domingo, julho 17, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
Rio Iguaçu
Com quase 191 milhões de habitantes, distribuĂdos irregularmente por sua grande extensĂ£o territorial, o Brasil jĂ¡ sente a ameaça da falta de Ă¡gua potĂ¡vel nas regiões com maior populaĂ§Ă£o e com maior nĂvel de industrializaĂ§Ă£o. O que parecia improvĂ¡vel por aqui atĂ© algumas dĂ©cadas atrĂ¡s, diante da oferta abundante de recursos hĂdricos, se tornou um problema que requer investimentos cada vez mais altos e mudanças urgentes de comportamento. AlĂ©m dos rios, alvos fĂ¡ceis da contaminaĂ§Ă£o industrial e domĂ©stica, tambĂ©m os lenĂ§Ă³is subterrĂ¢neos sentem os efeitos dos recorrentes crimes ambientais e exigem medidas para garantir Ă¡gua boa para as prĂ³ximas gerações. No ParanĂ¡, de acordo com o MinistĂ©rio PĂºblico (MP), uma grave situaĂ§Ă£o Ă© registrada na RegiĂ£o Metropolitana de Curitiba (RMC), onde praticamente todos os rios estĂ£o poluĂdos. ‘‘A situaĂ§Ă£o chegou ao pior que podia’’, denuncia o promotor titular de Meio Ambiente da Capital, Edson Luiz Peters. Para ele, uma esperança Ă© a PolĂtica Nacional de Saneamento Ambiental, que tem obrigado os municĂpios a desenvolver planos de saneamento, drenagem (para prevenir enchentes) e gestĂ£o de resĂduos. ‘‘A nova legislaĂ§Ă£o estĂ¡ criando um movimento de maior atenĂ§Ă£o aos rios urbanos, o que Ă© um avanço. Mas por outro lado, no meio rural, assistimos a um retrocesso com a reforma do CĂ³digo Florestal, que prevĂª a diminuiĂ§Ă£o da faixa ocupada pelas matas ciliares, uma proteĂ§Ă£o para os rios.’’ Segundo Peters, os maiores problemas de contaminaĂ§Ă£o dos mananciais que banham as cidades sĂ£o causados pela falta de rede adequada de transporte de esgoto e de estações de tratamento destes resĂduos, alĂ©m do lançamento de lixo nos rios. ‘‘Como consequĂªncia, a qualidade da Ă¡gua que pode servir para abastecer a populaĂ§Ă£o Ă© cada vez menor’’, argumenta. O promotor lembra que a soluĂ§Ă£o nĂ£o se resume Ă despoluiĂ§Ă£o dos rios, mas passa por uma polĂtica de desenvolvimento urbano que distribua melhor a populaĂ§Ă£o e por investimentos pĂºblicos em saneamento e educaĂ§Ă£o ambiental. ‘‘A cada R$ 1,00 investido em saneamento bĂ¡sico, R$ 5,00 sĂ£o economizados na saĂºde pĂºblica’’, argumenta. Para evitar que os problemas se agravem, o MinistĂ©rio PĂºblico do ParanĂ¡ estĂ¡ implantando promotorias de gestĂ£o ambiental por bacias hidrogrĂ¡ficas, criando um modelo territorial de gestĂ£o e planejamento. ‘‘A ideia Ă© que passe a ser feita a contabilidade da Ă¡gua, determinando o que pode sair de Ă¡gua limpa de um lado e entrar de efluentes de outro. Cada bacia tambĂ©m passarĂ¡ a ter um fundo para despoluiĂ§Ă£o’’, explica o promotor. SituaĂ§Ă£o preocupante O gerente da Unidade de Serviço de Hidrogeologia da Companhia de Saneamento do ParanĂ¡ (Sanepar), JoĂ£o HorĂ¡cio Pereira, afirma que o ParanĂ¡ encontra-se em situaĂ§Ă£o privilegiada em relaĂ§Ă£o a outros estados. PorĂ©m, admite que Ă© preocupante a poluiĂ§Ă£o dos mananciais localizados em centros como a RegiĂ£o Metropolitana de Curitiba (RMC), Londrina, MaringĂ¡, Ponta Grossa e Cascavel. O gerente da Sanepar, por outro lado, destaca que os trabalhos desenvolvidos por meio do Programa de Coleta e Tratamento de Esgoto tem diminuĂdo a contaminaĂ§Ă£o. (Bonde)