quinta-feira, 1 de abril de 2010

REPENTE POPULIS


A praça é do povo
como o povo é da polís
que não deveria ter dono
e ser sempre de ninguém
para que na praça fôssemos
todos um só povo avançando
além da polis esbulhada pelos
donos que da praça ressuscitaram
o circo: a arena romana agora,
como outrora, em mãos pagãs,
as de cesares executivos do poder nomeado
no título precário do voto, da senha de números
memorizados nos brioches dos santos dos últimos dias.

Nem Pompéia nem Herculano.
A odisséia, hoje, é do fulano
batizado no sufrágio com o suplício
de quem ainda (sempre) é beltrano.
Ou, quando muito, um Cyrano.
De tal que, ciclano, no círculo, na mandala
(limite) da praça do povo , é o Zé.

Então, à Drummond... E agora, povinho?
A festa acabou.
O que sobrou do luxo, do fausto do anfitrião fulano
é o lixo de quem, miseravelmente, é tema do
graduado em mote, no moto perpétuo do ato oficial
contínuo de medidas provisórias.
Por decreto, a lei.
E por lei o decreto dos donos da praça.

Caos Markus

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