quarta-feira, 23 de março de 2011

Países vetam a importação de alimentos japoneses, mas o Brasil ainda não

A contaminação de alguns alimentos produzidos nas regiões próximas ao complexo nuclear de Fukushima, no Japão, já provoca reação de países importadores dos produtos japoneses. Na terça-feira, 22, à noite, os Estados Unidos anunciaram que estão barrando alguns produtos provenientes do Japão. Nesta quarta-feira, foi a vez de Hong Kong proibir a entrada de uma ampla quantidade de alimentos japoneses; já a Coreia do Sul também anunciou que avalia uma proibição.

As declarações dos governos ocorrem logo após o governo japonês alertar os moradores da capital, Tóquio, sobre a alta concentração de iodo radioativo na água fornecida na cidade, pedindo que as crianças não bebam a água da torneira.

A proibição imposta por Hong Kong se aplica a produtos lácteos, frutas e vegetais de cinco cidades japonesas perto da usina nuclear de Fukushima, que foi atingida por um forte terremoto e um tsunami em 11 de março e, posteriormente, por uma série de explosões e incêndios.

O território chinês foi o primeiro governo asiático a impor tal restrição, após os Estados Unidos terem banido as importações de produtos lácteos e itens alimentícios de áreas próximas de Fukushima.

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) informou ter implementado um alerta para importação de leite, produtos lácteos, vegetais frescos e frutas de certas regiões do Japão. Isso significa que nenhum produto do tipo das cidades de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma podem entrar nos Estados Unidos, sem antes ter a segurança testada.

Na Coreia do Sul, a Administração de Alimentos e Medicamentos do país informou que a restrição, se instituída, se aplicaria a itens produzidos nas mesmas cidades citadas acima. Não estava claro se todos os produtos seriam afetados, ou apenas gêneros alimentícios específicos. A França pediu à União Europeia (UE) para impor "controles sistemáticos" das importações de alimentos japoneses.(AE)


Apesar dos casos de contaminação, Brasil importa alimentos japoneses

De acordo com a Anvisa, a última importação vinda do Japão ocorreu em fevereiro e foram alimentos sem indícios de contaminação
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Desastre causou impactos na logistica de exportação japonesa, mas país garante que alimentos estão dentro das normas

O Brasil não adotará, no momento, medidas proibitivas para a importação de produtos alimentícios japoneses. É o que diz a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em informe publicado nesta terça-feira (22).

Segundo a publicação, a última importação de alimentos japoneses aconteceu em fevereiro de 2011, anterior ao acidente nuclear em Fukushima Daichii. Além disso, essa importação foi apenas de misturas e pastas para preparação de produtos de padaria, pastelaria e da indústria de bolachas e biscoito, categoria de alimentos sem indícios de contaminação com radionuclídeos no momento.

" Temos uma margem de segurança, pois historicamente compramos apenas alimentos embalados do Japão e , segundo a Organização Mundial da Saúde, a radioatividade não contamina esse tipo de produto" , afirma a diretora da Anvisa, Maria Cecília Brito. Em 2010, também só entraram no Brasil alimentos japoneses classificados como misturas e pastas para preparação de produtos de padaria, pastelaria e da indústria de bolachas e biscoito.

De acordo com a diretora da Anvisa, as autoridades sanitárias japonesas se comprometeram a retirar do mercado todos alimentos com níveis de radionuclídeos superiores aos limites estabelecidos pela Comissão de Segurança Nuclear no Japão. " Mesmo assim, continuaremos a acompanhar investigações realizadas pelas autoridades sanitárias internacionais e as importações brasileiras de produtos japoneses, a fim de subsidiar continuamente o posicionamento da Agência sobre o caso" , explica Maria Cecília.

A Comunidade Européia e os Estados Unidos adotaram postura semelhante a do Brasil: no momento, não proibiram a importação de produtos japoneses. Mas realizarão o monitoramento desses alimentos nos pontos de entrada desses países.

Radiação ionizante
Quando certos átomos se desintegram, há liberação de um tipo de energia chamada radiação ionizante. Essa energia pode se propagar por meio de ondas eletromagnéticas ou por meio de partículas e contaminar o solo, a água e os alimentos.

Os átomos que emitem radiação são chamados de radionuclídeos, sendo o iodo radiotivo e o césio os que representam maior risco à saúde. De modo geral, os efeitos mais preocupantes ocorrem a longo prazo e incluem aumento do risco de câncer de tireóide e leucemia.

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