terça-feira, 15 de março de 2011

Paranaenses que moram no Japão relatam falta de comida

Paranaenses que moram em Tóquio, Sendai e Chiba, no Japão, têm relatado às famílias as dificuldades de se viver no país após o terremoto e o tsunami da última semana. A falta de alimento e o racionamento de combustível são os principais problemas.

A londrinense Márcia Souza, que mora com o marido em Nagoya, a 200 quilômetros de Tóquio, conta que a garrafa de 2 litros de água que custava 100 ienes (R$ 2,03) passou para 300 ienes (R$ 6,09), após o desastre. “As pessoas estão estocando comida, pois ninguém sabe o que vai acontecer. Para a próxima quarta-feira está previsto outro tremor forte”, disse Márcia.

Segundo Márcia, desde sexta-feira, não foram registrados novos tremores em Nagoya. Contudo, não é a possibilidade de outros terremotos que preocupa o casal. “Nosso maior medo é por conta da radiação das usinas nucleares. Estamos longe delas, mas é possível que a contaminação chegue aqui por meio da chuva, por exemplo. Com os tremores já estamos acostumados, pois é mais fácil lidar com os terremotos do que com a radiação”.

O empresário Dante Takahashi, 50 anos, conseguiu contato com o tio que está no Japão e relata o que ouviu. “Há falta de alimento e racionamento de combustível. Ele me contou que as empresas estão diminuindo o expediente”. Francisco Cazuo Shirade, o tio de Dante, mora em Chiba há seis anos e quer voltar para o Brasil.

Pela internet, Sérgio Kaneda, que está há pouco mais de uma semana em Saitama, falou com a mulher sobre o medo dos brasileiros que estão em território japonês. “A empresa em que ele trabalha fechou e os funcionários não sabem o que vai acontecer. Além da destruição, reclamam do frio”, conta a paranaense Delza Kaneda.

Matiko Yashunaga Oyama, que mora em Tóquio e trabalha em Chiba contou ao irmão, que vive no Brasil, que o terremoto abriu uma cratera que a impediu, e também a seu esposo, de entrar em casa no último sábado.

“Meu cunhado posou duas noites na empresa onde trabalha, porque não conseguia chegar em casa. Minha irmã chora quando fala da destruição. Ela mora há aproximadamente 20 anos em Tóquio e me contou que nunca viu nada parecido. Não há como se locomover na cidade. Eles estão praticamente presos em casa, e temem novos abalos”, conta o irmão, Shudo Yasunaga, que mora em Maringá.

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