quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A máquina eleitoreira do PT, PMDB, etc. e o "maravilhoso mundo novo" que nos aguarda

Carlos Molina

“Quando o Lula fala que “não vai intervir no governo” e que este “tem de ter a cara da Dilma”, ao mesmo tempo em que diz que a oposição não deve fazer “política do estômago e da vingança” até parece que ele se afastará da política e que está pedindo trégua, mas pobre do opositor que acreditar nisto.

O PT, que surgiu enquanto força política própria na luta contra as contradições sociais existentes nos grandes centros, embora eleitoralmente vitorioso, não aceita o novo papel de ser hoje principalmente o caudal onde desemboca principalmente os votos dos grotões, já que na maior parte dos médios e grandes centros urbanos, onde um dia foi muito forte, perdeu as eleições na disputa entre o Serra e a Dilma.

O Lula, que durante a sua vida pouco governou e muito fez política partidária, irá durante o governo Dilma viajando pelo país e o mundo remontar a sua bem sucedida “Coluna Prestes” às avessas, a Caravana da Cidadania, como continuar no exterior sendo o “cara. Com estas práticas ele reforçou no imaginário popular a antiga imagem do “herói do ABC”, já que para construir e manter a imagem mítica o trabalho de reformulação da mesma tem de ser uma prática constante. É desta forma que a estória contada ganha no imaginário popular o “caráter de história”, de “realidade inquestionável”. Ele fora do governo e de suas amarras irá dar mais trabalho para a oposição do que dentro deste.

Em seu projeto de perpetuação no poder o PT e seus aliados devem no próximo governo colocar em postos chaves, onde tenham muita visibilidade, os quadros políticos que deverão disputar as prefeituras dos médios e grandes centros urbanos, pois estes sabem que sem retomarem estes espaços ficará mais difícil na próxima eleição aos governos e a presidência a consolidação do processo de “mexicanização” da política brasileira.

Este projeto envolvendo as cidades de médio e grande porte é o mesmo que um dia o “general Zé Dirceu” em conjunto com o Gushiken, João Paulo e iguais espalhados por todo o país montaram a partir da década de 90, quando com o apoio das máquinas sindicais e dos fundos de pensões conseguiram conquistar as prefeituras de importantes cidades, entre elas Campinas, Londrina, Ribeirão Preto, etc., como muitas prefeituras das capitais.

Hoje mantendo o poder federal e neste com as novas alianças conservadoras tanto no meio político como no empresarial que o financia fica muito mais fácil para o PT e os seus aliados ampliarem e manterem os espaços, pois enquanto bloco coeso inexiste a oposição.

Aqui no Paraná os petistas e seus aliados tentarão garrotear o governo Beto nas relações, que não será nada republicanas, com o governo federal, já que os partidários do André Vargas e outros dirigentes petistas, tal qual o Paulo Bernardo, já dizem que nada será liberado para o estado sem o aval dos mesmos. Eles também falam que dentro do limite do possível os recursos federais serão liberados diretamente as prefeituras, para assim enfraquecerem o governo estadual em sua ação política.

Do ponto de vista das mídias micro regionais a ação anestesiante já adotada pelo governo Lula, que liberou verbas publicitárias para mais de 7.500 meios de comunicações deverá ser amplificada e aperfeiçoada.

Aqui, como em todos os estados do país, já está sendo montada pelo PT e os seus aliados a rica e forte estrutura política visando 2.012, que é a ante sala para a manutenção da Presidência da República em 2.014, como da manutenção dos governos estaduais e a tomada dos ainda nas mãos da oposição.

O que pode atrapalhar estes planos é a realidade a ser enfrentada pelo governo Dilma em um mundo, embora o Lula diga ao contrário, onde a crise econômica estrutural não acabou e por sermos cada vez mais dependentes a partir do ano que vem começa a bater em nossas portas com maior intensidade.

Com o aprofundamento da crise internacional, que começa a atingir com mais força a China e os demais países asiáticos, as exportações de commodities deverão diminuir conjuntamente com o esgotamento da capacidade de endividamento e o aumento da inadimplência entre as camadas populares, que é o que artificialmente este ano, pelo aumento do consumo das linhas brancas, desacelerou o processo crônico de desindustrialização dentro do Brasil. Pelas altas taxas de juros e os elevados impostos a muito perdemos a nossa capacidade de agregar valores à produção pela exportação de produtos industrializados.

Se o governo não agir com rigor o desgaste deste será proporcional a inflação, recessão, baixa exportação e ao aumento do desemprego que está por vir se medidas de caráter nacional e popular não forem tomadas.

A Dilma, mesmo com o Lula e o PT continuando com a suas ações políticas paralelas em respaldo ao governo, não será a figura mítica do atual presidente, cuja imagem foi construída durante décadas e por isto, agora sem poder se esconder atrás da imagem do outro, mais sujeita aos desgastes no exercício poder.

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