quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Conselho de Ensino, Pesquisa da UFPR decide pela volta as aulas e demais serviços, mas professores e funcionários dizem que seguem com a paralisação

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Federal do Paraná (UFPR)decidiu retomar o calendário acadêmico na próxima segunda-feira (29). Com isso, as aulas e demais serviços da instituição serão liberados já na semana que vem aos “alunos, funcionários e professores que quiserem voltar às atividades”, de acordo com a universidade.

A retomada foi aprovada pelo conselho em reunião nesta quarta-feira, por 15 votos a seis. Com isso, serviços como o Restaurante Universitário do Centro Politécnico, o transporte do centro até o câmpus e o Portal do Aluno já voltarão a funcionar, mesmo com a continuidade da greve dos servidores e professores.

Em comunicado, o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, afirmou que "não podemos impedir o trabalho de quem quer voltar, mas quem está em greve não será obrigado a retomar as atividades".

Professores

De acordo com o secretário-geral da Associação dos professores da UFPR (APUFPR), Rogério Gomes, a retomada do calendário não representa "de maneira alguma" a volta às aulas.

"O movimento de greve está muito forte e, por isso, as aulas devem continuam paradas. Um ou outro professor podem voltar, mas a maioria seguirá em paralisação", afirma Gomes.

Segundo ele, a postura da UFPR representa apenas uma retomada "formal" do calendário, não das aulas. "O calendário é reiniciado, mas sem professor em sala de aula, sem funcionamento da universidade", diz.

Gomes explica que as pautas nacional e local do movimento continuam travadas. Ele conta que ontem (23) a reitoria entregou uma proposta para as reivindicações dos professores, mas ela não chegou a ser aprovada.

A discussão nacional em torno do reajuste de salários da categoria também está parada. Também nesta terça-feira, foi rejeitado um aumento de 4% proposto pelo governo federal.

A exigência do movimento grevista é de um reajuste de 50% no piso da categoria, de acordo com Rogério Gomes.

Servidores

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), que está reunido em assembleia na tarde desta quarta-feira, ainda não manifestou uma posição oficial sobre a decisão do Cepe.


À espera de um acordo nacional

Proposta da Reitoria da UFPR atende a reivindicações de grevistas. Contudo, paralisação deve ser mantida até o fim do movimento em todo o país

Praticamente todas as reivindicações dos servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em greve desde meados de junho, foram atendidas por uma proposta apresentada ontem pela Reitoria da faculdade, deixando grevistas e instituição perto de um acordo. No entanto, a paralisação deve ser mantida até que as negociações nacionais do movimento avancem, o que pode ocorrer em uma reunião marcada para amanhã. Para o presidente do Sin­di­cato dos Trabalhadores em Edu­cação do Terceiro Grau Público de Curitiba e do Litoral (Sin­ditest), Wilson Messias, as propostas da UFPR são razoáveis e estão bem encaminhadas. Contudo ele explica que o acerto não é possível no momento devido à discussão existente em âmbito nacional. “Nós estamos em um movimento muito maior, que conta com universidades de todo o país e não podemos abandoná-lo no meio do caminho”, diz Messias. De qualquer forma, ele não descarta que a greve possa estar próxima de um fim.

No Paraná, as reivindicações já poderiam ser atendidas. Segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, a proposta oferecida pela universidade contempla as exigências mais importantes dos grevistas. Entre elas está a criação de uma comissão para determinar a implantação da jornada de 30 horas e também a formação de um grupo de trabalho para discutir um plano de melhorias das condições de trabalho em alguns setores da UFPR. A contrapartida exigida pela instituição seria o restabelecimento imediato das aulas.

No país

Nacionalmente, a negociação envolve a participação de outras 49 instituições de ensino e tem como exigência principal o aumento do piso salarial da categoria. De acordo com Messias, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) tem intermediado o diálogo dos servidores com o governo federal.

“Com o avanço da discussão local e o desenvolvimento da negociação em Brasília, nossa expectativa está em alta. Pode ser que durante esta semana a greve chegue ao final e, se isso acontecer, estamos preparados para o pronto reinício das aulas”, afirma Akel Sobrinho.

UTFPR

Alguns dos professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná fizeram uma paralisação ontem e mantêm o movimento hoje, quando será realizada uma assembleia para decidir os rumos do indicativo de greve. A universidade e o Sindicato dos Professores da Universidade Tecnológica do Paraná não souberam informar quantos professores participaram do movimento nem quais câmpus foram atingidos. (GP)

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles