quinta-feira, 4 de novembro de 2010

População brasileira é de 185,7 milhões, diz Censo 2010





Os dados iniciais do Censo 2010, publicados nesta quinta-feira no "Diário Oficial da União", mostram que a população brasileira é de 185.712.713 de pessoas. A data de referência do levantamento é 1º de agosto de 2010.

Comparado com o Censo 2000, que registrou 169.590.693 de habitantes, o crescimento é de 9,5%. No entanto, o número registrou queda em comparação com as estimativas de população do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizadas anualmente, que levam em conta taxas de natalidade, mortalidade e migração.

Em 2009, a estimativa era de que a população brasileira fosse de 191.480.630 de habitantes --o que representa uma queda de 3% no Censo 2010.

Na igualdade de gênero, Brasil perde para 79 países



A discriminação contra a mulher é capaz de provocar reviravoltas na avaliação do desenvolvimento humano, mostra o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), incluído no relatório divulgado pelo Pnud.

Apesar de ter mais mulheres (48,8%) do que homens (46,3%) adultos com o secundário completo, o Brasil perde 63% do seu IDH geral devido ao mau desempenho em mortalidade materna, incidência de gravidez na adolescência e participação feminina no Legislativo e no mercado de trabalho.

A perda é maior do que a média mundial (56%).

No ranking do IDG, o país está em 80º lugar entre 138 países, lista liderada por Holanda e Dinamarca. Fica atrás de seis vizinhos latino-americanos, entre eles Cuba, Costa Rica e Chile. O Iêmen é o país com o pior IDG.

Africanos e árabes em geral tem mau desempenho no índice _a Arábia Saudita perde 76%. A Argélia, no entanto, tem perda um pouco menor do que a brasileira --59%.

Cesta básica fica mais cara em 16 de 17 capitais em outubro, diz Dieese


O preço da cesta básica, em outubro, subiu em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mantendo a tendência de alta verificada no mês anterior. O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (4).

O aumento foi superior a 5% em quatro cidades: Curitiba (5,78%), Goiânia (5,64%), Belo Horizonte
(5,50%) e São Paulo (5,27%). Somente em Aracaju, a cesta básica ficou mais barata em outubro, na comparação com setembro (-0,67%).

Quanto ao maior custo da cesta básica em outubro, São Paulo apresentou o maior preço, R$ 253,79, ainda que não tenha registrado a maior variação. Em seguida, aparecem Porto Alegre, onde a cesta custava R$ 247,21 em outubro, e Curitiba, cujo preço era de R$ 231,96 no período. As cestas mais baratas puderam ser encontradas em Aracaju (R$ 172,04), João Pessoa (R$ 186,34) e Fortaleza (R$ 193,38).

No ano

No acumulado no ano, os preços acumulam aumentos em todas as capitais pesquisadas. Segundo o Dieese, as maiores variações foram verificadas em Goiânia (20,45%), Recife (14,10%),
Salvador (12,03%), além de São Paulo (11,22%) e Curitiba (9,49%). Em 12 meses, somente Porto Alegre teve variação acumulada negativa, de -0,43%.

Alimentos mais caros

O feijão ficou mais caro em todas as regiões em outubro, com destaque para Fortaleza (38,12%), Belo Horizonte (37,12%), São Paulo (35,89%), Belém (32,32%) e João Pessoa (30,68%). O Dieese diz que a prolongada seca provocou o atraso no plantio da safra das águas e a falta de estoques do produto foram os causadores da alta dos preços.

Produto de maior peso no custo da cesta alimentar, o preço da carne aumentou em 16 capitais, principalmente em Florianópolis (8,05%), Rio de Janeiro (6,34%), São Paulo (4,56%) e Belém
(4,53%). "O aumento da demanda externa e a seca reduziram o plantel do gado bovino, tendo como efeito a alta do produto", afirma a pesquisa, por meio de nota.

O óleo de soja ficou mais caro em 14 cidades em outubro, com as maiores taxas verificadas em Goiânia (6,33%), Curitiba (5,54%) e Natal (4,98%). O Dieese atribui o resultado aos estoques reduzidos e à quebra de safra pela seca em vários países provocaram o movimento de alta de preços.

O açúcar, que também tem forte peso na cesta, encareceu em 14 capitais. A alta foi puxada por Belo Horizonte (25%), Goiânia (17,45%) e Vitória (14,67%). Aumento nas exportações justificam as altas, segundo o levantamento.

O leite ficou mais caro em 12 capitais, como em Natal (5,56%), Rio de Janeiro (4,33%) e Belo Horizonte (2,07%, devido à seca das pastagens, e o preço do pão subiu em 11 capitais, com destaque para Goiânia (6,55%), Brasília (4,97%) e Natal (4,23%). O Dieese atribui a alta de preços ao fato de o Brasil não ser autosuficiente na produção de trigo.

Vergonha nacional: Sendo a oitava economia do mundo o Brasil ocupa 73ª posição entre 169 países no IDH 2010







O relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 2010, divulgado nesta quinta-feira (4), mostra o Brasil na 73ª posição entre 169 países. Os cinco primeiros colocados são, pela ordem, Noruega, Austrália Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda. O cinco últimos são Zimbábue, República Democrática do Congo, Níger, Mali e Burkina Faso.

MPF move ação contra 4 militares acusados de tortura durante ditadura


O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ação civil pública com o objetivo de estabelecer a responsabilidade civil de quatro militares reformados - três das Forças Armadas e um da Polícia Militar de São Paulo - sobre mortes ou desaparecimentos durante o regime militar.

As vítimas seriam seis mortos ou desaparecidos e 19 torturados, todos detidos pela Operação Bandeirante (Oban), coordenada pelo Comando do II Exército em 1969 e 1970.

Entre as vítimas citadas na ação está a presidente eleita Dilma Rousseff, que na juventude combateu o regime militar e foi presa e torturada em 1970.

A ação pede que os réus sejam condenados a pagar indenização à sociedade, tenham as aposentadorias cassadas e ajudem a cobrir os gastos da União com indenizações para as vítimas. A reportagem do site G1 busca localizar os acusados na ação do MP.

Também são citados como vítimas Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, apontado como líder do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, e Frei Tito, que se suicidaria quatro anos depois por sequelas da tortura.

O trabalho do MPF se baseou em depoimentos dados a tribunais militares por diversas vítimas da Oban, compilados no Projeto Brasil Nunca Mais, e informações mantidas em arquivos públicos, além de testemunhos de algumas vítimas.

Na ação, além das demandas contra os acusados, o MPF também aciona a União e o estado de São Paulo. Para o MPF, ambos devem reparar danos imateriais, mediante um pedido de desculpas formal a toda a população em relação aos casos reconhecidos na ação.

O MPF pede também que União e estado tornem públicas todas as informações relativas às atividades desenvolvidas na Oban, inclusive a divulgação dos nomes completos de todas as pessoas presas ilegalmente ou legalmente pelo órgão, nomes de todos os torturados e de todos que morreram naquelas dependências, o destino dos desaparecidos e os nomes completos dos particulares, pessoas físicas ou jurídicas, que contribuíram financeiramente para a sua atuação.

A Oban visava agrupar num único destacamento o trabalho de repressão política estadual e federal, até então disperso entre as Forças Armadas e as polícias civis, militares e federal. Criado em São Paulo após a edição do Ato Institucional nº 5 (AI-5) e sob o comando do Exército, o projeto ficou conhecido pelo uso da tortura como meio rotineiro de investigação e de punição de dissidentes políticos.

Lei de Anistia

O MPF esclarece na ação que a lei de Anistia e o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 153 (ADPF 153) pelo Supremo Tribunal Federal, que reafirmou a validade da lei, não inviabilizam medidas de responsabilização civil como as propostas na nova ação. O MPF argumenta que a lei de Anistia não faz menção a obrigações cíveis decorrentes de atos ilícitos anistiados pela lei.

No julgamento, os ministros do STF Carmen Lúcia, Eros Grau, Cezar Peluso, Celso de Mello, além de Carlos Ayres Britto e Ricardo Lewandowski – que julgaram procedente a ADPF – destacaram a importância de se buscar medidas visando a reparação, o esclarecimento da verdade e outras providências relacionadas ao que se passou no período abrangido pela lei, ainda que a punição criminal esteja vedada.

Os procuradores lembram, ainda, que o caso está sujeito às obrigações internacionais assumidas pelo Estado brasileiro de apuração de graves violações aos direitos humanos.

Em especial, a Justiça brasileira deverá seguir o que vier a ser decidido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que está julgando a ação apresentada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA contra o Brasil no caso Julia Lund – Guerrilha do Araguaia. Estima-se que a CIDH decidirá a matéria ainda neste ano.

A máquina eleitoreira do PT, PMDB, etc. e o "maravilhoso mundo novo" que nos aguarda

Carlos Molina

“Quando o Lula fala que “não vai intervir no governo” e que este “tem de ter a cara da Dilma”, ao mesmo tempo em que diz que a oposição não deve fazer “política do estômago e da vingança” até parece que ele se afastará da política e que está pedindo trégua, mas pobre do opositor que acreditar nisto.

O PT, que surgiu enquanto força política própria na luta contra as contradições sociais existentes nos grandes centros, embora eleitoralmente vitorioso, não aceita o novo papel de ser hoje principalmente o caudal onde desemboca principalmente os votos dos grotões, já que na maior parte dos médios e grandes centros urbanos, onde um dia foi muito forte, perdeu as eleições na disputa entre o Serra e a Dilma.

O Lula, que durante a sua vida pouco governou e muito fez política partidária, irá durante o governo Dilma viajando pelo país e o mundo remontar a sua bem sucedida “Coluna Prestes” às avessas, a Caravana da Cidadania, como continuar no exterior sendo o “cara. Com estas práticas ele reforçou no imaginário popular a antiga imagem do “herói do ABC”, já que para construir e manter a imagem mítica o trabalho de reformulação da mesma tem de ser uma prática constante. É desta forma que a estória contada ganha no imaginário popular o “caráter de história”, de “realidade inquestionável”. Ele fora do governo e de suas amarras irá dar mais trabalho para a oposição do que dentro deste.

Em seu projeto de perpetuação no poder o PT e seus aliados devem no próximo governo colocar em postos chaves, onde tenham muita visibilidade, os quadros políticos que deverão disputar as prefeituras dos médios e grandes centros urbanos, pois estes sabem que sem retomarem estes espaços ficará mais difícil na próxima eleição aos governos e a presidência a consolidação do processo de “mexicanização” da política brasileira.

Este projeto envolvendo as cidades de médio e grande porte é o mesmo que um dia o “general Zé Dirceu” em conjunto com o Gushiken, João Paulo e iguais espalhados por todo o país montaram a partir da década de 90, quando com o apoio das máquinas sindicais e dos fundos de pensões conseguiram conquistar as prefeituras de importantes cidades, entre elas Campinas, Londrina, Ribeirão Preto, etc., como muitas prefeituras das capitais.

Hoje mantendo o poder federal e neste com as novas alianças conservadoras tanto no meio político como no empresarial que o financia fica muito mais fácil para o PT e os seus aliados ampliarem e manterem os espaços, pois enquanto bloco coeso inexiste a oposição.

Aqui no Paraná os petistas e seus aliados tentarão garrotear o governo Beto nas relações, que não será nada republicanas, com o governo federal, já que os partidários do André Vargas e outros dirigentes petistas, tal qual o Paulo Bernardo, já dizem que nada será liberado para o estado sem o aval dos mesmos. Eles também falam que dentro do limite do possível os recursos federais serão liberados diretamente as prefeituras, para assim enfraquecerem o governo estadual em sua ação política.

Do ponto de vista das mídias micro regionais a ação anestesiante já adotada pelo governo Lula, que liberou verbas publicitárias para mais de 7.500 meios de comunicações deverá ser amplificada e aperfeiçoada.

Aqui, como em todos os estados do país, já está sendo montada pelo PT e os seus aliados a rica e forte estrutura política visando 2.012, que é a ante sala para a manutenção da Presidência da República em 2.014, como da manutenção dos governos estaduais e a tomada dos ainda nas mãos da oposição.

O que pode atrapalhar estes planos é a realidade a ser enfrentada pelo governo Dilma em um mundo, embora o Lula diga ao contrário, onde a crise econômica estrutural não acabou e por sermos cada vez mais dependentes a partir do ano que vem começa a bater em nossas portas com maior intensidade.

Com o aprofundamento da crise internacional, que começa a atingir com mais força a China e os demais países asiáticos, as exportações de commodities deverão diminuir conjuntamente com o esgotamento da capacidade de endividamento e o aumento da inadimplência entre as camadas populares, que é o que artificialmente este ano, pelo aumento do consumo das linhas brancas, desacelerou o processo crônico de desindustrialização dentro do Brasil. Pelas altas taxas de juros e os elevados impostos a muito perdemos a nossa capacidade de agregar valores à produção pela exportação de produtos industrializados.

Se o governo não agir com rigor o desgaste deste será proporcional a inflação, recessão, baixa exportação e ao aumento do desemprego que está por vir se medidas de caráter nacional e popular não forem tomadas.

A Dilma, mesmo com o Lula e o PT continuando com a suas ações políticas paralelas em respaldo ao governo, não será a figura mítica do atual presidente, cuja imagem foi construída durante décadas e por isto, agora sem poder se esconder atrás da imagem do outro, mais sujeita aos desgastes no exercício poder.

Avança o monopólio da terra para produção de agrocombustíveis


Maria Luisa Mendonça

O monopólio da terra segue como tema central diante do avanço do capital sobre recursos estratégicos em todo o mundo. Nesse contexto, a produção de agocombustíveis cumpre o papel de justificar este processo, a pretexto de servir como suposta alternativa para a crise climática. Porém, quando falamos sobre mudanças climáticas, estamos realmente nos referindo a mudanças no uso do solo, com a expansão dos monocultivos, da mineração, das grandes barragens, e outros projetos de controle de recursos energéticos, que estão na raiz da crise climática.

No Brasil, os velhos usineiros, agora travestidos de empresários “modernos”, em conseqüência da propaganda sobre as supostas vantagens do etanol, intensificam suas campanhas internacionais para vender o produto. Recentemente, ganharam um reforço especial, com o anúncio do governo sobre acordos trabalhistas e de zoneamento ambiental. Porém, um breve relato sobre as atuais tendências do setor é suficiente para mostrar que estas são apenas medidas de fachada.

As características que historicamente marcaram a oligarquia rural no Brasil permanecem inalteradas. Ou seja, o monopólio da terra, a exploração do trabalho e de recursos naturais estratégicos. A principal mudança tem sido a presença crescente do capital internacional na indústria dos agrocombustíveis. Há alguns anos verifica-se um aumento do ritmo de aquisições no setor sucro-alcooleiro, com um crescimento na participação de empresas estrangeiras e um aumento na concentração do poder econômico de determinados grupos.

A participação de empresas estrangeiras na indústria da cana no Brasil cresceu de 1% em 2000 para 20% em 2010. Existem cerca de 450 usinas no Brasil, controladas por 160 empresas nacionais e estrangeiras. De acordo com estudo do grupo KPMG Corporate Finance, de 2000 a setembro de 2009, ocorreram 99 fusões e aquisições de usinas no Brasil. Entre estas, 45 negociações aconteceram no período de 2007 a 2009, sendo que em 22 casos ocorreu a compra de uma usina nacional por um grupo estrangeiro.

Em outubro de 2009, a empresa francesa Louis Dreyfus Commodities anunciou a compra de cinco usinas da Santelisa Vale, de Ribeirão Preto (SP). A fusão criou o grupo LDC-SEV Bioenergia, tornando-se o segundo maior produtor mundial de açúcar e etanol. O grupo pretende produzir 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano e tem participação acionária das famílias Biaggi e Junqueira, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do banco Goldman Sachs.

Uma nova característica da indústria do etanol, se comparada ao Pró-Alcool da década de 1970, é a aliança entre setores do agronegócio com empresas petroleiras, automotivas, de biotecnologia, mineração, infra-estrutura e fundos de investimento. Neste cenário, não existe nenhuma contradição destes setores com a oligarquia latifundista, que se beneficia da expansão do capital no campo e do abandono de um projeto de reforma agrária.

Em 2009, a empresa petroleira britânica British Petroleum (BP) anunciou que irá produzir etanol no Brasil, com um investimento de US$ 6 bilhões de dólares nos próximos dez anos. A BP irá atuar através da Tropical Bioenergia, em associação com o Grupo Maeda e a Santelisa Vale, em Goiás, que contam com uma área de 60 mil hectares para a produção de cana no estado.

Em julho de 2009, a Syngenta divulgou a aquisição de terras para produzir mudas de cana-de-açúcar na região de Itápolis (SP). O projeto inclui a produção de mudas transgênicas e pretende se expandir para outros estados, como Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.

No início de 2010, ocorreram novas fusões. Em janeiro, a multinacional agrícola Bunge anunciou a compra de quatro usinas do Grupo Moema, incluindo a usina Itapagipe que tinha participação acionária de 43,75% da empresa norte-americana Cargill. Com a negociação, a Bunge passará a controlar 89% da produção de cana do Grupo Moema, estimada em 15,4 milhões de toneladas por ano.

Em fevereiro, foi anunciada a fusão da ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht, com a Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco), que pretende se tornar a maior empresa de etanol no Brasil, com capacidade para produzir três bilhões de litros por ano. Alguns dos acionistas da Brenco são Vinod Khosla (fundador da Sun Microsystems), James Wolfensohn (ex-presidente do Banco Mundial), Henri Philippe Reichstul (ex-presidente da Petrobrás), além da participação do BNDES. Já a Odebrecht tem sociedade com a empresa japonesa Sojitz. O novo grupo irá controlar cinco usinas: Alcídia (SP), Conquista do Pontal (SP), Rio Claro (GO), Eldorado (MS) e Santa Luzia (MS).

O conglomerado ainda participa da construção de um alcoolduto entre o Alto Taquari e o porto de Santos, e pretende instalar usinas na África. A empresa pretende captar R$ 3,5 bilhões até 2012, dos quais pelo menos 20% virão do BNDES, além de outros R$ 2 bilhões que o banco já investiu anteriormente na Brenco.

Nesta mesma linha, em fevereiro de 2010, a gigante petroleira holandesa Shell anunciou uma associação com a Cosan para a produção e distribuição de etanol, com o objetivo de produzir 4 bilhões de litros até 2014. Ao divulgar a operação, a nota da Shell afirmava que pretende criar “um rio de etanol, correndo desde as plantações no Brasil até a América do Norte e a Europa”. Apesar da repercussão internacional da prática de trabalho escravo na Cosan, a empresa segue como líder no setor.

Seguindo esta tendência, a Vale anunciou que pretende produzir diesel a partir do óleo de palma na região amazônica a partir de 2014, através de uma parceria com a empresa Biopalma da Amazônia S.A. A intenção é produzir 500 mil toneladas de óleo de palma por ano. Parte do combustível será utilizada nas locomotivas da estrada de ferro e nas minas de Carajás, no Pará.

A expansão do monocultivo de cana-de-açúcar

Em relação ao avanço territorial do monocultivo de cana, dados da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que, em 2006, eram 4,5 milhões de hectares e, em 2008, chegaram a 8,5 milhões de hectares. Na a safra de 2009 houve um aumento de 7,1% em relação a 2008. Esta expansão é estimulada por recursos públicos. Entre 2008 e 2009, estima-se que o setor sucroalcooleiro tenha recebi do mais de R$ 12 bilhões do BNDES. Esta verba é extraída, em grande medida, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Segundo a CONAB, 45,08% da safra foi destinada à produção de açúcar e 54,9% à produção de etanol, que resultou em 25,87 bilhões de litros do produto. A expansão da área plantada foi de 6,7%, ou cerca de 473 mil hectares. A maior expansão ocorreu na região do Cerrado, principalmente em Mato Grosso do Sul (38,80%) e Goiás (50,10%).

Dados do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), da Universidade Federal de Goiás, indicam que o ritmo atual de desmatamento do Cerrado poderá elevar de 39% para 47% o percentual devastado do bioma até 2050. A pesquisa demonstra ainda que a destruição do Cerrado coloca em risco a disponibilidade de recursos hídricos para o Pantanal e a Amazônia, pois estes biomas estão interligados.

Trabalho escravo

As usinas de cana se tornaram campeãs em trabalho escravo nos últimos anos. De acordo com dados da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2007, dos 5.974 trabalhadores resgatados da escravidão no campo brasileiro, 3.060, ou 51%, foram encontrados no monocultivo da cana de açúcar. Em 2008, dos 5.266 resgatados, 2.553, ou 48% dos trabalhadores mantidos escravos no país estavam em plantações de cana. De janeiro a junho de 2009, este número era de 951 trabalhadores, que representavam 52% do total. Ao final de 2009, o Ministério do Trabalho registrou a libertação de 1.911 trabalhadores nas usinas de cana nos estados de Goi s, Mato Grosso, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em 2009, o Ministério do Trabalho inclui grandes usinas na chamada "lista suja" do trabalho escravo. Uma delas foi a Brenco, que tem participação acionária de 20% do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Entre 2008 e 2009, o BNDES liberou R$ 1 bilhão para usinas da Brenco em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Ao mesmo tempo, o Grupo Móvel expediu 107 autos de infração contra a empresa, que é presidida pelo ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul. Apesar da prática de trabalho escravo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, anunciou a continuidade do financiamento para a Brenco.

Em 31 de dezembro de 2009, foi a vez do grupo Cosan -- a maior empresa do setor sucroalcooleiro do país, com produção anual de 60 milhões de toneladas de cana. Apesar da prática de trabalho escravo, a Cosan recebeu R$ 635,7 milhões do BNDES em junho de 2009, para a construção de uma usina de etanol em Goiás. O BNDES manteve o financiamento para a Cosan, mesmo após a evidência de trabalho escravo. A Cosan possui 23 usinas, controla os postos da Exxon (Esso do Brasil) e teve um faturamento de R$ 14 bilhões de reais em 2008.

Em outubro de 2009, o Grupo Móvel libertou 55 trabalhadores escravizados na Destilaria Araguaia (chamada anteriormente de Gameleira), no Mato Grosso. Segundo o auditor fiscal Leandro de Andrade Carvalho, que coordenou a operação, os trabalhadores estavam sem receber salário há três meses. Esta foi a terceira libertação realizada em oito anos na mesma usina. A Destilaria Araguaia pertence ao Grupo Eduardo Queiroz Monteiro (EQM) – um grande conglomerado econômico com sede em Pernambuco. O grupo controla outras usinas em Pernambuco, Tocantins e Maranhão, além de participar como acionista em veículos de comunicação como o jornal Folha de Pernambuco, a Rádio Folha de Pernambuco, Folha Digital de Pernambuco e Agência Nordeste.

Em junho de 2009, fiscais do Ministério do Trabalho e do Ministério Público detectaram irregularidades em usinas fiscalizadas na região de Ribeirão Preto, em São Paulo, entre elas a Bazan, Andrade, Central Energética Moreno Açúcar e Álcool, e Nardini Agroindustrial. As usinas não forneciam equipamento adequado (como luvas, sapatos e caneleiras) e foram constatadas irregularidades no pagamento da jornada de trabalho. Os trabalhadores declararam que cortam cerca de 20 toneladas de cana por dia. Os fiscais também registraram condições precárias de moradia, como superlotação, locais com risco de incêndio e falta de condições de higiene.

Ainda em 2009, o Ministério Público do Trabalho (MPT) conseguiu uma liminar que obriga a usina São Martinho, em Limeira (SP), a corrigir irregularidades trabalhistas. Durante fiscalizações nas safras de 2007 e 2008, o MPT constatou a falta de equipamentos de proteção, de segurança no trabalho, de cuidados médicos, de condições de higiene e de alimentação adequadas. A ação judicial inclui ainda a condenação da empresa ao pagamento de R$2 milhões aos trabalhadores por dano moral.

Desemprego e trabalho degradante

A expansão de monocultivos para a produção de agroenergia gera desemprego, pois causa a expulsão de camponeses de suas terras, impede que outros setores econômicos se desenvolvam e gera dependência dos trabalhadores a empregos precários e temporários.

José Alves é cortador de cana no interior de São Paulo e explica, “Esse serviço é muito ruim, a gente só vem porque precisa mesmo. Eu vim de Minas e lá não tem outro serviço. Mas a gente nunca sabe quanto vai receber, porque tem muito desconto do salário. Eu recebo uma média de $700 por mês, mas tudo é caro -- aluguel, alimentação, e não sobra nada. A gente sabe que a usina rouba no pagamento, mas temos que ficar calados.

A expansão e a crescente mecanização do setor canavieiro têm gerado maior exploração da força de trabalho. A maioria dos trabalhadores não tem controle da pesagem de sua produção diária. “A gente nunca sabe quanto vai ganhar e o pagamento vem com muitos descontos. A usina rouba no peso ou na qualidade da cana cortada. Por exemplo, uma cana que vale $5 reais a tonelada, eles pagam só $3 reais. É assim que a usina engana os trabalhadores”, denuncia D.S., cortador de cana em Engenheiro Coelho, SP.[1]

Outro trabalhador da região, Jacir Pereira, confirma a denúncia: “A gente ganha pouco e o salário não confere com o que a gente corta, nem com o acordo coletivo. O acordo diz que o preço da tonelada é $5,85, mas a usina paga só $3,87. Eu tenho que cortar 18 toneladas de cana por dia, trabalhando de segunda a sábado. Só de aluguel eu pago $700,00 e não sobra quase nada”.

As mulheres, apesar de discriminadas pelas usinas, também se arriscam no trabalho pesado, como conta a trabalhadora Odete Mendes, “Eu corto dez toneladas de cana por dia e ganho $190 reais por semana. Só de aluguel, eu gasto $270 por mês. Eu vim do Paraná, mas não quero ficar mais aqui. A gente vive num quarto muito pequeno, tem que dormir no chão. Eu já quebrei o braço e nem agüento mais pegar no facão. Sinto falta de ar, às vezes parece que vou morrer”.

Os movimentos repetitivos no corte da cana causam tendinites e problemas decoluna, descolamento de articulações e câimbras, provocadas por perda excessiva de potássio. Carlita da Costa, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Cosmópolis, conta que “Quando começa a safra, você vai na roça e vê o pessoal todo com o pulso enfaixado, porque abre o pulso e eles não conseguem movimentar a mão, não agüentam a dor. O pessoal tem muita tosse, muita dor de cabeça, muita câimbra”.

Os ferimentos e mutilações causados por cortes de facão são freqüentes. Porém, raramente as empresas reconhecem estes casos como acidentes de trabalho. Muitos trabalhadores doentes ou mutilados, apesar de impedidos de trabalhar, não conseguem aposentadoria por invalidez. “Já quebrei o braço duas vezes. Quando alguém passa mal durante o trabalho, não recebe atendimento. Outro dia um companheiro feriu o olho e a enfermeira da usina não quis atender. Querem o nosso serviço, mas não temos assistência médica quando alguém se machuca”, diz J.S., trabalhador da usina Ester em São Paulo.

Como forma de evitar que os trabalhadores morram de exaustão, as usinas passaram a distribuir estimulantes com sais minerais, após a divulgação de dezenas de casos de morte nos canaviais. “Um dos trabalhadores que cortava mais cana na usina Ester era o Luquinha, conhecido como “podão de ouro”. Em pouco tempo, ele ficou doente, sentia dores em todo o corpo, não conseguia comer nem andar. Morreu aos 34 anos. O sistema do pagamento por produção é que causa a morte dos trabalhadores”, explica Carlita da Costa, presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Cosmópolis, SP.

“É comum ouvir tosse e gritos nos canaviais. Temos que inalar os agrotóxicos e a cinza da cana queimada o dia todo. Uma vez eu caí no monte de cana e senti um gosto de sangue na boca. Percebi que o corte da cana estava me matando”, completa Carlita.

Migração

Em São Paulo (maior produtor do País), a maioria dos trabalhadores no corte da cana é formada por migrantes. O desemprego causado pelo modelo agrícola baseado no monocultivo e no latifúndio aumenta o contingente de trabalhadores que se submetem a trabalhar em lugares distantes de sua origem, em condições degradantes. Estes trabalhadores são aliciados por “gatos” ou “turmeiros”, que realizam o transporte e fazem a intermediação das contratações com as usinas.

A história do trabalhador E. S. ilustra a situação dos migrantes, “Tenho 27 anos e vim da Paraíba, porque lá não tem trabalho. Tem muito nordestino aqui. A gente ganha uns $20 reais por dia, mas o custo de vida é muito alto. A usina baixa o preço da cana e não temos controle”.

Ana Célia tem uma história parecida, “Tenho 24 anos e vim de Pernambuco. A usina rouba no peso da cana. A gente corta 60 quilos e recebemos somente por 50 quilos. Tenho problema na coluna, sinto dor no corpo todo. Já emagreci nove quilos nessa safra. Meu marido cortava cana, mas foi afastado porque ficou doente. Quero ir embora”.

A trabalhadora Edite Rodrigues resume a situação no corte da cana. “Tenho 31 anos e vim de Minas Gerais. Tenho três filhos e preciso trabalhar, mas a gente não vê a hora de ir embora. Quando termina o dia, o corpo está todo quebrado, sinto câimbra e ânsia de vômito. Mas no outro dia, começa tudo de novo. A cinza da cana ataca o pulmão e não sara nunca. A terra fica seca com o sol quente e vem aquele pó. Às vezes só ganho $50 reais por semana porque a usina engana a gente.”

Carlita da Costa conclui que, “Vai continuar morrendo gente, o roubo vai continuar até o dia que acabar o trabalho por produção. Esse método de pagamento mata os trabalhadores”.

Grupos estrangeiros terão 40% da produção brasileira de etanol até 2015


Jamil Chade/AE

GENEBRA - Nos próximos cinco anos, 40% da produção brasileira de etanol estará nas mãos de estrangeiros. A projeção foi apresentada na quarta-feira pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) no Congresso Mundial do Etanol, que reúne em Genebra as maiores indústrias de biocombustíveis.

A projeção foi considerada por empresários como o melhor espelho da revolução silenciosa que sofre o setor no mundo. Após dois anos de uma crise sem precedentes, os produtores de etanol passam por uma profunda reestruturação. A liderança de aquisições e fusões, porém, não está nas mãos de grupos agrícolas, mas sim de grandes empresas petroleiras do mundo.

Quarta-feira, Shell, BP, Petrobrás e outras multinacionais do setor de energia anunciaram que se preparam para fazer investimentos substanciais nos próximos anos no setor de etanol. Para elas, o biocombustível é a opção "mais realista" para complementar o petróleo nos próximos 30 anos e, nessa estratégia, o Brasil é o principal alvo.

"Para as multinacionais de energia, o etanol é visto como uma fonte de energia mais acessível que o petróleo no Ártico, as reservas nos países da Opep ou a gasolina da Venezuela", admitiu James Primrose, chefe de estratégia da BP Biocombustíveis. "Estamos vendo a entrada das multinacionais do petróleo no etanol e isso promoverá uma mudança enorme no setor", disse Alexis Duval, diretor financeiro da francesa Tereos.

"Na prática, estamos vendo o nascimento de um novo setor", disse Christoph Berg, gerente da consultoria F.O. Licht. O Brasil, segundo consultores, multinacionais e usineiros, está sendo o campo de provas dessa transformação. Em cinco anos, cem usinas se somaram às trezentas que já existiam no País e os investimentos chegaram a US$ 20 bilhões. O resultado foi uma ampliação da participação do capital internacional no setor considerado até pouco tempo como carro-chefe da diplomacia comercial do presidente Lula.

"Em 2007, apenas 7% do setor do etanol do Brasil estava em mãos estrangeiras. Nossa previsão para 2010 era de que essa taxa chegaria a 12%. Mas o que vimos foi que o número hoje já é de 22%", disse o representante chefe da Unica para a União Europeia, Emmanuel Desplechin.

Essa tendência vai continuar e até se aprofundar. "Nos próximos cinco anos, a projeção é de que 40% do setor seja já internacionalizado no Brasil", destacou. Segundo ele, os investimentos desde 2005 permitiram uma expansão da produção do etanol de 70% no País.

Consolidação

Outra tendência que deve ser acelerada é a da consolidação do setor. O processo ganhou velocidade nos últimos dois anos diante da crise e do fato de que muitos usineiros não sobreviveram. Mas, hoje, os dez maiores grupos que atuam no Brasil controlam apenas 28% da produção.

A Petrobrás já prometeu investir US$ 3,5 bilhões em etanol até 2014, principalmente em alianças com grupos estrangeiros. Segundo Marcelo Messeder, diretor da Petrobrás Biocombustível, a meta é a de ter uma expansão na produção de 193% em quatro anos. Já as exportações aumentariam 135% nesse período.

Um dos contratos fechados neste ano pela Petrobrás foi com a Tereos. Ambas investirão US$ 2,4 bilhões até 2013 para transformar a Guarani, controlada pela Tereos, em uma líder no setor.

Outra gigante que aposta no etanol no Brasil é a Shell, que investiu US$ 12 bilhões em uma joint venture com a Cosan para criar a primeira multinacional do setor. Em entrevista ao Estado, Luis Scoffone, vice-presidente da Shell para energias alternativas, admitiu que a multinacional busca novas usinas para comprar. Segundo ele, o investimento anunciado até agora é apenas "uma parte da história". "Nossas metas vão bem além do Brasil", afirmou.

Ex-cara pintada fez campanha mais cara para Senado

Lindberg Farias e Lula

Edson Sardinha/Congresso em Foco

O ex-prefeito de Nova Iguaçu (RJ) Lindberg Farias (PT-RJ) é o senador eleito que mais conseguiu levantar dinheiro para a campanha no Senado. O ex-líder do movimento dos “caras pintadas”, que ajudou a derrubar o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), arrecadou R$ 14,014 milhões, de acordo com as contas prestadas pelo candidato à Justiça eleitoral. A maior parte dos recursos obtidos pelo petista, R$ 8,98 milhões, foi repassada pelo diretório nacional do PT.

Lindberg não está sozinho entre os senadores que fizeram campanha milionária. O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB-MG), a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) e o ex-presidente da República Itamar Franco (PPS-MG) ocupam, respectivamente, o segundo, o terceiro e o quarto lugar no ranking dos senadores eleitos campeões em arrecadação, com mais de R$ 11 milhões cada.

Os dez senadores que mais arrecadaram levantaram, juntos, R$ 98,82 milhões. O ranking é composto, ainda, pelos senadores Demóstenes Torres (DEM-GO), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ivo Cassol (PP-RO), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Armando Monteiro Neto (PTB-PE). De todos eles, apenas Demóstenes exerce o mandato de senador atualmente.

Os campeões em arrecadação no Senado:

LINDBERG FARIAS (PT-RJ) – R$ 14.014.781,53

AÉCIO NEVES (PSDB-MG) – R$ 11.970.313,79

MARTA SUPLICY (PT-SP) – R$ 11.839.006,24

ITAMAR FRANCO (PPS-MG) – R$ 11.589.868,48

DEMÓSTENES (DEM-GO) – R$ 9.212.013,12

ALOYSIO NUNES (PSDB-SP) R$ 9.193.018,50

GLEISI HOFFMANN (PT-PR) – R$ 7.979.322,30

IVO CASSOL (PP-RO) – R$ 7.924.244,43

EUNÍCIO OLIVEIRA (PMDB-CE) – R$ 7.753.530,00

ARMANDO MONTEIRO (PTB-PE) – R$ 7.346.540,00

Partido e construtoras

Os três senadores eleitos que mais conseguiram recursos para a campanha eleitoral têm algo mais em comum: tiveram no repasse feito pelos próprios partidos e nas empreiteiras duas das principais fontes de arrecadação.

Depois do Diretório Nacional do PT, que doou quase R$ 9 milhões a Lindberg Farias, as construtoras foram a segunda maior fonte de recursos da campanha do petista. Oito empresas da área de construção doaram R$ 2,33 milhões para a campanha do senador eleito pelo Rio. Quase metade desse valor, R$ 1 milhão, foi doado pela gigante Camargo Correa. O diretório estadual do PT também foi generoso com o candidato, para o qual repassou R$ 1,36 milhão. Não é possível, ainda, saber quem doou para os partidos políticos.

Dono de uma arrecadação de R$ 11,97 milhões, o tucano Aécio Neves declarou mais de 300 contribuições. A maior parte dos recursos levantados pelo ex-governador veio do diretório estadual do PSDB e das empreiteiras. Mais de 30 construtoras contribuíram com R$ 4,43 milhões. Entre elas, algumas das principais do país, como a própria Camargo e Correa, a OAS e a Mendes Júnior. O diretório estadual do partido repassou R$ 3,23 milhões ao senador eleito.

A ex-prefeita Marta Suplicy arrecadou R$ 11,83 milhões para a campanha. Assim como Lindberg e Aécio, a petista também teve no próprio diretório do partido e nas construtoras duas das principais fontes de recursos. De acordo com a declaração à Justiça eleitoral, Marta recebeu R$ 4,42 milhões do diretório nacional do PT e quase R$ 4 milhões de mais de 20 empresas da área de construção.

As instituições financeiras também abasteceram a campanha dos candidatos. Marta Suplicy, por exemplo, recebeu R$ 300 mil do Itaú. Aécio declarou ter recebido R$ 400 mil do BMG, um dos bancos investigados pela CPI dos Correios de envolvimento com o mensalão. Já o Itaú doou outros R$ 500 mil para o tucano.

O prazo para a entrega da prestação de contas dos candidatos que participaram apenas da eleição do dia 3 de outubro venceu ontem. Nem todos os dados, porém, estão disponíveis na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet. Até o momento, há poucas prestações de despesas publicadas no site do tribunal. Mas o valor das despesas e das receitas costuma ser bem aproximado. Os dados informados à Justiça Eleitoral dizem respeito a recursos movimentados em conta aberta especificamente para a arrecadação, doação e gastos com a campanha eleitoral, esclarece o TSE.

Estímulo nos EUA é ameaça as economias dos países emergentes

Jamil Chade/AE

GENEBRA - A injeção de US$ 600 bilhões do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na economia dos Estados Unidos e novas medidas de estímulo podem ser o elemento que faltava para o risco da formação de uma verdadeira bolha de ativos nos países emergentes. O alerta foi feito quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelas Nações Unidas (ONU).

Na avaliação da OCDE, os recursos já injetados nos países ricos nos últimos meses deram demonstrações claras de que não estão sendo escoados nas economias locais. Parte substancial teria se destinado às economias emergentes.

Segundo a entidade que reúne os países ricos, as novas medidas nos Estados Unidos anunciadas na quarta ameaçam fortalecer essa tendência, criar bolhas de ativos e colocar ainda mais pressão sobre o câmbio do Brasil, África do Sul e outros emergentes.

De acordo com a OCDE, a recuperação da economia mundial perdeu seu ritmo diante da gradual retirada de medidas de estímulo à produção. A entidade apontou que a recuperação do comércio também perdeu fôlego. Nos países ricos, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 deve ser de 2,5% a 3%. Para 2011, deve cair para 2% a 2,5%. Nos países emergentes, a expansão do PIB continua mais robusta. Mas a projeção é de que também percam força.

O secretário-geral da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento, Supachai Panitchpakdi, também alertou para o impacto negativo que a nova medida pode ter para o Brasil e outros emergentes. Supachai alerta que a economia americana já demonstrou que não tem a capacidade para absorver esses recursos e essa liquidez. O resultado tem sido a transferência desse recurso para mercados emergentes em forma de capital especulativo. "Mais uma vez, o problema nos países ricos está sendo exportado."

Para ele, o Brasil corre o risco de ter sua economia desestabilizada diante da bolha de ativos que está se formando com a entrada de capitais. "Corremos o sério risco de ver uma bolha de ativos se formar nos mercados emergentes", disse Supachai. "O que vemos é que os americanos estão inundando o mercado. Não podemos esquecer que a crise financeira em 2008 surgiu por causa de um excesso de liquidez no mercado. Agora, corremos o risco de ver uma repetição de tudo isso no Brasil e em outros emergentes, com uma desestabilização das economias."

Para Supachai, a pressão sobre o real e outras moedas é apenas um efeito da inundação de dólar. "Desde 2009, temos visto que os recursos nos países ricos que não foram absorvidos pelas economias domésticas acabaram indo para as economias emergentes. Esse dinheiro está indo especialmente para o mercado de ações nos emergentes", alertou. "O problema não é a entrada dos recursos, mas sim quando eles saírem", completou.

Governo do Paraná: Transição começa com pedido de informações com 165 itens

Primeira reunião das equipes de transição de Governo ocorreu nesta quarta-feira (3), no Palácio das Araucárias.

Um pedido de informações com 165 itens, que incluem todas as áreas da administração estadual, foi entregue pela equipe de transição criada pelo governador eleito do Paraná, Beto Richa, ao grupo de transição indicado pelo governador Orlando Pessuti. A primeira reunião entre as duas equipes ocorreu na tarde desta quarta-feira (3), no Palácio das Araucárias, em Curitiba.

“Sugerimos que as respostas sejam entregues até o próximo dia 11, para atender a uma determinação do governador eleito de ter um diagnóstico inicial da situação do Estado até 15 de novembro”, informou Carlos Homero Giacomini, coordenador da equipe de transição de Richa.

Lei de Responsabilidade Fiscal

A equipe do novo governo dedica especial atenção às áreas de maior demanda da população, que concentram grande volume de recursos e, também, problemas que precisam ser resolvidos. Entre elas estão saúde, segurança pública e educação, além de dificuldades de ordem orçamentária. “Preocupam as despesas que se aproximam dos níveis prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tudo aquilo que esteja sendo pensado e que possa projetar aumento de despesas passa pela análise da equipe do novo governo”, afirmou Giacomini.

Defensoria Pública

A criação da Defensoria Pública, projeto que foi enviado pelo atual governo à Assembléia Legislativa, está no Plano de Governo de Beto Richa. “Mas é preciso analisar em que moldes o projeto está sendo proposto”, disse Giacomini. “Não discutimos a importância ou a necessidade da Defensoria, mas precisamos fazer um acerto do ponto de vista técnico, como as verbas previstas em orçamento, o corpo de funcionários e o cronograma de implantação, que terá de ser feita efetivamente pelo futuro governo.”

“Respeito ao resultado das urnas”

O governador Orlando Pessuti disse que a meta de sua equipe é entregar um governo em melhor situação do que recebeu em 1º de abril, do ex-governador Roberto Requião, e do que ambos receberam em janeiro de 2003. “Respeitamos o resultado das urnas, os princípios constitucionais, a legislação eleitoral e a lei de Responsabilidade Fiscal e, passada a disputa eleitoral, agora é hora de resolver os interesses do Estado”, disse Pessuti. Segundo ele, entre os projetos em andamento que devem maior impacto na próxima gestão estadual estão a Lei Orçamentária Anual, a mensagem sobre o Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), a criação do Grupamento Aéreo, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Secretaria da Mulher.


O deputado estadual Ademar Traiano, que será líder do futuro governo na Assembléia Legislativa, disse que o governador Beto Richa precisa ter pleno conhecimento do que poderá fazer no futuro e que algumas medidas exigem cautela neste momento. “É preciso ter zelo de não cometer um erro e, no ano que vem, não poder cumprir aquilo que determina a pretensão do governo anual”, disse Traiano.

Equipes

A equipe que cuidará da transição por parte do novo governo é coordenada por Carlos Homero Giacomini, secretário municipal de Planejamento de Curitiba. Também integram a equipe Ivan Bonilha, Deonilson Roldo, Luiz Eduardo Sebastiani e Norberto Ortigara.


A equipe de transição do atual governo é composta pelos secretários Allan Jones dos Santos (Planejamento), Ney Caldas (chefe da Casa Civil), Maria Marta Lunardon (Administração) e Cícero Oliveira (Controle Interno), além de César Ribeiro Ferreira (técnico da Secretaria da Fazenda).

PT e PMDB vão fatiar mandato na Câmara


AE

Após tomar café da manhã com a presidente eleita Dilma Rousseff, na casa dela no Lago Sul, em Brasília, o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), afirmou que seu partido e o PT assinarão um documento para dividir o comando da Câmara nos próximos quatro anos, cabendo um biênio a cada um. Entretanto, ressalvou que a escolha de quem ocupará o primeiro biênio ficará para janeiro.

O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves (RN), e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), travam uma queda de braço pelo cargo. Alves declarou recentemente que não abre mão de assumir a presidência da Casa já em 2011.

Temer, por sua vez, deve renunciar à presidência do PMDB dias antes de assumir o novo cargo. O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), eleito senador, é o nome mais forte para sucedê-lo no comando do partido.

Membros das bancadas peemedebista afirmam que o senador eleito tem o apoio de Temer para sucedê-lo, além do voto da maioria dos colegas.

A guerra pelos cargos no futuro governo de Dilma

PT e PMDB iniciam disputa por espaço no governo Dilma

Estadão -A primeira reunião da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) com auxiliares diretos para montar a equipe de transição, realizada ontem, em Brasília, teve presença apenas de petistas, sem nenhum convidado do PMDB, seu principal aliado na campanha. Ficou definido, no encontro, que o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o ex-ministro Antonio Palocci comandarão o grupo que fará a passagem do governo Lula para o de Dilma.

Insatisfeitos com a iniciativa, alguns peemedebistas não esperaram para dar o troco. "Eles não vão governar sozinhos", avisou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-SP). Pouco preocupado, o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, fez em entrevista ao Estado uma cobrança: o PT quer negociar com um PMDB unido. A legenda "terá mais importância quanto mais se unificar como partido de centro", avisou.

Os dois episódios mostram que, nem bem terminou a apuração dos votos, já corre solta a disputa por espaço entre os dois partidos. Setores petistas já deixaram vazar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaria que Guido Mantega fosse mantido na Fazenda. Admite-se que Henrique Meirelles pode ter um "lugar importante" no novo time, mas não se sabe onde. Luciano Coutinho, do BNDES, pode tanto ficar no banco como ir para a Fazenda, se Mantega sair, ou para o Banco Central.


PMDB já começa a negociar cargos no governo Dilma e líder na Câmara diz que não cederá 'um milímetro'

O Globo - Principal parceiro da eleição de Dilma Rousseff, o PMDB começou a negociar oficialmente ontem à noite cargos que pretende ter a partir de janeiro, exigindo manter os atuais ministérios, mas aceitando levar menos, desde que no modelo chamado "porteira fechada". O vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), presidente do PMDB, e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, discutiram o assunto em jantar ontem. O modelo já é debatido entre Dilma e a equipe de transição.


Lupi indica que PDT quer ampliar presença no governo

Agência Estado - O ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, disse terça-feira que “a maioria esmagadora do partido quer continuar com a Pasta, mas avançar em outros espaços”, no próximo governo. O pedetista vai se reunir na semana que vem com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, encarregado pela presidente eleita Dilma Rousseff de conversar com todos os partidos aliados. “O PDT pode colaborar com quadros experientes em vários setores, especialmente na área social, de minas e energia, petróleo. Tudo o que envolve a área social nos interessa. A hora não é de pressionar, mas de dialogar. A Dilma vai avaliar nosso trabalho no ministério. Temos 30 anos de amizade. Tenho consciência de que cumprimos nosso dever, mas ela vai avaliar e verificar onde seremos úteis”, disse Lupi, lembrando que seu partido “foi o primeiro a declarar apoio oficial a Dilma, antes mesmo da convenção do PT”. Segundo Lupi, a conversa direta com Dilma acontecerá quando as negociações sobre participação no governo estiverem mais avançadas. “Em 2006 (ano da reeleição do presidente Lula) também foi assim. Nosso diálogo era com o Tarso Genro, conversamos com o Lula quando as coisas já estavam encaminhadas”, lembrou. No primeiro escalão, o PDT tem apenas o Ministério do Trabalho. Lupi evita citar outros cargos que o partido gostaria de ocupar no futuro governo Dilma. “Pode ser ministério, pode ser empresa pública. Nossa preocupação é colaborar”, afirmou...


PSB quer mais espaço no governo

O Globo - O PSB oficializou ontem à noite o desejo de ampliar espaço no futuro governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, para corresponder ao crescimento do partido nas urnas, com a eleição de seis governadores e 37 deputados federais.

Além do Ministério de Ciência e Tecnologia e da Secretaria Nacional de Portos, os socialistas querem recuperar o Ministério da Integração Nacional ou assumir o Ministério das Cidades.

O pleito do partido foi apresentado pelo presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), ao presidente do PT, José Eduardo Dutra.

Hoje, os governadores do PSB e as principais lideranças da legenda se reúnem em Brasília.

Alvaro Dias que a oposição será no senado mais contundente ao governo Dilma




Enquanto o irmão Osmar tenta conquistar seu espaço político na equipe do novo governo Dilma o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que será líder do partido no Senado a partir de 2011, admitiu que a complacência da oposição com o atual presidente Lula favoreceu a alta popularidade alcançada pelo governo e a transferência de votos para Dilma Rousseff (PT), contribuindo para a derrota de José Serra (PSDB) na eleição presidencial. Alvaro diz que a próxima bancada de oposição, embora menor, será mais contundente:

"Não podemos ser tão drásticos a ponto de afirmar que não houve oposição. Houve sim, mas não conseguimos dar volume a essa oposição. Ficou desigual a proporção do apoio com a oposição. Aí, é claro que prevalece, uma mentira repetida insistentemente acaba tornando-se verdade. Agora, a oposição vai ter que aprender com os erros, se organizar melhor e fazer uma oposição ativa, mais contundente."

Comunicado de falecimento: Faleceu o nosso amigo Carlos Alfredo Gomes, mais conhecido como Carlinhos


O Samuel Gomes e família avisou que o nosso amigo Carlos Alfredo Gomes, mais conhecido como Carlinhos, veio a óbito depois de ter tido um mal súbito. A família ainda em choque com o ocorrido sensibilizada comunica que o sempre querido Carlos Alfredo Gomes, está sendo velado na Capela da Luz, rua Paulo Graeser Sobrinho, n. 40, Praça da Honorina Valente, ao lado do Cemitério Municipal, fone 041 3338.0350 e 041 3077 0022 (Funerária Cruzeiro). O guardamento iniciará às 7h00 de hoje, 04/11/2010, quinta-feira. Os serviços religiosos terão início às 14h00 no mesmo local (Capela da Luz) e o sepultamento ocorrerá às 16h00 no Cemitério Parque Senhor do Bonfim, rua Valdomiro Valaski, s/n, – Guatupê, São José dos Pinhais, fones 041 3382 3135 e 3232 4521. O acesso ao cemitério, pela BR 277, sentido Curitiba-Paranaguá, dá-se após a Academia da Polícia Militar do Guatupê.

O sempre militante social Carlinhos, além de ter sido um grande companheiro de lutas, durante toda a sua vida foi um dos melhores diagramadores de Curitiba, mas atualmente se dedicava ao exercício de historiador, pesquisador e escritor sobre as lutas em defesa da Petrobrás.

Ele escreveu o livro “O Petróleo é Nosso! (1948-1953) – A Campanha no Paraná”, editado pela Editora Gráfica Popular Cefuria.

Sendo um dos fundadores do PT, partido aonde não ocupou cargos, idealista e extremamente ético, Carlinhos participou desde a época da luta contra a ditadura de diversos movimentos sociais.

Meus sentimentos!

Obs.:Por favor repassem a informação!

 
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