quinta-feira, 1 de abril de 2010

REPENTE POPULIS


A praça é do povo
como o povo Ă© da polĂ­s
que nĂ£o deveria ter dono
e ser sempre de ninguém
para que na praça fôssemos
todos um sĂ³ povo avançando
além da polis esbulhada pelos
donos que da praça ressuscitaram
o circo: a arena romana agora,
como outrora, em mĂ£os pagĂ£s,
as de cesares executivos do poder nomeado
no tĂ­tulo precĂ¡rio do voto, da senha de nĂºmeros
memorizados nos brioches dos santos dos Ăºltimos dias.

Nem Pompéia nem Herculano.
A odisséia, hoje, é do fulano
batizado no sufrĂ¡gio com o suplĂ­cio
de quem ainda (sempre) Ă© beltrano.
Ou, quando muito, um Cyrano.
De tal que, ciclano, no cĂ­rculo, na mandala
(limite) da praça do povo , é o Zé.

EntĂ£o, Ă  Drummond... E agora, povinho?
A festa acabou.
O que sobrou do luxo, do fausto do anfitriĂ£o fulano
Ă© o lixo de quem, miseravelmente, Ă© tema do
graduado em mote, no moto perpétuo do ato oficial
contĂ­nuo de medidas provisĂ³rias.
Por decreto, a lei.
E por lei o decreto dos donos da praça.

Caos Markus

A VELHA ARENA ROMANA SE REPRODUZ


Embora seja descendente de tropeiros se na minha vida fui pĂºblico em trĂªs rodeios foi muito, pois nunca apreciei este cenĂ¡rio.

NĂ£o gosto da visĂ£o do touro enlouquecido e da do peĂ£o arrebentado, mas o pĂºblico, em suas vidas pacatas carentes de adrenalina, gosta. O que demonstra um lado perverso. A desgraça do touro e a do peĂ£o faz a "diversĂ£o".

Na infĂ¢ncia e começo da adolescĂªncia apreciava as cavalgadas, o manejo de algumas cabeças de gado leiteiro e a doma de animais na qual quando bem feita, assim nĂ£o havendo violĂªncia no contato, surge a relaĂ§Ă£o de afeto e cumplicidade entre o domador e o cavalo.

Como arena o rodeio, a briga de galo, a briga de canĂ¡rio, o boxe e atĂ© o cada vez mais violento estĂ¡dio de futebol cumprem o papel substituto da batalha para os que do papel de guerreiros, amansados pela civilizaĂ§Ă£o tal qual ao touro, se tornaram gado manejado.

As imagens destes "espetĂ¡culos" aguçam o lado competitivo latente em todos nĂ³s por enquanto farsa reproduzir as cenas do confronto literal ou nĂ£o do embate no cenĂ¡rio de guerra. Para eles o que importa Ă© a adrenalina e se possĂ­vel o cheiro de sangue no ar.

Se nĂ£o bastassem os fatos reais tal qual a guerra do trĂ¡fico e as guerras convencionais alĂ©m da nossa fronteira, que os meios de comunicaĂ§Ă£o empurram sobre os nossos ouvidos e vistas, estes tambĂ©m sĂ£o reproduzidos pelos meios midiĂ¡ticos como forma de recriar o papel do "herĂ³i e o do inimigo derrotado", assim mantendo a cultura da guerra como parte central em nosso processo "civilizatĂ³rio".

 
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