aparecerão escândalos. (AE)


Vaticano fecha 2010 com lucro de 9,8 milhões de euros

A Santa Sé voltou a lucrar depois de três anos no vermelho e fechou 2010 com lucro de 9,8 milhões de euros (R$ 22,17 milhões). O Estado da Cidade do Vaticano teve resultado positivo de 21 milhões de euros (R$ 47,5 milhões), informou neste sábado o Vaticano. Apesar dos bons resultados, as receitas com doações dos fiéis caíram 18%, somando cerca de R$ 105,55 milhões.

As receitas da Santa Sé em 2010 foram de 245,19 milhões de euros (R$ 554,57 milhões), enquanto as despesas foram de 235,34 milhões de euros (R$ 532,29 milhões), o que representa um lucro de 9,8 milhões de euros, segundo balanço apresentado hoje pelo cardeal Velasio de Paolis, presidente da Prefeitura de Assuntos Econômicos.

O balanço foi aprovado em reunião realizada nos dias 30 de junho e 1º de julho pelo Conselho de Cardeais para o estudo dos problemas administrativos e econômicos da Santa Sé, presido pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone.

Quanto aos resultados do Estado da Cidade do Vaticano, o cardeal De Paolis informou que as receitas foram de 255,89 milhões de euros, e as despesas chegaram a 234,84 milhões de euros, encerrando 2010 com lucro no valor de 21,04 milhões de euros.

Esses resultados se devem ao "bom ano" dos museus locais, que receberam maior número de visitas, "apesar da crise no setor turístico mundial", segundo nota oficial.

Entre os cardeais que participaram da reunião do conselho que aprovou o balanço financeiro estava dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.

O Vaticano publica relatório financeiro desde 1981. (EFE)

Com a máquina pública reorganizada, do ponto de vista fiscal saneada, dinheiro em caixa e total apoio político o governo Beto Richa decola

A moratória do governo estadual terminou e a gestão de Beto Richa começa a decolar. As licitações, que ficaram quase congeladas nos primeiros meses do ano, retornaram com força nas quatro últimas semanas. O corte nas despesas e a postergação de dívidas contribuíram para que o caixa ficasse positivo em valor recorde. Outro fator decisivo para a atual gestão é o apoio maciço da Assembleia Legislativa. Do ponto de vista da melhoria de gestão foram criadas duas supersecretarias estaduais, aprovada pelos deputados estaduais na semana passada pelo placar elástico de 38 votos a 6, quase uma unanimidade. Elas servirão para dar mais racionalidade e rapidez na execução dos programas de governo.

Sobre o controle dos gastos, o ritmo das compras públicas mostra bem como está o andamento do governo. Somando as quatro modalidades mais utilizadas (concorrência, convite, pregão eletrônico e pregão presencial), a gestão de Beto Richa fez 380 aquisições no período de 1.º de janeiro a 15 de junho. Foram exatamente 500 compras a menos do que o realizado no mesmo período de 2010. A queda brusca, de 57%, foi influenciada pelo ritmo acelerado típico dos anos eleitorais. Mas, comparando 2011 com 2009, também houve uma redução significativa, de 40%. Com estas economias o governo poderá priorizar o que é central para este governo, no caso a educação, a saúde e a infraestrutura.

Economia

Graças a uma profunda auditoria e análise dos gastos e custos, feita pela Secretaria da Fazenda irmanada com as demais Secretarias, o orçamneto ficou fortalecido por haver menos aquisições desnecessárias, pela revisão de contratos duvidosos e postergação de pagamentos duvidosos o governo do Paraná conseguiu economizar um valor recorde. Os dados apresentados referentes à 1.º de janeiro a 31 de maio deste ano, mostram que foi acumulado R$ 1,7 bilhão em caixa. No mesmo período de 2010, o governo tinha R$ 1,3 bilhão. As despesas necessárias não diminuí­­ram de um ano para outro e até cresceram 7,7%, mas os gastos estão sendo feitos no que é estratégico. Com a aplicação da devida política fiscal a arrecadação subiu mais, impactando positivamente no superávit. Por causa da eficiente ação do secretário Hauly as receitas aumentaram 10,2%, totalizando R$ 9,9 bilhões.

O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, na apresentação do balanço financeiro do estado do primeiro quadrimestre, havia reclamado da arrecadação entre os meses de janeiro e abril, mas ressaltou que as contas estavam “reequilibradas”, mas hoje ele comemora os resultados do saneamento do erário, que foi deixado arrebentado pelos antecessores Roberto Requião e Orlando Pessuti, ambos do PMDB.

Curitiba:14 bairros da capital perderam habitantes em 10 anos

Em dez anos, 14 bairros de Curitiba viram sua população encolher. Enquanto a capital paranaense teve um crescimento demográfico de 10% entre 2000 e 2010, esses bairros registraram perdas de habitantes entre 0,7% e 14,2%. Entre eles áreas nobres como Batel, Bigorrilho, Água Verde e Mercês. A maioria tem boa infraestrutura e imóveis valorizados, mas tem em comum uma população que envelhece, gera menos filhos e aos poucos é expulsa pelo avanço do comércio. O Prado Velho lidera a lista de endereços com maior perda populacional. Os dados, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam ainda que Curitiba segue expandindo em direção ao sul. No bairro Campo de Santana, por exemplo, o crescimento populacional quase quadruplicou em uma década – consequência principalmente da implantação de conjuntos habitacionais construídos pelo poder público.

Uma população que cresce 270% no Campo de Santana e diminui 14,2% no Prado Velho traz desafios em termos de políticas públicas e diferentes demandas. Nos bairros que crescem há demanda por mais escolas, enquanto nos mais antigos a busca é por equipamentos de lazer e maior atendimento em saúde, principalmente para a terceira idade.

O professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Francisco de Assis Mendonça observa que no extremo sul da capital ocorre o crescimento da população de baixa renda, com pouco investimento público. “Ali quase não tem serviços. O planejamento e acompanhamento do poder público é deficitário”, diz. Já nos bairros que perdem população existem ganhos aos moradores que ficam, afirma Mendonça. “Em geral há certa desconcentração, que é compensada pela proliferação de serviços que não existiam no passado.”

O supervisor de informações do Instituto de Pesquisa e Planej­­a­­mento Urbano de Curitiba (Ippuc), Lourival Peyerl, afirma que as novas áreas representam um maior desafio e que o poder público acompanha o fenômeno. “O município está se estruturando para levar todos os serviços que o restante da população já dispõe”, diz.

Os que ficam

O professor de Planejamento Urbano e Regional da UFPR Luís Henrique Cavalcanti Fragomeni verifica maior permanência de idosos nos bairros que perdem população. “Moradores antigos decidem permanecer, mas os fi­­lhos saem. Aquela estrutura já não os satisfaz.”

O Jardim Social, na região norte, por exemplo, é o bairro com maior porcentual de idosos proporcionalmente à população e o sexto em perda populacional. O professor cita ainda o aumento da área do comércio, congestionamentos, violência e degradação dos imóveis como outras causas para a saída de habitantes.

No outro extremo, o Gan­chinho, na região sul, tem o maior índice de jovens e é o quarto bairro em ganho populacional. As áreas que ganham população estão localizadas em locais pouco explorados, onde há programas habitacionais sociais e ocupações irregulares, diz Fragomeni. Para ele, a capital irá seguir expandindo para estas áreas, inclusive para a região metropolitana. “Hoje Curitiba muitas vezes é local de saída da população, que também está procurando pelos espaços metropolitanos.” (GP)

Demolição de prédio histórico motiva ação do MP contra prefeitura de SJP


O Ministério Público (MP) do Paraná entrou com uma ação civil pública, na última quinta-feira (30), por danos ao patrimônio histórico e cultural contra a prefeitura de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O motivo foi a demolição de um prédio de 135 anos, em 14 maio deste ano. O MP quer que o prédio seja reconstruído e que a prefeitura pague indenização em benefício do Fundo Estadual do Meio Ambiente.

O Casarão dos Passos Oliveira chegou a ser sede da prefeitura local. O imóvel foi construído no século 19 e era a única edificação da cidade que ainda tinha uma fachada com a arquitetura neoclássica italiana. No local, a prefeitura pretende construir o Paço Municipal para abrigar secretarias e órgãos municipais que atualmente estão acomodados em locais alugados. O município, que é dono do imóvel desde a década de 80, alega que obedeceu todas as normas legais e administrativas antes da demolição.

Histórico

Em agosto de 2010, o jornalista Antônio Bobrowec, morador de São José dos Pinhais, deu entrada em um pedido de tombamento do prédio. Segundo ele, no dia 17 de agosto, após o pedido de tombamento, uma equipe da prefeitura esteve no local e emitiu um relatório informando que o imóvel estava em bom estado de conservação. Em maio deste ano, na época da demolição, a prefeitura emitiu nota oficial desmentindo esse relatório.

De acordo com a prefeitura, o processo de tombamento foi indeferido pela Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria Municipal de Cultura em 24 de março e a parte requerente não recorreu da decisão junto ao órgão competente, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, em tempo hábil.

O MP informou que obteve liminar na 1.ª Vara Cível de São José dos Pinhais que determinava o pré-tombamento do prédio e proibia a demolição. Mas a prefeitura conseguiu suspender a liminar no Tribunal de Justiça em 9 de março de 2011 e demoliu o prédio em 14 de maio.

Segundo o secretário de Comunicação, Luiz Carlos da Rocha, a demolição foi feita porque o município entendeu que o casarão não tinha valor histórico. Comparando fotografias da casa (antigas e atuais) foi constatado que a versão original não existia mais, porque havia sido objeto de inúmeras reformas, que o descaracterizaram.

De acordo com a prefeitura, o restauro custaria R$ 1,36 milhão. (GP)

Chile: 100.000 estudantes e professores marcham por melhores condições de educação


Mais de 100.000 estudantes, professores, sindicalistas, etc. foram às ruas de Santiago para exigir melhoria na educação pública do Chile, num dos maiores protestos dos últimos 20 anos, que culminou com 13 detidos e violentos choques com a polícia.

O presidente Sebastián Piñera, recuando, se pronunciou sobre o assunto afirmando que a educação chilena não será melhorada com marchas e assegurou que anunciará uma proposta que cobrirá vários pontos pedidos pelo movimento.

“As manifestações são legítimas, mas a educação só será melhorada com trabalho, com estudo, com responsabilidade e com compromisso”, disse Piñera.

Os manifestantes se reuniram na Plaza Italia e seguiram até o Ministério da Educação e o Palácio Presidencial de La Moneda, em um movimento que começou de maneira pacífica mas que nas últimas horas descambou em atos de vandalismo e enfrentamentos com a polícia.

Os organizadores pediram a convocação de mais de 200.000 pessoas, enquanto que a imprensa local apontou para 100.000 presentes. As autoridades, no entanto, não forneceram um balanço oficial.

“Foi algo histórico, desde o retorno da democracia não se via algo assim”, disse Giorgio Jackson, um dos líderes estudantis. “Esperamos que as autoridades estejam à altura do desafio que representa, hoje em dia, recuperar um sistema público de educação. Até agora não vimos nenhum medida transformadora nesse sistema e, portanto, continuaremos pressionando”, disse Jackson.

Houve saque a uma loja de telefonia celular e uma tentativa de ocupar a embaixada do Brasil em Santiago, que fica em frente ao Ministério da Educação, no centro da cidade e ponto nevrálgico da marcha, onde um grupo de manifestantes agrediu a polícia com paus e pedras, tentando atravessar as barreiras de proteção.

Os policiais revidaram lançando bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’água contra os manifestantes.

Apesar dos problemas, a manifestação conseguiu uma grande representatividade. Participaram estudantes e professores de colégios e universidades públicas e privadas, que uniram sua voz para exigir um maior aporte fiscal à educação, que hoje alcança 4% do PIB, contra os 7% do recomendado pela Unesco.

Em várias partes do trajeto, a manifestação se assemelhou a uma grande festa popular, com centenas de manifestantes dançando ao som de tambores e trombetas. Houve ainda palhaços, pernas de pau e bonecos gigantes com a cara do presidente Sebastián Piñera e de vários outros políticos.

Durante a passeata foram levadas réplicas em cartolina dos tanques de jatos d’água com os quais a polícia dispersa os protestos e um caixão gigante que representava a morte do sistema educacional chileno, cujo modelo foi implementado durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Segundo o ministro da Educação, Joaquín Lavín, ele mesmo poderia ter ido à marcha, se ela fosse sobre a educação, “mas hoje temos um tema muito mais ideológico”, disse o funcionário.

O Chile registra 3,5 milhões de estudantes do primário ao ensino médio e um milhão na educação superior.

O conflito se arrasta por mais de três semanas, com mais de 200 colégios e 30 universidades ocupadas pelos alunos.

Grécia entra em greve geral!

Uma grande mobilização nacional, que começou ontem com uma greve de 48 horas, continua hoje, no segundo dia de greve, com as forças do movimento de classe liderando.

As bandeiras da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) balançaram nos locais de trabalho, empresas, construções, portos, instituições públicas. Milhares de trabalhadores responderam ao chamado militante da PAME. A greve obteve sucesso! Autônomos, pobres fazendeiros, pensionistas, imigrantes e estudantes também estiveram lá.

Duras batalhas aconteceram nos portões das fábricas e nas rampas dos navios com o intuito de montar piquetes de greve e fazer o capital sentir o poder da classe trabalhadora onde dói mais, como aconteceu ontem, quando centenas de milhares aderiram à greve.

Durante as dezenas de manifestações nas ruas e praças, ao longo do país milhares de protestantes votaram, unanimemente, contra as medidas.

A classe trabalhadora rejeita as novas medidas que vão contra a população, recusa se tornar escrava da plutocracia.

Devemos notar que essas novas medidas reduzem os salários e pensões, aumentam a idade de aposentadoria e a taxação indireta de 13% para 23%, dão um golpe na segurança social e aumentam o tempo de trabalho diário não pago, estabelecem, particularmente, menores salários para os jovens, abolem os acordos coletivos trabalhistas, estabelecem os contratos temporários que resultam em demissões sem compensação, reduzem os benefícios “sociais”, etc.

Em adição, elas privatizam companhias, terras, serviços de distribuição de água, portos, aeroportos, etc, que foram ganhos pelo estado com o intuito de trazer dinheiro para os fundos estatais e pagar o débito, como eles dizem. Não obstante, o motivo é que eles querem entregar novos setores da economia para os capitalistas para que eles invistam seus lucros acumulados.

Os trabalhadores e a massa popular ignoraram as intimidações e participaram das manifestações de greve que aconteceram ontem de manhã, assim como das dezenas de manifestações que aconteceram ontem à tarde. Hoje eles continuam suas lutas, que é um legado significativo para novas lutas, para a escalada da luta.

A vasta maioria dos protestantes que participaram das manifestações de greve, que aconteceram em 65 cidades do país, se apresentou com as bandeiras da PAME e não com as bandeiras dos chamados “cidadãos indignados” ou dos líderes dos sindicatos amarelos do GSEE-ADEDY.

O Secretariado Executivo da PAME saudou as centenas de milhares de grevistas que lutaram, decisivamente, pela greve.

Na tarde do primeiro dia da greve a PAME organizou uma manifestação massiva no centro de Atenas, que se estendeu até o Parlamento. As fortes linhas de piquete da manifestação preveniram provocações de pequenos grupos que tinham o intuito de dissolver a atividade.

Mesmo com centenas de milhares de grevistas que lutaram dinamicamente pela greve, mesmo com ruas e praças lotadas pelos manifestantes, as redes internacionais de TV mostraram as atividades dos provocadores, como se isso fosse o objetivo principal na Grécia, e mal dispensaram alguns segundos para a greve. Isso é, alegadamente, o objetivo da informação! Isso tem a ver com uma operação massiva de distorção da realidade na Grécia, que tem a intenção de esconder a resistência, a luta e as demandas de centenas de milhares de trabalhadores.

O Escritório de Imprensa do CC do KKE apontou em seu documento: “quase que acidentalmenteos vários grupos de pessoas encapuzadas apareceram, com os motins das forças policiais, durante as manifestações de greve. Esse fato é mais uma evidência que possibilita que as pessoas vejam que o movimento do sistema e seus mecanismos repressivos estão com medo do movimento nas fábricas e empresas, o movimento da classe trabalhadora que dá uma perspectiva às pessoas.

O movimento de classe sabe como lutar e se proteger dos provocadores. As lutas continuam.

Além disso, o Secretariado Executivo denunciou os jogos da gestão de algumas dezenas de indivíduos encapuzados com os motins das forças policiais porque eles insistiam em caluniar as lutas dos trabalhadores, intimidar o povo trabalhador e a juventude e evitar suas participações nas manifestações de greve. A PAME chamou os trabalhadores a desafiá-los e dar uma resposta organizada à ação provocativa desses mecanismos através de sua participação de massa nas manifestações.

Em uma entrevista dada ao canal de TV MEGA, no dia 28 de junho, Aleka Papariga, SG do CC do KKE, sublinhou que a atividade dos indivíduos encapuzados “beneficia o governo também” e adicionou “existem muitos núcleos dentro e fora do governo a cada momento, ou outros criados por mecanismos relativos que usam esses incidentes, ou até mesmo os cria”.

Falando sobre a possibilidade de bancarrota caso o Parlamento não adote as medidas governamentais que vão contra a população, a SG do CC do KKE disse:

“Bancarrota é um fato. Talvez agora eles concordem com as condições ou a distribuição de possíveis perdas entre os credores”. Aleka Papariga chamou as pessoas para que lutem pela saída do país da União Européia e pelas mudanças radicais paralelas na sociedade e na economia.

Segundo dia de greve

No segundo dia de greve a PAME, junto ao PASEVE (Manifestação Nacional Antimonopólio dos Autônomos e Pequenos Comerciantes), ao PASY (Manifestação de todos os Fazendeiros Militantes), ao MAS (Frente Militante de Estudantes) e ao OGE (Federação Grega de Mulheres) organizaram manifestações massivas de greve em 65 grandes cidades do país.

Em Atenas, a manifestação aconteceu na praça Omonoia.

Uma delegação do CC do KKE, liderada por Aleka Papariga, participou da manifestação. Em seguida, acompanhou a marcha nas ruas da cidade que acabou na praça Omonia, onde os manifestantes ficaram até a votação do pacote das novas medidas contra a população que foram adotadas nesta tarde pela maioria parlamentar do PASOK, com 155 votos.

O grupo parlamentar do KKE votou contra as medidas num todo e encabeçou a manifestação da PAME, onde Aleka Papariga expressou uma saudação ressaltando a necessidade de continuar a luta pelo definhamento das escolhas contra a população do governo, o definhamento do capital e da UE.

Morre aos 81 anos o ex-presidente Itamar Franco

Morreu, neste sábado (2), aos 81 anos, o senador e ex-presidente da República Itamar Franco. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e desde o dia 21 de maio e fazia tratamento contra a leucemia.

No dia 27, foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital após contrair uma pneumonia grave. Em um boletim médico divulgado naquela ocasião, o Albert Einstein havia informado que o ex-presidente apresentara uma “ótima resposta” ao primeiro ciclo de quimioterapia.

O senador, eleito no ano passado pelo PPS de Minas Gerais, foi internado em maio com sintomas de gripe forte e sinusite. Após exames de rotina, o câncer foi diagnosticado “bem no seu início”, segundo o hospital.

Itamar, que era vice de Fernando Collor e assumiu a presidência em 1992, após a saída do titular, governou o país até 1994. Foi durante sua administração que se concebeu o Plano Real, que estabilizou a economia, controlou a inflação e lançou uma nova moeda para o país, o Real.

Também em sua gestão, no ano de 1993, foi realizado um plebiscito sobre a forma de governo adotada pelo Brasil. Na votação, prevaleceu o presidencialismo.

Antes de chegar ao Palácio do Planalto, Itamar havia sido senador por Minas Gerais por três mandatos. Além disso, governou o Estado entre 1999 e 2003.

Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), foi nomeado embaixador do Brasil em Roma.

O senador, formado em engenharia civil, iniciou a carreira política em 1958, quando se filiou ao PTB. Itamar nasceu em Juiz de Fora (MG) no dia 28 de junho de 1930.

Para se tratar da leucemia, ele havia pedido licença de suas atividades parlamentares.

Vida pública

Itamar entrou na política em meados dos anos 50 nas fileiras do PTB. Foi candidato a vereador de Juiz de Fora em 1958 e a vice-prefeito dessa cidade em 1962, não obtendo sucesso em ambas as ocasiões.

Com o advento do regime ditatorial no país em 1964, e a subsequente instalação no país do bipartidarismo, Itamar se filia ao MDB, e se candidatando a prefeitura de sua cidade nas eleições seguintes, obtendo sucesso. Foi prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971. Em novembro de 1972, Itamar é eleito prefeito de Juiz de Fora pela segunda vez. Em 1974, ele renunciou ao cargo de prefeito para concorrer, com sucesso, ao Senado Federal como representante de Minas Gerais.

Eleito senador, rapidamente, ele ganhou influência no MDB, o partido de oposição ao regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985, sendo eleito vice-líder do MDB e, portanto, da oposição, por duas vezes, em 1976 e em 1977.

No início da década de 1980, o pluripartidarismo é restabelecido no país, e Itamar se filia então ao PMDB (sucessor do MDB). Em 1982 Itamar é reeleito senador na chapa de Tancredo Neves, eleito governador de Minas Gerais.

Durante seu mandato, Itamar foi um ativo defensor da campanha das Diretas já!. Com a não aprovação da Emenda Dante de Oliveira, uma eleição presidencial indireta teve que ser feita. No Colégio Eleitoral reunido para a eleição presidencial, Itamar votou no candidato oposicionista Tancredo Neves.

Querendo ser candidato ao governo do estado de Minas Gerais, e encontrando resistências ao seu nome dentro do PMDB, Itamar deixa a legenda e se filia ao PL sendo então candidato, em 1986, ao governo estadual mineiro por essa legenda, porém não obtém sucesso e é derrotado justamente pelo candidato do PMDB, Newton Cardoso por uma diferença de 1% dos votos. Com a derrota, Itamar volta ao Senado para terminar o seu mandato que iria até 1990.

Constituinte

Voltando à atividade parlamentar, Itamar participou dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, iniciados em 1º de fevereiro de 1987.

Líder do PL no Senado, nas principais votações da Constituinte, foi a favor: do rompimento das relações do Brasil com países que desenvolvessem uma política de discriminação racial; do estabelecimento do Mandado de Segurança Coletivo; da remuneração de 50% superior para o trabalho extra; da jornada semanal de 40 horas; do turno ininterrupto de seis horas; do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço; da unicidade sindical; da soberania popular; da nacionalização do subsolo; da estatização do sistema financeiro; de uma limitação do pagamento dos encargos da dívida externa; e da criação de um fundo de apoio à reforma agrária.

 
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