segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Pesquisa Vox Populi: Empate técnico entre Luciano Ducci e Ratinho Junior, e Fruet despenca mais uma vez


A primeira pesquisa Vox Populi sobre a sucessão em Curitiba mostra Ratinho Júnior (PSC) com 28% dos votos, seguido de Luciano Ducci (PSB), com 27%. O terceiro colocado é Gustavo Fruet (PDT), com 15 %. Rafael Greca (PMDB) tem 9%;os demais candidatos não chegaram a 1%. Brancos e nulos, 11%.

A pesquisa foi feita entre os dias 25 e 27 de agosto, e ouviu 800 eleitores. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Na pesquisa espontânea Ducci foi o escolhido por 20% dos eleitores; Ratinho por 18%, Fruet por 10% e Greca por 6%, e 35% dos eleitores estão indecisos.

Marcos Coimbra: Pesquisas confirmam quadro previsível

As recentes pesquisas da Vox Populi, do Ibope e do Datafolha, realizadas nas principais capitais nos últimos dias, revelam um quadro que, em seus traços gerais, era previsível.
Incluindo os números de São Paulo, onde os três institutos apontaram cenário muito desfavorável a Serra. Só seus defensores mais extremados terão se surpreendido, pois as dificuldades que o tucano enfrentaria este ano eram óbvias.
As pesquisas confirmam características conhecidas das eleições municipais brasileiras e do funcionamento atual de nosso sistema político. Indicam coisas que sabíamos:
1 - A força da reeleição: Em todas as capitais em que os atuais prefeitos buscam a reeleição, eles lideram.
A maior vantagem está no Rio de Janeiro, onde Eduardo Paes (PMDB) tem ampla perspectiva de vitória no primeiro turno, apesar de enfrentar diversos adversários de biografia conhecida e respeitável.
Em Belo Horizonte e Curitiba, estão na dianteira os prefeitos Marcio Lacerda e Luciano Ducci, ambos do PSB. O mineiro tem um só concorrente de peso, Patrus Ananias, do PT. No Paraná, a situação é de empate triplo, entre ele, Ratinho Junior (PSC) e Gustavo Fruet (PDT).
São três casos de prefeitos que investiram pesadamente na propaganda de suas administrações ao longo do mandato. Não têm novidades a informar aos eleitores, mas fazem agora, usando a imensa mídia “gratuita”, uma personalização dos resultados de suas gestões.
As obras e programas que o cidadão conhecia como sendo da prefeitura são reapresentadas como de autoria do prefeito. Tudo de bom que aconteceu na cidade é mostrado como resultado de sua ação pessoal (e tudo de mau é suprimido).
Talvez nem todos vençam, mas isso ajuda a explicar sua performance.
2 - O declínio dos partidos de oposição: Considerando o melancólico desempenho de Serra - que parece que sequer estará no segundo turno, para o qual são favoritos Celso Russomano (PRB) e Fernando Haddad (PT) -, os principais partidos de oposição só têm candidatos próprios bem posicionados em poucas cidades.
Desses, apenas ACM Neto (DEM), em Salvador, é considerado competitivo. Moroni Torgan, seu correligionário que disputa a eleição em Fortaleza, dá sinais de que, em breve, será ultrapassado por Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB).
Se o quadro atual se confirmar, seria possível dizer que o PSDB terminará vencendo em Belo Horizonte e Curitiba, pois tanto Aécio e Anastasia, quanto Beto Richa, apóiam os líderes.
Pode ser verdade no curto prazo e, para Aécio, será ainda mais relevante, face à derrocada de Serra. Mas, para o partido, é ruim atravessar mais uma eleição sem apresentar nomes para disputas futuras. Na política, como na moda, é preciso aproveitar as vitrines para mostrar os lançamentos da próxima temporada.
3 - A decisão ilusória: Embora essas pesquisas indiquem níveis elevados de “definição de voto”, os profissionais do ramo, analisando outras - especialmente qualitativas -, percebem que as certezas dos eleitores são, a esta altura, provisórias.
As campanhas recém começaram e eles se veem alvo de uma comunicação maciça, tão grande que os deixa desconfiados.
O cidadão comum não se sente pressionado a resolver seu voto agora e nem acha que já tem informação suficiente para fazê-lo. Até a eleição, acredita ter tempo para conhecer melhor os concorrentes e se decidir com calma.
Curiosamente, há candidatos que hoje torcem para que os eleitores não mudem de ideia, com a mesma intensidade com que já torceram, em outras eleições, para que mudassem.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

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