quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Texto do Plínio Arruda um pouco antes de deixar o PT


Colunistas| 12/09/2005 |

PT EM DISPUTA

A esperança vence a lambança

Hoje os inimigos do PT estão fora e dentro dele. Fora está a velha direita de sempre. E dentro estão aqueles que querem destruí-lo para transformá-lo em partido da ordem. Isso seria a morte do PT. E para que é preciso destruir o PT?

Plínio de Arruda Sampaio

Eu me orgulho de ser petista. Por isso mesmo, sinto-me constrangido pelo envolvimento do partido nos escândalos que agitam o Congresso Nacional. As denúncias tomaram conta da imprensa. O PT tem sido acusado de ser um partido como todos os outros, a chafurdar no pântano da corrupção. Recuso-me a aceitar esta argumentação.

Quem roubou e corrompeu sob o manto do PT deve ser julgado por nossas instâncias e, provada a culpa, ser expulso, seja quem for.

O PT não foi inventado por ninguém em especial. Partido de verdade, como o nosso, não se inventa. Partido se encontra. Quando fundamos o PT, há 25 anos, ele já existia na sociedade. Alguns dos que estavam na luta política da época, entre os quais honrosamente me incluo, só tiveram de perceber isso. Era o final dos anos 1970, o ocaso da ditadura, e o Brasil vivia a mais estimulante ebulição política de todo o século XX. Eu acabara de voltar de um exílio de mais de 10 anos e me deparei com estudantes nas ruas, comitês a reclamar anistia para presos e exilados, donas de casa organizando marchas contra a carestia, trabalhadores a encher praças e estádios, moradores da periferia se organizando, a Igreja demandando liberdades democrárticas e muito mais.

Era uma força social até então adormecida que despertava ruidosamente, exigindo participar dos destinos nacionais. Ela era tão nova e imensa, que não cabia no figurino dos dois partidos existentes – Arena e MDB – e nem nas entidades institucionais de então. Esse vulcão social, sem que ninguém percebesse de imediato, já era o PT, muito antes de existir PT. Quando ele nasceu, em 1980, veio com a naturalidade daquelas idéias geniais: “por que isso não existia antes?”. Parecia óbvio, mas a sociedade brasileira, os de baixo, os setores populares organizados, tiveram de amadurecer para que a agremiação surgisse.

O PT é essa correnteza social com registro no TSE. Por isso não é um partido qualquer. Nasceu para mudar. Quando ataca-se o PT e tenta-se jogá-lo na vala comum, o que querem destruir não é um registro em cartório, não é uma sigla. Querem mostrar que o povo não pode entrar na cena política.

Hoje os inimigos do PT estão fora e dentro dele. Fora está a velha direita de sempre. E dentro estão aqueles que querem destruí-lo para transformá-lo em partido da ordem. Isso seria a morte do PT. E para que é preciso destruir o PT? Para fazer uma política econômica voltada para os bancos, para os especuladores, concentradora de renda, antinacional e antipopular. Precisam destruí-lo para fazer dele balcão de negócios. Precisam destruí-lo para fazer reformas neoliberais.

Por isso, a luta que se trava hoje pelo comando do PT não é apenas uma disputa intra-muros. Ela sintetiza um enfrentamento que está presente em toda a sociedade brasileira.

Todas estas enfermidades que vitimam o PT hoje têm uma origem: o partido, no governo, adotou e aprofundou a orientação econômica do inimigo, que tanto combatera no passado. Herdando a política, herdou também a base parlamentar e a maneira de negociar com ela, na base do “é dando que se recebe”. E essa política, manejada pelo ministro Palocci, saudado pelos banqueiros e especuladores como a oitava maravilha do mundo, não é dele. Não é de Henrique Meirelles. O presidente Lula avisou – para meu espanto - na última semana que essa diretriz é do governo.

Acho lamentável. Esta política é sua ruína; ela rompe laços construídos com o movimento popular que estão na base histórica do PT. Continuar com essa diretriz equivale a fazer com que o PT deixe de ser PT.

Por isso, tenho repetido em todos os lugares onde tenho ido difundir minha candidatura à presidência do partido: se o presidente Lula não mudar a política econômica, não há como apoiá-lo para a reeleição no ano que vem.

O título deste artigo é uma feliz criação de meu amigo Claudius Ceccon. Ele sintetiza o desejo de inúmeros petistas que votarão, no próximo dia 18, nas eleições internas, para que o PT volte a ser PT.

A primeira grande arma da guerra cibernética


Worm Stuxnet foi criado para desestabilizar sistemas de controle industrial

Ele já foi descrito como “fantástico”, “inovador” e “impressionante” pelos especialistas em segurança de computadores. O worm do Stuxnet, um pequeno software que infecta sistemas de controle industrial, é incrível de várias maneiras. Sua complexidade incomum sugere que ele seja fruto do trabalho de uma equipe de especialistas bem remunerados, provavelmente com o apoio de algum governo, ao invés de hackers solitários ou ciber-criminosos. Ele foi elaborado para infectar um tipo específico de sistema de controle industrial – em outras palavras, para tumultuar as operações de usinas específicas.

A epidemia do Stuxnet se concentra no Irã, o que leva a crer que os alvos originais eram as instalações nucleares do país. Esse é um novo tipo de ataque cibernético. Ao contrário dos esforços para interromper o acesso à internet na Estônia e na Geórgia (cuja culpa recaiu sobre a Rússia), ou os ataques aos sistemas norte-americanos (pelos quais a China é responsabilizada), essa é uma arma com um alvo específico, e foi chamada de ciber-míssil. Um ou mais governos (os principais suspeitos são Israel e os Estados Unidos) certamente estão por trás do worm. Após anos de especulações sobre esse tipo de ataque, o Stuxnet é um exemplo claro dos potenciais da guerra cibernética – e de suas limitações.

Muitas das discussões sobre a guerra cibernética se concentraram no potencial para um “Pearl Harbor digital”, no qual a matriz energética e a infraestrutura de um país seriam atingidas. Muitos desses sistemas são isolados da internet por razões de segurança. O Stuxnet, que explora falhas no Microsoft Windows para se espalhar para os sistemas individuais por meio de pen drives, mostra que eles são mais vulneráveis do que se pensava. A epidemia enfatiza a importância do reforço na segurança de sistemas de controle industrial, tanto com softwares como com políticas apropriadas. Redes “inteligentes” de eletricidade, que alojam partes importantes de sua infraestrutura na internet, devem ser cuidadosamente reforçadas.

O Stuxnet também revela o potencial das armas cibernéticas em atingir alvos específicos ao invés de simplesmente causar o máximo possível de caos. Várias usinas foram infectadas na Alemanha, por exemplo, mas nenhum dano foi causado porque elas não eram o alvo que o worm procurava. Tanta especificidade, juntamente com as dificuldades de rastreamento, interessa aos governos que buscam desestabilizar um alvo sem necessidade de um ataque militar, e firmas interessadas em sabotar seus rivais.

A ciber-guerra não declarada

Mas o worm também realça as limitações dos ciber-ataques. O Irã admite que alguns computadores foram infectados na usina nuclear de Bushehr, mas diz que nenhum dano foi causado. O alvo provavelmente eram as centrífugas da refinaria nuclear de Natanz, que sofreram uma redução no último ano, o que pode ou não ter sido uma obra do Stuxnet. Mas ainda que o worm seja responsável por isso, ele só teria atrasado o programa nuclear iraniano, não acabado com ele. Mas um ataque cibernético não se compara a um ataque físico. O primeiro precisaria de semanas para ser superado. O segundo, anos.

O Stuxnet pode não ter criado o dano que seus criadores imaginavam, mas conseguiu minar o consenso de que o Ocidente seria a vítima e não o perpetrador de um ataque cibernético. Também ilustra a obscuridade desse tipo de ataque. É difícil definir quem está atacando quem, e se um ataque foi bem sucedido, ou mesmo se ele aconteceu. Ao que tudo indica, assim será a ciber-guerra.

A Unicamp na trajetória de Serra

Colegas e ex-alunos de José Serra no Instituto de Economia relembram seu perfil acadêmico

A Unicamp na trajetória de um governador eleito

Janeiro de 1978. Após catorze anos no poder, a ditadura militar dá sinais de declínio. A Justiça responsabiliza a União pela morte do jornalista Vladimir Herzog e, ainda no mesmo ano, o então presidente Ernesto Geisel revoga o AI-5. Exilado desde 1964 por conta de sua atuação à frente da União Nacional dos Estudantes (UNE), o economista José Serra – governador eleito de São Paulo nas eleições de 2006 – prepara-se para voltar ao Brasil. E é pelas portas da Unicamp, na qualidade de professor, que pretende retomar a vida em seu país.

Embora a pena de prisão imposta pela ditadura houvesse prescrito naquele ano, o reingresso no mundo acadêmico brasileiro não seria de todo tranqüilo. Arestas tiveram de ser aparadas. Serra constara de listas negras da USP desde o tempo de estudante da Escola Politécnica, estivera exilado no Chile de Allende e, com a ascensão do ditador Pinochet em 1973, refugiou-se nos Estados Unidos, onde fez carreira acadêmica. Em 1977, podia ser encontrado na Universidade de Princeton como professor visitante. Os economistas da Unicamp, liderados por João Manuel Cardoso de Mello, ansiavam pela contratação do colega, mas o processo estava parado na gaveta do coordenador dos Institutos, o físico Sérgio Porto, que tinha birra com os intelectuais de esquerda.

Aos 36 anos, José Serra assumiu aulas na graduação e na pós-graduação, ensinando Economia Política, Política e Programação, Análise Macroeconômica, Economia Brasileira e Teoria Econômica. Àquela altura, já era mais que um simples professor. Sua convivência com economistas heterodoxos da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que fazia contraponto aos monetaristas da chamada “Escola de Chicago”, estimularia a produção de trabalhos que constam até hoje na lista de textos básicos.

Um deles, o conhecido Além da Estagnação, escrito em colaboração com Maria da Conceição Tavares e publicado em 1970, se tornaria um clássico do pensamento desenvolvimentista latino-americano. Na ocasião, predominava na Cepal a visão – expressa por Celso Furtado, por exemplo – de que as economias da América Latina, em especial a brasileira, apresentavam uma tendência à estagnação. O texto publicado faz uma crítica a essa interpretação, alegando que o declínio das taxas de crescimento da economia brasileira na ocasião não representava uma tendência persistente à estagnação, mas apenas uma crise episódica, que poderia ser superada.


Em 1981, três anos após entrar para os quadros da Unicamp, Serra publicaria outro importante trabalho: Ciclos e mudanças estruturais na economia brasileira do pós-guerra. Nele, o autor descreve e analisa as principais tendências e transformações da economia brasileira no período posterior à Segunda Guerra Mundial. “É um texto de referência”, observa Paulo Baltar, professor e ex-diretor do Instituto de Economia, e colega de Serra no início da década de 1980. A produção inclui outros trabalhos de relevância acadêmica, abordando temas gerais como A trajetória do desenvolvimento brasileiro de JK aos anos 80, e outros mais específicos, como sistema tributário e saúde.

No Link: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2006/ju340pag2.html

Jornal Unicamp

Em 1983, Serra se licenciou da Unicamp para assumir o cargo de secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo no governo Franco Montoro (1983-1987). Na seqüência, foi eleito deputado federal e senador, nomeado ministro do Planejamento e da Saúde, e escolhido prefeito de São Paulo. A mudança para a esfera política não chegou a causar surpresa entre os alunos do até então professor. “Já naquela época ele gostava de debater política”, recorda Claudio Dedecca, aluno de Serra na graduação e hoje no corpo docente do Instituto de Economia.

O perfil descrito pelo professor Waldir Quadros, aluno de Serra no mestrado e atual secretário municipal de Cidadania, Trabalho, Assistência e Inclusão Social em Campinas: “Nos debates em classe, ele era muito convicto de seus pontos de vista”, afirma. “E sabia defendê-los”, completa. O estilo discreto, pouco exuberante, citado como uma das marcas registradas de Serra, foi logo assimilado pelos estudantes. “Era o jeitão dele mesmo”. Na pós, entre os alunos de Serra figurariam Aloizio Mercadante, Antonio Kandir e Plínio Soares de Arruda Sampaio Júnior, entre outros nomes.

Nem mesmo a carreira política interrompeu o viés acadêmico de José Serra. Na verdade, foi a vida de estudante que despertou o militante político. Sua trajetória teve início aos 18 anos, quando ingressou no curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da USP, que não chegou a concluir. Nesse período, foi presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1963. Com o golpe militar de 1964, exilou-se na Bolívia, no Uruguai e, em seguida, no Chile, onde fez o curso de Economia da Cepal, em 1966, especializando-se em Planejamento Industrial. Fez mestrado em Economia pela Universidade do Chile (1968), da qual foi professor entre 1968 e 1973. Em 1974, o mestrado e o doutorado em Ciências Econômicas na Universidade de Cornell, Estados Unidos. Também figurou como membro do Institute for Advanced Study, de Princeton.

As derrotas na política funcionaram como estímulo ao desenvolvimento intelectual. Quando perdeu a disputa presidencial em 2002, tirou um período sabático em Princeton, nos Estados Unidos, onde se dedicou a estudar teorias de desenvolvimento. “São paradas estratégicas de reflexão”, disse ele na época. De certa forma, essa tendência de manter-se ligado à esfera acadêmica talvez expresse o desejo de preservar as próprias raízes. E, embora já não exista o que se poderia chamar de pensamento da Cepal, há, segundo João Manuel Cardoso de Mello, pessoas que pensam criativamente a partir da herança cepalina. “José Serra é uma delas”, garante o economista que trouxe o governador eleito de volta ao Brasil.

Propaganda eleitoral volta na sexta-feira. Saiba como será



O horário eleitoral gratuito no rádio e na TV recomeça nesta sexta-feira, 8, e vai até o dia 29 de outubro, antevéspera do segundo turno das eleições 2010.

Serão dois blocos diários de 20 minutos cada, com dez minutos para Dilma Rousseff e outros dez minutos para José Serra. Nos estados em que haverá segundo turno para governador, mais dois blocos.

No rádio, a propaganda eleitoral gratuita para o segundo turno será veiculada às 7h e às 12h e, na televisão, às 13h e às 20h30m. O TSE decidiu que Dilma será a primeira a aparecer por ter sido a mais votada no primeiro turno.




Olá, esta mensagem é para você que acreditou no Novo Paraná e nos ajudou a conquistar um novo tempo.

Atribuo a nossa vitória nas eleições do dia 3 de outubro ao seu trabalho e dedicação ao longo de toda a campanha, nos últimos meses.

Você foi incansável. Você acreditou fervorosamente, até o último instante, na nossa consagração nas urnas.

Não vacilou nem hesitou um único momento.

Mesmo nas horas mais difíceis, quando fomos mais duramente atacados, você perseverou obstinadamente na luta.

Seu empenho ardoroso me deu a força vital de que eu precisava para continuar empunhando a bandeira da renovação, da ética e de uma forma de fazer Política com respeito e diálogo.

A batalha foi dura e isso tornou a vitória ainda mais saborosa.

Por tudo isso, quero expressar a minha mais profunda gratidão a você, o maior responsável pela condução de nossa vitoriosa campanha.

Tenho um compromisso com você, e com todos os cidadãos paranaenses, fixado em nosso plano de governo.

Não vou decepcioná-lo.

Muito obrigado, de coração, e até o dia da nossa posse, em 1º de Janeiro de 2011.

Grande abraço com minhas saudações social-democratas.

Beto Richa

A Vovó Naná não dorme: PF prende piratas que agiam no Porto de Paranaguá

Do Bem Paraná

Trinta pessoas foram presas hoje (6) na Operação Colônia da Polícia Federal por suspeita de desviar carga do Porto de Paranaguá. As ações começaram na madrugada a fim de cumprir 121 mandados de prisão preventiva e 98 de busca e apreensão no Paraná, Santa Catarina e São Paulo para prender integrantes de seis quadrilhas. Um policial civil foi preso e 320 agentes participam da operação. Os presos estão sendo encaminhados para a sede da PF, em Curitiba.

De acordo com o agente da Policia Federal Marcos Koren participam também da operação membros do Ministério Público do estado. Ambos receberam denúncias encaminhadas por empresas que haviam sido lesadas.

Somente em Paranaguá são seis quadrilhas que desviaram este ano aproximadamente 2 mil toneladas de cargas como grãos, fertilizantes, óleo de soja. As suspeitas são de que esse tipo de crime vinham ocorrendo há vários anos e que essas quadrilhas chegaram a desviar anualmente até 3 mil toneladas de cargas.

Koren informou que há mandados de prisão preventiva contra três policiais civis envolvidos em extorsão e prevaricação, além de um advogado, que coordenava os desvios. Um policial já foi preso esta manhã. Também há suspeita do envolvimento de um fiscal da Receita estadual.

Com o apoio de várias órgãos de segurança do Paraná, durante as investigações, que ocorreram em sigilo, foram feitas 24 prisões em flagrante e apreendidos 11 caminhões, com desvios que somariam 350 toneladas de produtos, além do furto de duas carretas.

A PF constatou também que essas quadrilhas agiam em Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Com a continuidade das investigações, novas prisões devem ser decretadas nos próximos dias.

Resultado da eleição frustra bancada feminina

Thomaz Pires

A bancada feminina no Congresso permanece inalterada com os resultados mantidos até o momento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Contrariando as pesquisas e a margem de crescimento, uma média de quatro novas parlamentares por eleição, a presença feminina no Legislativo em 2011 permanecerá a mesma: 56 representantes – 12 no Senado e 43 na Câmara. Mesmo tendo quase dobrado o número de candidatos na Câmara em relação à disputa de 2006, 40% a mais, o resultado final das urnas não acompanhou o crescimento.

A composição na Câmara perdeu uma representante e fechou o saldo com 43 eleitas. Em compensação, no Senado oito mulheres foram eleitas e garantiram 12 integrantes. Elas se somam a três senadoras com mandato até 2015 e uma suplente, Ana Rita Esgário (PT-ES), que assume no lugar de Renato Casagrande (PSB), eleito governador do Espírito Santo.

As modificações promovidas pela minirreforma eleitoral (Lei 12034/2009) alavancaram o número de candidatas na corrida eleitoral. Pelo texto aprovado, 30% das vagas passaram a ser destinadas às mulheres,que passaram a contar com 5% da cota dos fundos partidários para as suas campanhas. Também ficaram reservados a elas pelo menos 10% do tempo na propaganda eleitoral.

Mas a avaliação é que os avanços na legislação eleitoral não foram suficientes para trazer mais mulheres ao Congresso. Coordenadora do Centro Feminista de Estudo e Assessoria (Cefemea), Fernanda Feitosa avalia que os resultados das eleições podem ser encarados como um retrocesso. “Os partidos preencheram as vagas apenas para cumprir a exigência. Ainda faltou o apoio político para o crescimento da presença feminina tanto na Câmara como no Senado”, explica Fernanda.

Apesar da frustração, há alguns números positivos. Entre os dez candidatos mais votados, três foram mulheres: Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que foi a quarta mais votada em todo o país, com 482 mil votos, Ana Arraes (PSB-PE), quinta mais votada com 387 mil votos, e Bruna Furlan (PSDB-SP), décima, com 270 mil votos.

“O simples fato da bancada não ter crescido já é uma grande lamentação. Teremos agora que tentar sensibilizar os deputados solidários aos temas de apoio à mulher. Acho que esse será um dos desafios para esta nova legislatura”, lamenta Manuela.

De acordo com os números da votação, o estado do Mato Grosso do Sul foi o único a alcançar mais de 30% de candidaturas femininas. Já a região Nordeste que teve o pior desempenho de participação feminina nas eleições na disputa ao cargo de deputado federal com 14,3% das candidaturas de mulheres em razão do alto número de impugnações. O destaque positivo ficou para as regiões Sul e Norte com 22,8% e 22,7%, respectivamente.

Com a guerra em andamento entre o Requião e o Pessuti a Dilma vai enfrentar problemas no PR



Folha de Londrina

Convite para o governador Orlando Pessuti participar da coordenação da campanha da petista no Estado desagrada ala do PMDB ligada a Requião

A coordenação de campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT) no Paraná pode enfrentar problemas antigos. Ontem líderes do PT paranaense convidaram o governador Orlando Pessuti (PMDB) e o senador, e candidato derrotado ao governo, Osmar Dias (PDT) para participar da coordenação dos trabalhos no Estado. O convite a Pessuti desagradou a ala do PMDB ligada ao ex-governador e senador eleito Roberto Requião (PMDB).

A briga entre Requião e Pessuti já fez inúmeras vítimas entre correligionários do ex-governador que detinham cargos no governo. E também colocou Osmar na situação delicada de ter que defender o governo do antigo concorrente. Requião esteve na segunda-feira, em Brasília, em encontro com Dilma para discutir a campanha do segundo turno. Ele teria se comprometido a trabalhar pela eleição da petista no Estado.

De volta ao Senado, Requião detona Pessuti

Depois de governar o Paraná por oito anos, Roberto Requião (PMDB) está de volta ao Senado federal. Ele foi o segundo mais votado na eleição deste domingo (3), com 2,6 milhões de votos. Em entrevista à jornalista Raquel Rodrigues, da rádio CBN Londrina, o peemedebista disparou contra a imprensa e contra seu antigo aliado e atual governador, Orlando Pessuti:

"Derrotei a grande imprensa que trabalhou contra mim e o atual governador Pessuti, que assumiu contrariando tudo que eu fiz, tomando medidas absurdas. Foi uma afirmação, tive no Paraná um voto ideológico, das pessoas que acreditaram no que eu fiz"

Mega-Sena sorteia hoje R$ 115 milhões; valor é maior já pago em concurso regular


O concurso de número 1.220 da Mega-Sena, que será sorteado na noite desta quarta-feira, deve pagar R$ 115 milhões para a aposta que acertar as seis dezenas, segundo estimativa da Caixa Econômica Federal. Se confirmada a expectativa, esse será o maior prêmio já registrado entre os sorteios regulares da modalidade.

O maior valor pago nos concursos regulares foi de R$ 90 milhões, sorteado no início do mês de setembro e dividido por sete bilhetes. A Mega-Sena já pagou R$ 144,9 milhões, mas foi pago no sorteio especial da Mega-Sena da Virada, em 31 de dezembro do ano passado.

De acordo com a Caixa, o acúmulo de R$ 115 milhões é resultado de oito sorteios sem vencedor na faixa principal e mais um valor adicional de R$ 18 milhões acumulado para o concurso de final zero.

Quem quiser tentar a sorte no próximo concurso, deve fazer suas apostas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio. A aposta mínima, de seis números, custa R$2.

O valor aplicado na poupança, por exemplo, seria possível conseguir uma renda mensal de aproximadamente R$ 700 mil. A Caixa afirmou ainda que o prêmio seria suficiente para comprar uma frota de 4.600 carros populares ou 23 mil motocicletas de 125cc.

Lula determina guinada na campanha de Dilma, que vai explorar privatizações


Folha.com

O presidente Lula e os governadores eleitos cobraram ajustes na estratégia de campanha de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. Uma delas é explorar o tema privatizações nos programas de TV, numa reedição do que foi feito em 2006.

Outra orientação foi tirar a agenda religiosa, incluindo a polêmica do aborto, imediatamente do foco da campanha, e usar os programas de TV para comparar os projetos de governo petista e tucano.

Acatando críticas dos governadores eleitos, Lula determinou que Dilma se aproxime mais das pessoas e da imprensa, acabando com o tom cerimonial e com o cerco de segurança de suas viagens e entrevistas.

Durante reunião com governadores eleitos, ontem no Alvorada, Lula disse que a campanha de Dilma tem de enfrentar a polêmica do aborto, mas não pode deixar que o tema domine o segundo turno, fazendo o jogo que interessa a José Serra.

"FROUXIDÃO MORAL"

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) foi anunciando como um dos novos coordenadores da campanha, para a região Nordeste.

Logo na estreia, Ciro fez críticas indiretas aos recentes escândalos de irregularidades no governo, como a demissão de Erenice Guerra e a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB.

Ele disse que os eleitores que apoiaram Marina Silva (PV) no primeiro turno estão preocupados com a "frouxidão moral" demonstrada "aqui e ali" e que a ida de Dilma ao segundo turno foi uma "lição de humildade".

O deputado teve sua pré-candidatura abortada pelo PSB no início do ano, por pressão de Lula. Na ocasião, ele disse que Serra era mais preparado do que Dilma e chamou o PMDB de "ajuntamento de assaltantes".

Outras mudanças foram notadas na entrevista de Dilma. A candidata inaugurou a prática de falar em meio à aglomeração dos repórteres. O objetivo é passar para as TVs imagem menos formal.

Outra foi o tom de sua fala. Disse que o governo Lula também atendeu à classe média e frisou que sua campanha irá explorar as comparações na área social e o viés privatizante do PSDB.

"Nosso objetivo principal é deixar cada vez mais claro que se trata do confronto entre dois projetos. Um projeto é necessariamente uma volta ao passado", afirmou.

"Sem dúvida a gente tem que comparar a questão das privatizações. E o tratamento que eles deram à Petrobras, quando tiraram até o que é mais brasileiros, que é o 'bras', e tentaram colocar o 'brax'", disse, se referindo a ideia de 2000 de trocar o nome para "PetroBrax".

Dilma falou rapidamente sobre a polêmica em torno do aborto. Limitou-se apenas a dizer que defende a vida.

"Passei por uma experiência espiritual muito forte, que foi o nascimento do meu neto."

Requião culpa Pessuti pelo seu fracasso




Do blog do Fábio Campana:


A grosso modo, há dois tipos de derrotados em política. Os que assumem os seus erros e os que procuram um demônio para transferir a culpa pelos seu insucesso.

Requião saiu desta eleição com o ressaibo do derrotado na boca. De calças na mão. Literalmente. Quase perde para Gustavo Fruet, o que o deixaria na planície sem mandato e sem imunidades. Foi salvo pelas pesquisas que esconderam a ascenção de seus adversários e impediram uma onda para derrotá-lo.

Agora Requião responsabiliza o governador Orlando Pessuti pelas sua decadência. É o demônio da vez. Ontem, em Brasília, dizia que se o Beto Richa não se cuidar vai receber o Estado falido. E jurou para os mais íntimos que não vai deixar Pessuti em paz por muito tempo. Só sossega quando Pessuti se candidatar a vererador de Jardim Alegre.

Apenas 10,9% das mulheres descobrem o câncer de mama em fase inicial

Clarissa Thomé/AE
Entre as mulheres diagnosticadas com câncer de mama, 45,3% descobrem a doença em estágio avançado e apenas 10,9% ficam sabendo da doença no início, quando a chance de cura é maior.

Além disso, as pacientes que se tratam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) precisam esperar 188 dias, em média, entre o diagnóstico e a cirurgia - tempo que cai para 15 dias se a pessoa tiver plano de saúde.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 5, no Rio de Janeiro, durante o lançamento da campanha Outubro Rosa, movimento mundial de mobilização para prevenção do câncer do mama.

No ano passado, foram diagnosticados 49.343 novos casos no País, que custaram US$ 157 mil (R$ 262 mil). Em 2020, a previsão é de que o Brasil tenha cerca de 63 mil ocorrências, com custo estimado em US$ 208 mil (R$ 347 mil).

"Primeiro, nós lutamos pela aprovação da Lei 11.664/2008, que assegura o direito à mamografia [em mulheres acima de 40 anos]. Agora, queremos acesso ao diagnóstico e ao tratamento imediato", disse Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Oceano pode ter 1 milhão de espécies


Os dados compilados de uma década de pesquisa permitem estimar que os oceanos abrigam mais de 1 milhão de espécies de fauna e flora, das quais 250 mil (25%) já foram descritas pela ciência, desde algas minúsculas até baleias gigantescas. Sem contar as espécies de micróbios, estimadas em mais de 1 bilhão.

Os números da pesquisa necessária para chegar a essas estimativas são igualmente impressionantes. Mais de 2,7 mil cientistas contribuíram informações para o censo. Foram realizadas 540 expedições marítimas, totalizando mais de 9 mil dias de pesquisa no mar. Sem contar o tempo de pesquisa em terra, nos laboratórios de 670 instituições, distribuídas por mais de 80 países (incluindo o Brasil). Tudo isso ao custo de US$ 650 milhões, pagos por centenas de fundações e organizações.

Os resultados práticos estão distribuídos por mais de 2,6 mil trabalhos científicos publicados ao longo da década, agora compilados numa série de livros, mapas e ferramentas digitais de apoio à pesquisa. A principal delas é o Sistema de Informações Biogeográficas Oceânicas, um banco de dados público na internet com informações sobre a biologia e a distribuição de mais de 120 mil espécies marinhas.

Os cientistas fizeram um pente-fino em todos os ecossistemas oceânicos, desde praias até planícies abissais, milhares de metros abaixo da superfície. E encontraram vida em todos. Das 250 mil espécies já conhecidas, cerca de 1,2 mil foram coletadas e descritas pelo projeto. Além de outras 5 mil que poderão ser descritas nos próximos anos, com base em espécimes coletados, mas ainda não estudados.

Alerta. Em contraste com essa enorme biodiversidade, os pesquisadores registraram o impacto devastador do homem sobre muitos desses ecossistemas e suas espécies associadas. Os dados do censo confirmam estimativas feitas nos últimos anos de que 90% das populações de grandes peixes marinhos já foram aniquiladas pela pesca predatória.

"O censo nos mostrou como o mar é, como foi e como pode ser se decidirmos tomar conta do nosso "planeta oceano". Os habitantes do mar nos alimentam, nos protegem das tempestades, são fonte de remédios e de prazeres, mas agora precisam de nós tanto quanto precisamos deles", disse ao Estado a bióloga Nancy Knowlton, do Museu Nacional de História Natural, em Washington, autora de Citizens of the Sea (Cidadões do Mar), um dos livros produzidos pelo projeto.

TSE: Propaganda do 2º turno deverá começar na sexta

MARIÂNGELA GALLUCCI/AE

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, proclamou hoje à noite o resultado provisório do primeiro turno da eleição presidencial e determinou que, com base nesse resultado, sejam iniciadas as providências para a realização do segundo turno. Ele anunciou que a candidata do PT, Dilma Rousseff, teve 46,91% dos votos válidos e o tucano José Serra, 32,61%. Como nenhum dos dois teve a maioria dos votos, o segundo turno tem de ser realizado.

Com a proclamação do resultado, as emissoras de rádio e TV deverão reservar, no prazo de 48 horas, espaço para veiculação do horário eleitoral. Com isso, a propaganda presidencial do segundo turno deverá ter início na próxima sexta-feira.

Aliados do governo querem Lula menos agressivo no segundo turno

Celso Junior/AE

Argumento eleitoral. Lula, com governadores e senadores recém-eleitos, no Alvorada: "Fui muito duro em alguns Estados, mas precisava ajudar a eleger"
Os aliados também listaram entre as razões para Dilma não ter vencido no primeiro turno o escândalo do tráfico de influência na Casa Civil da ex-ministra Erenice Guerra, o debate sobre o aborto e, como disse o governador reeleito de Pernambucano, Eduardo Campos (PSB), "o voto chique da juventude de classe média" em Marina Silva (PV).

Campos, recordista com 82% de votos nas disputas estaduais, puxou as críticas ao embate com a mídia. "Nós vivemos além das pancadas que recebemos", ensinou na reunião de anteontem com Dilma. O alerta foi reforçado pelo governador da Bahia, Jaques Wagner, petista reeleito no primeiro turno com 63% dos votos. Também sem citar Lula, Wagner chamou a briga com a imprensa de "batalha perdida". "Passou arrogância, colocou medo em alguns setores que viram nessa postura um exagero. A liberdade de imprensa é um valor da sociedade e muita gente se abrigou no campo de Marina por causa disso", comentou um dos presentes.

Segundo relatos colhidos pelo Estado sobre os bastidores das reuniões, o governador da Bahia disse diante de Dilma e aliados que as críticas enfurecidas à imprensa "são facilmente entendidas como tentativas de coerção". E acrescentou que essa atitude desfoca o próprio PT. "Nós nascemos da contestação ao autoritarismo e acabam nos colocando a pecha de autoritários."

"Muito duro". As avaliações críticas foram feitas depois que Dilma pediu aos aliados para dizerem o que tinham visto de positivo e negativo na campanha e o que precisava mudar para o segundo turno.

Ontem, também em reunião que juntou no Alvorada meia dúzia de governadores e uma dezena de parlamentares e ministros, Lula admitiu que se excedeu nas críticas, mas disse que precisou dar "um freio de arrumação" na campanha. "Eu fui muito duro em alguns Estados por onde passei, mas precisava ajudar a eleger alguns senadores", justificou. Rindo, disse aos governadores que no segundo turno "o Lulinha paz e amor estará de volta". Acrescentou que "acusações não ficarão sem resposta".

Em tom de provocação, Lula aproveitou para comemorar a derrota de antigos opositores, caso do tucano Tasso Jereissati, que perdeu a eleição para o Senado. "Esse cara acabou com o Tasso no Ceará", disse, apontando para o senador eleito Eunício Oliveira (PMDB).

Incomodado com o noticiário sobre tráfico de influência envolvendo a Casa Civil da então ministra Erenice Guerra e seus filhos, Israel e Saulo Guerra, o presidente passou a criticar a imprensa durante a campanha.

"A liberdade de imprensa não significa que você pode inventar coisas o dia inteiro. Liberdade de imprensa significa que você tem liberdade para informar corretamente a opinião pública para fazer crítica política e não o que a gente assiste de vez em quando", afirmou Lula, levantando a suspeita de que as notícias eram inventadas.

Esse discurso, por exemplo, foi feito durante cerimônia de inauguração do trecho Colinas do Tocantins-Palmas da Ferrovia Norte-Sul no dia 21 de setembro. "Não tem mais aquele negócio: deu na televisão é verdade, acabou", acrescentou.

PMDB reclama. Anteontem à noite, em jantar na residência oficial do presidente da Câmara e vice de Dilma, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), um grupo de peemedebistas também reclamou do comando da campanha. Disseram que a candidata ficou "muito distante" dos aliados e o partido não teve como interferir na campanha.

A cúpula peemedebista lembrou que alertou Dilma sobre o risco da polêmica sobre o aborto. "Fizemos alertas, mas disseram que se tratava de uma questão segmentada e sem influência sobre os votos da Dilma, que venceria no primeiro turno", relatou um dos presentes ao jantar.

Beto Richa participa nesta quarta-feira em Brasília, da reunião da coordenação nacional da campanha de José Serra




O governador eleito do Paraná, Beto Richa, participa nesta quarta-feira (6) às 15h, em Brasília, da reunião da coordenação nacional da campanha de José Serra à Presidência da República. A reunião, da qual participam governadores e senadores eleitos, discutirá a estratégia da campanha de Serra nos estados.

“Sou um soldado para ajudar o José Serra, dentro de minha modesta contribuição com nossa liderança aqui no Paraná. Entro na campanha do Serra de corpo e alma. Vamos fazer o máximo, agora de maneira exclusiva, para conseguir ampliar bastante a vantagem que o Serra obteve no Paraná”, diz Richa “Nosso pessoal está todo mobilizado, as lideranças, os prefeitos. Estamos segurando os comitês regionais no estado todo. Vamos trabalhar intensamente e vamos aumentar a vantagem neste segundo turno.”

A DERROTA DOS CRIMINOSOS INSTITUTOS DE PESQUISAS

Gustavo Fruet - Para Gustavo, o momento é de serenidade, mas deve servir também para reabrir a discussão sobre as pesquisas eleitorais no Brasil. O resultado da eleição para o Senado no Paraná contrariou frontalmente a pesquisa divulgada pelo Ibope na véspera da eleição, que apontava uma vantagem de 24 pontos da primeira colocada e de 20 do segundo colocado sobre Gustavo Fruet. Abertas as urnas, a diferença de Gustavo para o segundo colocado não chegou a dois pontos e para a primeira colocada, ficou em seis pontos.

A vitória de Beto Richa também não foi prevista pelo Ibope, responsável pela última pesquisa divulgada antes da eleição. “Isto é muito sério e já vinha ocorrendo em eleições anteriores. Espero que as pesquisas sejam objeto de análise pela Justiça Eleitoral”, defendeu Gustavo. Como deputado federal, ele é autor de um projeto que torna obrigatória a realização de auditorias em pesquisas eleitorais.


Correio do Povo de Alagoas - O resultado da votação para governador de Alagoas contrariou os institutos de pesquisa e apontou para o cenário aparentemente menos provável. A definição das urnas foi de encontro a todos os levantamentos, que em nenhum caso apontou um segundo turno entre Teotonio Vilela Filho (PSDB) e Ronaldo Lessa (PDT). Todas as pesquisas previam um segundo turno com a participação do senador Fernando Collor de Mello (PTB), que acabou ficando fora da disputa. Com 99,8% dos votos apurados, Teotonio já confirmou a primeira colocação com mais de 534 mil votos, ou 39,5% dos válidos. Ronaldo Lessa (PDT) garantiu a segunda vaga com mais de 393 mil votos – 29,1% do total válido. Fernando Collor apareceu com 388 mil votos - 28,8% do total válido.


PPS - O PPS vai pedir na próxima semana uma ampla investigação na Câmara dos Deputados sobre a relação entre os institutos de pesquisa e os candidatos. A proposta partiu do deputado federal eleito Rubens Bueno (PPS-PR), que considera "criminosos" os erros que vem sendo cometidos nos últimos pleitos.

Segundo ele, os últimos levantamentos demonstram grandes distorções, que induzem os eleitores e influenciam diretamente nos resultados das eleições. Ele cita como exemplo a diferença de votos entre os candidatos ao Senado no Paraná – Gustavo Fruet (PSDB) e Roberto Requião (PMDB). No Ibope da véspera das eleições, Fruet aparecia com 27% das intenções de voto e Requião com 47%. O resultado foi bem diferente: Requião teve 24,8% dos votos e Fruet 23,1%.

Outro erro grotesco apontado por Rubens diz respeito a eleição para o Senado em São Paulo. Um dia antes da eleição, o Ibope apontava empate entre Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PCdoB ), ambos com 27% dos votos válidos. Aloisyo Nunes Ferreira (PSDB) aparecia em terceiro lugar com apenas 19% dos votos válidos. Nas urnas, o tucano foi eleito em primeiro lugar com 11.189.168 votos (30,42%) e Marta teve 8.314.027 votos (22,61%). Netinho, dado como eleito pelo Ibope, ficou de fora com 7.773.327 votos (21,14%).


Valmor Stédile/Blog JA - Não acho que o Ibope confirmou as tendências – de queda do tucano e crescimento de Osmar Dias – porque a disputa para a sucessão estadual vinha polarizada desde o início. O que se confirmou, na verdade, é quanto estava (e continua) correta aquela advertência de Leonel Brizola: os institutos de pesquisas passam agosto e setembro faturando enquanto tentam conduzir o eleitorado como se fosse uma boiada, aí chegam nas vésperas ajustando os ponteiros para deixá-los condizentes ou mais próximos da verdade eleitoral que será revelada nas urnas. Até este “empate nos 45″ cheirou à manobra, essa gente é mesmo capaz de tudo (até de fraude) pelo poder. Como disse Shimon Peres, amigo de Brizola, “pesquisas são como perfumes, boas para cheirar e perigosas de engolir”.


Eduardo Schneider/HoraHnews - Os institutos de pesquisa deram vexame de Norte a Sul do Brasil. Registraram erros clamorosos e saíram desmoralizados desta eleição. Até o último dia institutos importantes como o Ibope asseguravam uma possível vitória de Dilma no primeiro turno. O Datafolha, que ensaiou assinalar a queda da petista e o segundo turno, fez uma suspeita correção de rota apontando uma inexistente recuperação da petista e sua provável vitória no primeiro turno. Nem se fale no Vox Populi, cujo presidente, Marcos Coimbra virou uma espécie de histérica passionária petista e passou a escrever artigos inflamados proclamando a inevitável vitória da companheira Dilma, com a mesma fé equivocada com que o velho Marx preconizava a inevitabilidade do socialismo. O Vox soterrou o que restava de sua credibilidade em cova rasa antevendo uma vitória da petista no primeiro turno com uma margem doze pontos sobre a soma dos adversários...


Saul Bogoni/Diário do Noroeste - OS INSTITUTOS DE PESQUISAS vão ter que rebolar para convencer o eleitorado de que seus dados eram corretos e refletiam as informações que os pesquisados realmente ofereciam. Isto porque erraram no Paraná, tanto a governador do Estado como a presidente da República. Dilma tinha larga vantagem no Paraná e a Marina estava lá embaixo, mas o resultado mostrou uma grande diferença. As pesquisas davam Dilma como eleita no 1º turno, mas isto não aconteceu.


Carlos Chagas/Tribuna da Imprensa - Desmoralização, mesmo, aconteceu com os institutos de pesquisa. Erraram no atacado e no varejo. Ate na boca de urna concluíram pela vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno. Ignoraram a potencialidade de Marina Silva. E surripiaram centenas de milhares de votos de José Serra. No plano estadual, jogaram todas as fichas na vitória de Agnelo Queirós no primeiro turno, em Brasília, apostaram na eleição apoteótica de Geraldo Alckmin, em São Paulo, e de Marconi Perilo, em Goiás, bem como na passagem de Fernando Collor para o segundo turno, nas Alagoas...

 
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