segunda-feira, 21 de março de 2011

Indo contra e além das resoluções da ONU, bombardeio atingiu prédio de Kadafi


Um prédio administrativo de quatro andares integrante do complexo residencial do ditador da Líbia, Muamar Kadafi, localizado no bairro de Bab el Aziziya, foi atingido ontem por um míssil, de acordo com agências internacionais de notícias. O prédio, situado a cerca de 50 metros da tenda onde Kadafi costuma receber seus convidados importantes, ficou destruído.

Também no domingo, o ditador líbio havia prometido uma “longa guerra” contra a força internacional. Mais tarde, um porta-voz líbio pediu o cessar-fogo, mas foi ignorado pelo exército dos Estados Unidos.

Segundo a rede de tevê árabe Al Jazeera, as forças aliadas retomaram os ataques sobre a capital líbia na noite de ontem, enquanto as forças de Kadafi responderam com disparos de artilharia antiaérea.

A emissora divulgou ao vivo imagens dos ataques nas quais era possível ver projéteis riscando o céu de Trípoli, e afirmou que os disparos da artilharia antiaérea procediam do palácio residencial de Kadafi, embora não tenha dito quais eram os alvos dos ataques.

Militares norte-americanos informaram que 112 mísseis Tomahawk já foram disparados contra mais de 20 alvos. A televisão estatal líbia disse que 48 pessoas foram mortas e 150 ficaram feridas no bombardeio. O número foi confirmado mais tarde pela chancelaria da Rússia.

A televisão líbia afirma que muitas crianças estão entre os mortos e feridos, mas não deu maiores detalhes. O Pentágono negou que civis tenham sido atingidos e mortos. O bombardeio prosseguia na noite de ontem, com o barulho de explosões em Trípoli. Já os insurgentes, em Benghazi, informaram que 94 pessoas foram mortas nos ataques lançados na sexta-feira e no sábado por forças leais a Kadafi. Os insurgentes controlam Ben­ghazi, mas a situação é mais incerta na cidade de Misurata, onde as forças de Kadafi atacaram durante grande parte do domingo.

O líder líbio disse que seu país foi “traído” pelos EUA, Grã-Bretanha, França e Itália. Pelo menos 18 caças norte-americanos F-15 e F-16 participaram dos bombardeios contra Trípoli, controlada por Kadafi, e contra os arredores de Benghazi e de Misurata, respectivamente a segunda e a terceira maiores cidades do país, controladas pelos insurgentes, mas cercadas pelas forças do governante.

A Academia da Força Aérea da Líbia, nos arredores de Misurata e que estava sob o controle de Kadafi, foi um dos locais bombardeados.

Impasse

O almirante Mike Mullen, chefe de Estado Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, disse que uma zona de exclusão aérea “foi efetivamente estabelecida” sobre a Líbia. Mullen alertou, contudo, que a derrubada de Kadafi não é o objetivo previsto na resolução aprovada pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Por isso, afirma, é provável que ocorra um “impasse” e que Kadafi continue no poder.

Em Benghazi, a capital dos insurgentes e primeira cidade a cair na revolta que começou em 15 de fevereiro, os moradores disseram que os bombardeios ocidentais começaram “na última hora”. Soldados e tanques de Kadafi já estavam nos subúrbios da cidade no sábado, quando começaram os bombardeios, desfechados então pelos caças Raffale e Mirage da França. (AE)

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