Porto de Paranaguá acumula quase R$ 500 milhões em ações trabalhistas

O valor das ações trabalhistas contra a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) chega a quase R$ 500 milhões. A informação é do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga as denúncias de irregularidades no Porto durante o governo Requião, deputado Douglas Fabrício (PPS). Para o deputado, houve descaso dos ex-administradores com os direitos dos trabalhadores e na defesa dos interesses da administração pública. “Se isso acontecesse numa empresa privada, os responsáveis seriam demitidos. Para os trabalhadores é um direito, mas para o poder público e para a sociedade paranaense é um enorme prejuízo”, explicou.

A CPI obteve da Justiça a autorização para que os parlamentares da comissão tenham acesso aos documentos da Operação Dallas, que estão sob sigilo. Segundo o presidente da comissão, os parlamentares podem ter acesso a todo processo, mas terão que assinar um termo se comprometendo a não divulgar as informações. A Operação Dallas, executada pela Polícia Federal no início deste ano, apontou desvios de grãos que rendiam R$ 9 milhões por ano. “Isso vai aumentar muito a responsabilidade dos deputados porque não poderemos atrapalhar as investigações que estão andamento”, disse.

A CPI deve começar a ouvir, nos próximos dias, ex-diretores, funcionários e empresários ligados ao setor portuário. Entre eles, os ex-superintendentes Daniel Lúcio de Oliveira de Souza e Eduardo Requião, esse último irmão do ex-governador e senador Roberto Requião (PMDB). No momento, os deputados estão analisando cinco caixas com cerca de vinte quilos de documentos envolvendo licitações, aditivos contratuais e outras despesas pagas pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina desde 2006. Os documentos foram repassados pela APPA, recentemente, durante uma visita técnica dos parlamentares ao Porto de Paranaguá. (JE)