Grandes fortunas -- para a maior parte da população o pensamento é se irá comer no dia seguinte ou como irão pagar o aluguel, a água e a luz mas ...

Vendo a acumulação selvagem do capital temos um bom motivo para refletir o do porque dos pobres pagarem a maior parte dos impostos, como também no fato do porque as grandes heranças não são tributadas como deveriam.

A atual tributação direta das grandes fortunas das pessoas físicas brasileiras não possui a condição de conduzir à justiça fiscal que a tanto se aguarda no Brasil. Além disto, o fato é que o IGF não é capaz de produzir os esperados impactos positivos na distribuição de renda e com ela o fortalecimento do mercado interno, assim ele irradia efeitos negativos no crescimento econômico do país.

Segundo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada os impostos no Brasil pesam mais sobre os que têm menor renda. Os 10% mais pobres pagam 44,5% mais do que os 10% mais ricos.

Segundo este estudo, a carga tributária representa 22,7% da renda dos 10% mais ricos. Para os 10% mais pobres, no entanto, o peso equivale a 32,8% de sua renda.

Esse é mais um elemento que comprova a injustiça tributária, que acentua a desigualdade entre os brasileiros", afirma Pochmann.

A explicação para a diferença entre o peso dos impostos está na forma de cobrança.

A base da arrecadação no Brasil é mais forte na chamada tributação indireta, ou seja, embutida em alimentos ou bens de consumo. Como o brasileiro mais pobre gasta a maior parte de sua renda em consumo, paga mais impostos.

Considerando apenas a tributação indireta, a carga dos mais pobres é de 29,1%, contra 10,7% dos mais ricos.

Os mais pobres comprometem mais a suas rendas com produtos de sobrevivência, por isso pagam mais imposto. A tributação é indireta, que tem estrutura fortemente regressiva.

Esse modelo é inaceitável. A pesquisa mostra que, por conta da tributação desigual, a concentração das riquezas continua fortemente nas mãos dos mais ricos.

A pesquisa do Ipea também mostra um dado novo: a carga tributária do país, excluindo as transferências de renda e pagamento de juros, cai a 12%, o que é insuficiente para que o Estado cumprir suas funções, mesmo que este dinheiro fosse bem aplicado, o que não é realidade.

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