quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ALFREDO NASCIMENTO(PR) ACUSA: QUEM DEU AUMENTO E AUTORIZOU ADITIVOS FORAM OS MINISTROS PAULO BERNARDO, GUIDO MANTEGA E MIRIAM BELCHIORI

O ministro das Comunicações Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, e Miriam Belchior, coordenadora do PAC

Para um plenário cheio de senadores, Alfredo Nascimento disse que estava sendo acusado por fatos que ocorreram em 2010, quando deixou o Ministério para concorrer ao governo do Amazonas. Na época, Paulo Passos, atual ministro dos Transportes, respondia pelo cargo.

O ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento afirmou, nesta terça-feira (02), que deixou o cargo porque não teve o apoio da presidente Dilma Rousseff, e que não é “lixo”. Nascimento disse que o aumento nos gastos no Ministério que ele ocupava ocorreu durante a campanha eleitoral de 2010. A oposição conseguiu as assinaturas necessárias para criar, no Senado, a CPI dos Transportes.

Alfredo Nascimento quebrou um silêncio que vinha desde o dia 06 de julho, quando entregou a carta de demissão. Para um plenário cheio de senadores, Nascimento disse que estava sendo acusado por fatos que ocorreram em 2010, quando deixou o Ministério para concorrer ao governo do Amazonas. Na época, Paulo Passos, atual ministro dos Transportes, respondia pelo cargo.

“O Ministério que deixei, em 2010, é diferente do que eu encontrei no meu retorno. Quando saí, junto com a presidenta Dilma, então ministra, o PAC do Ministério dos Transportes significava um pacote de investimentos da ordem de R$ 58 bilhões. Quando retornei, já estavam em R$ 72 bilhões”, diz o ex-ministro dos Transportes, e senador do PR-AM, Alfredo Nascimento .

Nascimento disse que ficou surpreso ao ver o aumento no custo das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e Miriam Belchior, que coordenava o PAC, eram os responsáveis por autorizar esses aumentos.

Nascimento disse que recebeu da presidente Dilma Rousseff a missão de fazer os ajustes. Mas que, com as denúncias na imprensa, foi excluído pela própria presidente de reuniões sobre as obras.

“Renunciei ao cargo de ministro no momento em que, diante dos ataques violentos quanto a mim deferidos, não recebi do governo o apoio que me havia sido prometido pela presidenta Dilma Rousseff”, declara o senador Alfredo Nascimento.

Alfredo Nascimento disse que não aceita que ele e o PR sejam tratados com desrespeito. Que o partido não pode ser varrido do governo. “Não aceito que usem o meu nome e que brinquem com a minha carreira para corrigir distorções que eu não criei, nem para desfazer acordos dos quais eu não participei, que cada um assuma a responsabilidade. Eu não sou lixo, o meu partido não é lixo. Nossos sete senadores não são lixo”, afirma Alfredo Nascimento.

O senador Blairo Maggi cobrou que a presidente Dilma esclareça as denúncias envolvendo integrantes do partido. E anunciou que Paulo Passos, filiado ao PR, não conta com o apoio do partido. “Se a presidente Dilma quiser continuar com o Passos, Paulo Passos, continue. É um bom ministro, mas ele não é do PR”, explica o sendador do PR-MT Blairo Maggi.

A oposição aproveitou o momento tenso e conseguiu as 27 assinaturas para abrir, no Senado, a CPI do Ministério dos Transportes.

Na segunda-feira (01), a presidente Dilma Rousseff já havia dado ordem para que todo integrante do governo envolvido em denúncias de corrupção viesse ao Congresso se explicar. No início da tarde de terça-feira (02), antes do discurso de Nascimento, a presidente reafirmou que punirá com rigor quem cometer irregularidades.

“Nós combateremos sistematicamente. O governo não irá abraçar nenhum caso de corrupção, mas o governo também não irá se pautar por medidas midiáticas no combate à corrupção. Nós combateremos efetivamente”, relata a presidente Dilma Rousseff.

Nenhum dos ministros citados por Alfredo Nascimento comentou as declarações feitas no plenário. Nesta terça-feira (02), mais quatro funcionários foram demitidos no Ministério dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit). (G1)

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