sábado, 6 de novembro de 2010

PF prende sete acusados de desviar recursos das obras da BR-101 no RN

Folha

A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira (05) a Operação Via Ápia no Rio Grande do Norte. Sete pessoas foram presas sob a acusação de participar de um esquema que teria desviado R$ 2 milhões das obras de duplicação da BR-101 no Estado.

Entre os detidos estão o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Fernando Rocha, e o diretor-adjunto do órgão, o engenheiro Gledson Maia, sobrinho do deputado federal reeleito João Maia (PR-RN) e do deputado distrital eleito Agaciel Maia (PTC-DF).

Gledson Maia foi o primeiro a ser preso, ainda ontem. O engenheiro almoçava em um restaurante de Natal com um empresário, que também foi preso, quando foi abordado por agentes da PF. A prisão foi em flagrante, no momento em que, segundo a PF, o diretor do Dnit recebia R$ 50 mil de propina. Seu advogado nega.

Os demais presos são funcionários do Dnit e representantes de um consórcio contratado pelo órgão para a execução de obras no Estado. Segundo a PF, os presos podem responder por peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, formação de quadrilha e por violação a lei das licitações. A pena pode chegar a 12 nos de reclusão.

Segundo o superintendente da PF no Rio Grande do Norte, Marcelo Mosele, o esquema atuava voltado para superfaturar e desviar recursos de obras públicas, além de realizar o pagamento indevido em projetos de infraestrutura rodoviária que deveriam ser feitos pelo Dnit.

"Nos unimos para investigar o desvio de verbas de um trecho da obra de duplicação da BR-101. As provas indicam que funcionários públicos do Dnit estavam se corrompendo a favor de determinadas construtoras envolvidas nesta obra", disse Mosele.

O trecho superfaturado, segundo a PF, é o percurso entre o município de Arêz (RN) e o limite com o Estado da Paraíba, o equivalente a 60 quilômetros de rodovia. A obra faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

Mosele afirmou ainda que a propina paga a Gledson Maia ontem não tem relação com os crimes investigados pela Operação Via Ápia. Segundo ele, os R$ 50 mil pagos a ele eram referentes a um acordo feito para que uma dispensa de licitação favorecesse determinada empresa na reparação da ponte do rio Açu.

Apesar de a estimativa apontar para um prejuízo aproximado de R$ 2 milhões aos cofres públicos, o desvio de dinheiro causado pelo esquema pode ser ainda maior, o que será calculado após análise das provas recolhidas hoje.

Ao todo foram cumpridos nove mandatos de busca, sendo oito no RN e um em PE.

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