terça-feira, 16 de novembro de 2010

EUA, um abrigo para nazistas

Folha.com

EUA ofereceram refúgio a nazistas após 2ª Guerra Mundial, segundo relatório

EFE

Um relatório até agora secreto sobre a operação de caça de nazistas por parte do Governo dos Estados Unidos conclui que funcionários de inteligência ofereceram refúgio no país a nazistas e seus colaboradores após a Segunda Guerra Mundial.

"Os EUA, que se vangloriavam de ser um refúgio seguro para os perseguidos, se transformou em pequena escala em um refúgio seguro também para os perseguidores", afirma o relatório de 600 páginas vazado para a imprensa.

O jornal "The New York Times" foi o primeiro a obter uma cópia do relatório que o Departamento de Justiça tinha tentado manter em segredo durante os últimos anos.

O relatório aparece publicado também no site do National Security Archive, um grupo de investigação independente situado na Universidade George Washington da capital americana.

A análise avalia tanto os sucessos como os fracassos dos advogados, historiadores e investigadores do Escritório de Pesquisas Especiais do Departamento de Justiça (OSI, na sigla em inglês), criado no ano de 1979 para deportar nazistas.

O relatório documenta como funcionários americanos que receberam a incumbência de recrutar cientistas após a Segunda Guerra Mundial fizeram caso omisso da ordem do presidente Harry Truman que não se recrutasse nazistas ou pessoas filiadas a eles.

Os pesquisadores do OSI assinalam no relatório que a alguns nazistas "foi garantida certamente a entrada nos EUA" apesar de os funcionários do Governo conhecerem seu passado.

Arthur Rudolph, um das centenas de cientistas estrangeiros recrutados para trabalhar nos EUA após a guerra disse aos pesquisadores em 1947 ser o diretor de uma unidade que fabricava foguetes na qual se utilizava trabalhos forçados.

O relatório assegura que os funcionários de imigração sabiam que Rudolph tinha sido membro do partido Nazista, mas mesmo assim o deixaram entrar nos EUA por causa de seu conhecimento sobre foguetes.

Outro dos casos que se menciona é o de Otto Von Bolschwing, que trabalhou com Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto, e que trabalhou como agente da CIA nos EUA após a Segunda Guerra Mundial.

O documento detalha como a agência de espionagem debateu em uma série de relatórios internos o que fazer se o passado de Bolschwing fosse descoberto.

A CIA contratou Bolschwing durante a Guerra Fria por suas conexões com alemães e romenos.

O Departamento de Justiça tentou deportar Bolschwing em 1981, após averiguar seu passado, mas o ex-nazista morreu esse mesmo ano.

Desde a criação da OSI, os EUA deportaram mais de 300 nazistas.

"The New York Times" lembra que o relatório sobre a caça de nazistas é obra de Mark Richard, um advogado do Departamento de Justiça.

Em 1999, Richard convenceu a procuradora-geral dos EUA Janet Reno para que começasse uma apuração detalhada do que ele considerava uma peça crucial da história e encarregou o trabalho à promotora Judith Feigin.

Após editar a versão final no ano 2006, pediu a altos funcionários do Departamento de Justiça que publicassem o relatório, mas sua solicitação foi negada.

O "Times" assegura que quando descobriu que tinha câncer, Richard disse a um grupo de amigos que um de seus desejos antes de morrer era ver o relatório publicado.

O advogado morreu em 2009 sem ver seu sonho realizado.



Guerra ao Terror - Operação PaperClip

Operação Northwoods O Maine Operação Gladio Operação PaperClip Afganistão Gripe das Aves Referências


A Operação Paperclip consistiu na emigração dos nazis para os Estados Unidos.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve a "caça aos cientistas alemães". Isso é conhecido por todos.

Todos nós conhecemos Werner Von Braun, o arquitecto da NASA e o "herói" da conquista do espaço.

Não sabemos, no entanto, que ele era um nazi convicto. Não nos é dito que a sua principal obra, a bomba V2, era construída numa fábrica gerida pelas SS e usando trabalho escravo dos campos de concentração.

Von Braun, como muitos dos cientistas nazis, pertenciam ao partido nazi e eram nazis convictos.

Isso apresentava um problema: a lei americana proibia expressamente a emigração de nazis para os Estados Unidos.

Isso significava que praticamente todos os cientistas, já em solo americano, teriam de ser expatriados de volta para a Alemanha. Quer o Departamento da Guerra quer a CIA não queriam perder o seu contributo, fruto de muitos projectos avançados que tinham decorrido na alemanha nazi.

Assim, o presidente Trumman autorizou o "projecto Paperclip" em 1946, o projecto para trazer cientistas alemães seleccionados para trabalharem para os Estados Unidos. No entanto, Trumman excluiu expressamente todos os que "tenham sido membros do partido nazi e mais do que participantes nominais nas suas actividades, ou apoiantes activos do nazismo ou militarismo".

A Agência de Investigação do Departamento da Guerra (JIOA), conduziu investigações sobre o passado dos cientistas. O seu director, Bosquet Wev, submeteu o primeiro lote de dossiers ao departamento da justiça para serem apreciados.

Os dossiers eram incriminadores. Samuel Klaus, o representante do departamento da justiça, afirmou que "todos os cientistas do lote eram nazis convictos". Os pedidos de visto de entrada foram recusados.

Wev reagiu mal. Considerava que a devolução à Alemanha dos cientistas iria constituir uma ameaça maior à segurança dos Estados Unidos do que mantê-los em território americano.

Quando o JIOA começou a investigar os nazis, Reinhard Gehlen, chefe da inteligência na frente leste, encontrou-se com Allen Dulles, o director da CIA. Dulles prometeu-lhe que a sua organização ficaria em segurança dentro da CIA.

Wev decidiu contornar o problema. Dulles mandou alterar os dossiers sobre os cientistas alemães, removendo-lhes quaisquer informações incriminatórias. Dulles integrou a organização de Gehlen na CIA, donde foi responsável por vários projectos de espionagem e relacionados com as experiências nazis durante a guerra.

A Inteligência Militar "limpou" os dossiers relativos aos cientistas. Em 1955, mais de 760 cientistas nazis tinham já cidadania americana, tendo-lhes sido dadas posições de relevo na comunidade científica americana. Muitos tinham sido membros do partido nazi e da Gestapo, e conduzido experiências em seres humanos nos campos de concentração, tinham usado trabalho escravo, ou cometido outros crimes de guerra.

Este "branqueamento" dos nazis foi mantido secreto até do presidente Trumman, ao ponto de este o negar em Potsdam, o que só serviu para exacerbar as suspeitas soviéticas.

Alguns exemplos destes cientistas:

ARTHUR RUDOLPH

Durante a guerra, Rudosph foi Director da fábrica Mittlewerk nos campos de concentração Dora-Nordhausen, onde 20.000 trabalhadores morreram de espancamentos, enforcamentos e fome. Rudolph era membro do partido nazi desde 1931.

O seu ficherio militar dizia em 1945 "100% nazi, do tipo perigoso, ameaça à segurança. Internamento sugerido".

O Dossier final do JIOA dizia: "nada no seu registo indica que tenha sido um criminoso de guerra ou um nazi convicto"

Ridolph recebeu cidadania americana e projectou mais tarde o Saturno V usado nas missões Apollo. Em 1984, o seu registo de guerra foi finalmente investigado, e ele fugiu para a Alemanha Ocidental.

WERNHER VON BRAUN

De 1937 a 1945, von Braun foi o director técnico de Peenemunde, onde o foguetão V2 foi desenvolvido. O seu dossier foi reescrito para que não surgisse o facto de ser um nazi fervoroso.

Von Braun trabalhou em mísseis guiado para o exército do EUA e foi mais tarde director do Marshall Space Flight Center da NASA . Emn 1970, tornou-se num dos administradores associados da NASA.

KURT BLOME

Um cientista nazi de alto nível, disse aos seus interrogadores militares em 1945 que tinha sido mandado em 1943 investigar o efeito de vacinas em prisioneiros dos campos de concentração. Foi julgado no Tribunal de Nuremberga, sob a acusação de ter praticado a eutanásia em prisioneiros doentes e conduzido experiências em seres humanos. Apesar de absolvido, as suas alegações prévias eram conhecidas, e era aceite a sua participação em experiências sinistras.

Dois meses depois do seu julgamento em Nuremberga, Blome foi entrevistado em Camp David, acerca de guerra bacteriológica. Em 1951, foi contratado pelo Corpo de guerra Qúimica do Exército dos EUA. O seu ficheiro não menciona o seu julgamento em Nuremberga.

MAJOR GENERAL WALTER SCHREIBER

O Tribunal Militar dos EUA em Nuremberga investigou provas sobre "Schreiber ter encarregado médicos de conduzir experiências nos prisioneiros dos campos de concentração e ter arranjado os fundos para financiar essas experiências". O Assistente da Acusação afirmou que Schreiber teria sido condenado se os soviéticos não tivessem retido as provas de 1945 até 1948 e as apresentado em tribunal.

Mais uma vez, o ficheiro de Schreiber não menciona este facto. Schreiber foi colocado na Escola de Medicina da Força Aérea em Texas. Quando estes dados foram tornados públicos, a JIOA tratou de lhe fornecer "visto e um emprego na Argentina, onde a sua filha vivia". Em 22 de Maio de 1952, fugiu para Buenos Aires.

HERMANN BECKER-FREYSING e SIEGFRIED RUFF

Estes dois, junto com Blome, pertenciam aos 23 acusados no Julgamento de Nuremberga àcerca dos "Casos médicos". Becker-Freysing foi condenado a 20 anos de prisão por conduzir experiências em prisioneiros de Dachau, tais como fazê-los passar fome e depois fazê-los beber à força água do mar que tinha sido quimicamente alterada para a tornar potável. Ruff foi absolvido (numa decisão muito renhida) de acusações de que ele tinha morto pelo menos 80 prisioneiros de Dachau em câmaras de baixa pressão para simular as condições a 20000 metros de altitude. Antes do seu julgamento, ambos foram pagos pela Força Aérea do Exército para escreverem relatórios acerca das suas experiências grotescas.

GENERAL REINHARD GEHLEN

Cinco anos depois do fim da guerra Gehlen continuava no seu escritório na Baviera, de onde dirigia a sua vasta rede de espionagem na Rússia. Os seus principais ajudantes eram nazis fervorosos que tinham cometido alguns dos mais horrendos crimes da Segunda Guerra Mundial. Gehlen e o seu conjunto de operacionais das SS foram contratados e rapidamente tornados membros da CIA após a entrega aos EUA da sua vasta documentação sobre a União Soviética.

Gehlen obtinha muito da sua informação por intermédio de uma das mais terríveis atrocidades da guerra: a interrogação, tortura e assassinato pela fome de cerca de 4 milhões de prisioneiros soviéticos. Prisioneiros que se recusassem a colaborar eram frequentemente torturados ou sumariamente executados. Muitos foram executados mesmo depois de terem dado as informações, outros eram simplesmente deixados a morrer de fome. Gehlen e a sua organização manobraram, portanto, para serem capturados pelos americanos, dois meses antes do fim da guerra, após terem microfilmado os seus ficheiros e escondido-os nos alpes austríacos.

O general William Donovan e Allen Dulles da CIA foramalertados sobre a rendição de Gehlen e a sua oferta de um emprego em troca da sua informação sobre os soviéticos. A CIA disputou com a inteligência militar o controlo de Gehlen e da sua rede. Dulles arranjou instalações para uma rede privada de espionagem na Alemanha Ocidental, e chamou-a de Organização Gehlen. Gehlen prometeu não contratar nenhum ex membro das SS, SD, ou Gestapo, mas contraou-os à mesma e a CIA nada fez para o impedir. Dois dos primeiros recrutados foram Emil Augsburg e Dr. Franz Six, que tinham feito parte dos eizatzgruppen, que matavam judeus, intelectuais e simpatizantes soviéticos sempre que os encontrassem. Outros dos primeiros recrutados foram Willi Krichbaum, lider da GESTAPO para a frente leste e os chefes da GESTAPO de Paris e Kiel.

Com o encorajamento da CIA, a Organização Gehlen e Licio Gelli estabeleceram "caminhos de fuga" para tirar os criminosos de guerra nazis da Europa para que nãop fossem perseguidos.Estabelecendo campos de trânsito e emitindo passaportes falsos, a Organização Gehlen ajudou mais de 5.000 nazis a sair da Europa e restabelecerem-se por todo o mundo, especialmente na América do Sul e Central. Lá, criminosos como Klaus Barbie (o carniceiro de Lyons) ajudaram os governos a criarem esquadrões da morte no Chile, Argentina, El Salvador e outros.

KLAUS BARBIE

Conhecido como o Carniceiro de Lyons, durante a Segunda Guerra, Barbie fez parte do grupo das SS responsável pela morte de milhares de franceses durante a ocupação alemã.

HEINRICH RUPP

Parte do melhor trabalho de Rupp foi feito para a CIA, depois de ser importado através da Operação Paperclip. Rupp foi condenado por fraude bancária. Tinha sido um operacional da CIA e participado em vários escândalos financeiros. Estaria envolvido, junto com o director da CIA William Casey, então o gestor de campanha de Reagan e Donald Gragg, actualmente embaixador na Coreia do Sul, em três reuniões em Paris para sabotar a reeleição de Jimmy Carter fazendo atrasar a libertação dos refêns no Irão. Os refês, foram libertados em 20 e Janeiro de 1981, imediactamente após Reagan e Bush entraram em funções. Ao Irão, foi prometida a devolução dos bens iranianos congelados, bem como o estabelecimento da operação Irão-Contra.

LICIO GELLI

A história deste sinistro personagem daria um ou mais livros. Basta resumir:

Chefe da Operação Gladio

Era agente duplo da CIA e da KGB

Fundou e dirigiu a Loja Maçónica P2, que recebia uma verba de 10 milhões de dólares mensais da CIA.

Tinha ligações de membros altamente colocados na Máfia, no Vaticano, e era colega de Mussolini. Tinha relações com Roberto Calvi, chefe do Banco do Vaticano. Calvi foi assassinado.

Calvi e outros da sua Loja estiveram por detrás do assassinato do papa João Paulo I.

Ele, Klaus Barbie e Einrich Rupp encontraram-se com Reagan no Uruguai para preparar o fornecimento de mísseis Exocet à Argentina.

Ajudou a criar as Brigadas Vermelhas na Itália, e espiava os seus membros e trabalhava para os nazis ao mesmo tempo.

Foi convidado de honra da tomada de posse do presidente Reagan.

Era amigo pessoal do papa Paulo VI, de Juan Péron e do Muhamar Kaddafi, enquanto colaborava no financiamento da campanha de George Bush.

Os seus crimes são demasiado numerosos para poderem ser relatados aqui.

Dr. HUBERTUS STRUGHOLD

Mais um médico ligado às experiências com prisioneiros em Dachau.

Como chefe do Instituto de Medicina Aeronáutica da Luftwaffe, participou em 1942 numa conferência que discutiu experiências levadas a cabo em prisioneiros. As experiências incluíam a imersão em água gelada, sujeição a câmaras pressurizadas, ingestão de água do mar, etc. Strughold tinha aformado desconhecer estas experiências até ter sido informado delas depois da guerra.

Foi nomeado director do Departamento de Medicina Espacial na Escola de Medicina Aeronáutica.



Alguns cientistas alemães da Operação Paperclip
Na sequência de um protesto da Alemanha Ocidental, de que os esforços dos EUA teriam privado a Alemanha das suas capacidade científicas (ninguém falou em nazis), o Projecto Paperclip foi oficialmente encerrado. Mas, como pode ver pela organização então criada, nada mudou. Os nazis tornaram-se operacionais da CIA, envolvidos em operações clandestinas por todo o mundo, trabalhando directamente com George Bush, a CIA e Henry Kissinger, bem como com a Loja Maçónica P2.

Mas isto é apenas um dos resultados da Operação Paperclip.

Operação MK-ULTRA

Outro projecto secreto que surgiu de Paperclip foi o MK-ULTRA.

Foi criado um laboratório secreto pelo director da CIA, Allen Dulles, em Montreal, dirigido pelo psiquiatra Dr. Ewen Cameron. A ironia está em Cameron ter sido um membro do Tribunal de Nuremberga para julgar os casos contra os médicos alemães.

Foi o projecto de Richard Helmes, mais tarde director da CIA. Dedicado à pesquisa de técnicas de "lavagem cerebral", MK-ULTRA tinha ligações com a pesquiza de guerra química e bacteriológica, conhecida como MK-DELTA.

Os "médicos" que participaram nestas esperiências usaram as mesmas técnicas dos "médicos" nazis. As técnicas usadas por Cameron incluíam electro-choques, privação de sono, implantes de memória, apagamento de memórias, experiências com drogas psicoactivas, e muitas mais práticas crueis.

Alguns outros nomes de cientistas nazis alemães:

Bernhard Tessman - Chefe dos projectistas em Peenemunde, ajudou a esconder 14 toneladas de documentos nos últimos meses da guerra, mais tarde recuperados, na sequência da sua rendição junto com Von Braun aos americanos. Mais tarde, foi Vice-Director do Centro Espacial Marshal da NASA

Alexander Martin Lippisch - O génio da aeronáutica alemã, projectista do avião-foguete Messerchmit 163 - Komet e de vários modelos revolucionários de aviões delta. Foi o responsável por diversos projectos de aviões com asas delta, principalmente na Convair, incluindo o F102 Delta Dagger, o F106 Delta Dart e o B58 Hustler.

Hans Joachim Pabst von Ohain - Um dos primeiros "inventores" do motor a jacto. Trabalhou para a Força Aérea dos Estados Unidos, na base aérea Wright-Patterson. Foi nomeado director do Laboratório de Pesquisa Aeronáutica da Força Aérea e em 1975 era o cientista chefe chefe da divisão de propulsão aérea.

Kurt Lehovec - um dos cientistas pioneiros na pesquisa e construção dos circuitos integrados. Lehovec é Professor Emeritus da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles.

A Operação Paperclip não foi um caso único. Também houve uma operação semelhante, para recuperar os cientistas japoneses responsáveis pelas "experiências" de guerra química e bacteriológica nos cidadãos chineses, a recuperação da ultra-secreta e sinistra Unidade 731.

Aprendemos, assim, que os nazis, supostamente derrotados na Segunda Guerra Mundial, não só não foram castigados pelos seus crimes como passaram a ocupar cargos de relevo em áreas estratégicas nos países americanos. Nos Estado Unidos, dirigiram a NASA, foram figuras de destaque na CIA e na máquina político-partidária.

Foram, ou são?


O relatório:

http://documents.nytimes.com/confidential-report-provides-new-evidence-of-notorious-nazi-cases

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