quarta-feira, 23 de março de 2011

Professora da etnia kaingang do Paraná recebe prêmio em Brasilia


A educadora kaingang Gilda Kuitá, da Terra Indígena de Apucaraninha, localizada no município de Londrina, recebeu segunda-feira (21) a medalha da Ordem Nacional do Mérito. A condecoração foi entregue em Brasília pela presidente Dilma Roussef, em cerimônia no Palácio do Planalto.

Gilda Kuitá faz parte do grupo de 19 indígenas que foram as primeiras a aprender a forma escrita do seu idioma materno. Em 1974, aos 18 anos, começou a alfabetizar indígenas na língua kaingang em sua comunidade. Passados 39 anos, ela é uma das onze educadoras com perfis variados - que vão de acadêmicas de renome até professoras do interior do País - a receber a comenda.

Mais de 30 mil kaingang, espalhados em comunidades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, vivem hoje no Brasil. Nesses estados, a militância indígena foi, segundo a educadora, ainda mais importante.

“No Sul do Brasil a população indígena foi muito massacrada. Isso tornou os indígenas daqui ainda mais desacreditados”, disse Gilda, que enfrentou resistências, mesmo entre educadores, para alfabetizar no idioma kaingang.

Apesar dos avanços na educação escolar indígena - como a orientação do Ministério da Educação para que a alfabetização seja feita no idioma materno - Gilda diz que ainda há muito a fazer. “A produção de material didático ainda é escassa. Os livros precisam abordar a história e a cultura indígenas”, argumenta a professora.

Condecorada pela Presidência da República aos 55 anos, Gilda apontou sua maior conquista: "Alfabetizar no meu idioma”.

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