segunda-feira, 3 de setembro de 2012

As eleições em Curitiba e os reflexos no quadro nacional


As pesquisas apontam a tendência dos votos da classe média, hoje também com o Fruet e o Greca, em grande parte migrarem para o Ducci, como a de ele, pela boa gestão que está sendo executada na periferia, de avançar ainda mais nos segmentos mais populares, onde tirará muitos votos do Ratinho, que pelo que tudo indica atingiu seu teto eleitoral.

O problema do Ratinho é o seu perfil, tanto por ser muito jovem e administrativamente inexperiente, como pela imagem casada com a do pai, que causa horror na classe média, e isto não dá para mudar. Como na política nada fica com está, ou ele cresce ou cai, sendo a segunda hipótese a mais plausível, já que parece que a sua campanha estacionou no atual patamar (27%), são três pesquisas seguidas apontando praticamente o mesmo porcentual.

Um grande trunfo que ele poderia ter seria a vinda do Lula em seu apoio, mas isto é impossível de acontecer sem que o ato venha a esfrangalhar ainda mais o PT, que aqui foi quem viabilizou a candidatura do Gustavo.

O Fruet, tal qual a sua campanha, deve ter entrado em depressão, pois em pouco tempo ele nem um grande eleitor será mais, pois terá muito pouco para transferir para outro candidato, e isto na hipótese de que ocorra segundo turno. Se as coisas continuarem com estão para o Gustavo este corre o risco de fazer menos votos do que o Greca, pois pelo que tudo indica acabará fazendo mais votos do que ele, já que mesmo que lentamente continua crescendo.

Está queda do Gustavo e a sua provável derrota reflete diretamente no projeto pessoal partidário de quem o lançou, no caso o casal de ministros, o Paulo Bernardo e a Gleisi, e isto como o agravante de que a Marcia, irmã do Gilberto Carvalho, corre o risco de em Londrina perder a eleição já no primeiro turno. Sem a vitória nos principais colégios eleitorais do estado o sonho do pedante casal se esvai.

Quanto ao Gustavo, “cristão novo” no trabalhismo, nem o PDT ou o PT assimilaram ele enquanto candidato, sendo que o PT praticamente impediu que os pedetista de fato assumissem sua campanha. Ao mesmo tempo o PT até agora não mostrou por que veio, já que qualquer candidato a vereador do alto clero petista claramente tem mais estrutura de campanha do que o candidato “pedetista” a majoritária.

Quanto aos “famosos votos” que o Gustavo teve para o senado, estes foram em grande parte conseguidos pela transferência do Beto e do Luciano, e em menor parte da imagem que ele criou via a Globo e a Veja como sendo o "Torquemada do mensalão", e nem isto ele tem mais. Os votos transferidos pelos seus ex-amigos durante a campanha para o senado retornam para os de direito e os que ele conseguiu no rumoroso escândalo do mensalão, onde foi um dos principais algozes do que hoje são julgados, ele os perde aos poucos, já que o eleitorado não perdoa,  por causa da aliança pragmática que fez com o PT, aliança está que a todo custo ele tenta vender como programática, mas que não convence ninguém!

Com a derrocada do Fruet, na frente por ele encabeçada, agora começa o salve-se quem puder. Com a queda sem fim do majoritário a preocupação será salvar alguns mandatos nas proporcionais, na vã tentativa de salvar os dedos, já que tudo indica que os anéis foram arrancados sem vaselina pelo Ducci e o Ratinho, o que um dia o Gustavo, todo soberbo, considerou ser “o vice ideal”, ou o perfeito aliado para o segundo turno.

Vocês acham que a turma do PB, que queria o Ratinho fora da disputa, vai querer apoiar o mesmo depois de este ter atrapalhado os seus planos? Ou será possível que o orgulhoso Ratinho pai vai se humilhar e ir implorar o apoio ainda no primeiro turno para o imponente casal ministerial? Acredito que não!

Uma, é impossível os ministros abandonarem abertamente o candidato que impuseram ao PT e a sociedade sem quem sofram um tremendo desgaste por isto, duas, qual seria a reação do Gustavo caso isto ocorresse?

O resultado é que o Lula fica impossibilitado de apoiar o Ratinho e o casal de ministros não podem abandonar o que ungiram!

Outro ponto importante é a guerra intestina silenciosa que ocorre dentro do PT, onde a Dilma rompe com o projeto de governo montado pelo Lula para ela, já que este já gerou sete afastamentos de ministros indicados pelo Lula, ou herdados do ex-governo deste. Outra questão importante é o fato Da Dilma não abrir mão de sua reeleição, espaço de disputa que o Lula antes tanto sonhou. 

Os lulistas, formados em sua maior parte pela burocracia sindical, hoje já amargam os espaços de governo que perderam. A Dilma não quis ficar refém das corporações profissionais ligadas a CUT e as outras centrais, que em grande parte tem como foco o serviço público. Em tempos de crise, que não é a marolinha que o Lula falou, é hora, pela linha econômica, em parte monetarista, seguida pelo governo, não de ampliar gastos e sim de cortar.

Hoje a CUT, se alinha ao Lula, ao Zé Dirceu, ao João Paulo, etc., inimigos internos da pretensão da Dilma de se perpetuar no poder. No PT os dois blocos estão formados e rumam para a guerra. Neste jogo maior do que ele o Gustavo, que os lulistas enxergam como o “Torquemada dos mensaleiros”, é fritado como a um lambari na frigideira, repleta de óleo quente, sem dó nem piedade.

A esperança do Gustavo seria a vinda da Dilma, mas está, preocupada com a governabilidade, não irá se arriscar vindo a apoiar quem violentamente despenca nas pesquisas. Além deste ser odiado por grande parte do PT hoje é o principal desafeto do governador Beto Richa, do qual ela, por causa da governabilidade, necessita manter uma relação amistosa. Quadro muito semelhante ao que ocorre em Pernambuco, onde o PT também lançou um candidato contra o PSB, partido que é da base aliada do governo federal, e o que ocorre aqui, onde o candidato do Eduardo Campos é o Luciano Ducci, como o que ocorre lá, onde o candidato do partido é o Geraldo Julio, faz o PSB Nacional ameaçar o rompimento com o governo federal e o lançamento da candidatura própria em 2004, e isto não interessa a Dilma, que além da perspectiva futura de reeleição tem hoje de se preocupar com a governabilidade.

 Nesta eleição o centro do jogo não são os interesses da Gleisi ou do Lula, e sim os da Dilma!

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