sexta-feira, 9 de março de 2012

Acirramento da crise entre o PT e o PMDB: Lindbergh sugere que Jucá deixe liderança do governo no Senado

Romero Jucá


Menos de 24 horas depois da derrota do Planalto na tentativa de reconduzir Bernardo Figueiredo ao cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o senadorLindbergh Farias (PT-RJ) instigou as desavenças entre os maiores partidos da base aliada, PT e PMDB, ao propor a substituição do líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR). Ele disse que, se fosse Jucá, pediria para deixar o cargo.

O entendimento de Lindbergh é que o líder sabia antecipadamente da movimentação de seu partido para derrubar a indicação de Figueiredo. "Quem nomeia o líder do governo é a presidente. Mas seu eu fosse ele pedia para sair", afirmou. "Tem um problema do PMDB com o governo e com os senadores do PT. Fomos pegos completamente de surpresa", admitiu.

Como relator da indicação do diretor-geral da ANTT, Lindbergh Farias parecia totalmente convencido da aprovação. Tanto que avisou no plenário que não subiu à tribuna para defendê-la "porque a orientação do governo era de irmos direto para a votação". No seu entender, duas alas do PMDB agiram para derrotar Figueiredo. "E é difícil um movimento dessa envergadura sem o conhecimento do líder do governo, que é peemedebista", destacou, reforçando os argumentos pelos quais defende a saída de Romero Jucá. "Essa forma de tratamento não é uma maneira leal de agir, nem com o governo, nem com o PT do Senado que estamos juntos", disse Lindbergh.

O líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), defende outra linha de atuação. Ele entende que a saída de Jucá ou de quem quer que fosse o líder, não mudaria o cenário. "Isso não resolveria o problema", previu. "O que a gente precisa identificar é porque tivemos uma febre de 30 graus e lamentavelmente só podemos tomar o analgésico depois que ela chegou a 39 graus", comparou. "Tirar o Jucá não me leva a descobrir o motivo dessa febre", reiterou.

"Se a presidente quiser trocar, é atribuição dela, mas eu prefiro mexer com as peças e descobrir o que nos levou, como base, a esse fato. O que a gente precisa fazer é afinar o trabalho da base, dialogar, senão a gente fica encontrando bode respiratório (brincou) e não resolve o problema", completou.

Ao tomar conhecimento da posição de Lindbergh Farias, Romero Jucá repetiu o que sempre diz cada vez que pedem a sua saída: que o cargo é da presidente Dilma Rousseff, a quem cabe decidir sobre a sua permanência ou não. "Eu não sabia que nós íamos ser derrotados", defendeu-se. "Se soubesse, a gente não tinha colocado em para votação". Jucá disse que conversou com todos os líderes sobre a votação. "O senador Lindbergh não é líder. Eu trato com líderes e eles com as bancadas e quem escolhe o líder é a presidente. Quando o senador for presidente, ele escolhe", ironizou. (AE)

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