quinta-feira, 17 de março de 2011

17 de Março de 1861 / 17 de Março de 2011 - 150 anos da Unificação da Itália

Viva Giuseppe e Anita Garibaldi!!!

Giuseppe Garibaldi (Nice, 4 de julho de 1807 / Caprera, 2 de junho de 1882) foi um general, guerrilheiro, condottiero e patriota italiano, alcunhado de "herói de dois mundos" devido a sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul. Uma das mais notáveis figuras da unificação italiana, ao lado de Giuseppe Mazzini e do Conde de Cavour, Garibaldi dedicou sua vida à luta contra a tirania. Nasceu em Nizza (hoje Nice, na França), então ocupada pelo Primeiro Império Francês e que retornaria ao reino de Sardenha-Piemonte, com a queda de Napoleão Bonaparte, para ser depois cedida à França por Cavour, pelo tratado de Turim (24 de março de 1860).

De marinheiro a exilado

Garibaldi nasceu em Nice, que na época era parte do departamento francês dos Alpes Marítimos. Isto antes que este departamento fosse devolvido para a Casa de Saboia, governantes do Reino de Sardenha, depois da derrota de Napoleão, nos termos do Congresso de Viena (1815). Após 1860, retornou ao domínio francês.

Filho de Rosa Raimondo e de Domenico Antonio, proprietário da embarcação Santa Reparata de 29 toneladas, Giuseppe Garibaldi passou dez anos de sua vida a bordo de navios mercantes, seguindo os passos do pai, um marinheiro genovês, e com o tempo chegou a obter licença de capitão. Mas seus desejos de aventura não permitiram que seguisse essa carreira.

Em abril de 1833, em Taganrog, na Rússia, enquanto comandava a escuna Clorinda, levando um carregamento de laranjas, conheceu Giovanni Battista Cuneo de Oneglia e entrou em contato com a sociedade secreta Jovem Itália. Seduzido pelas ideias socialistas de Henri Saint-Simon, e da Jovem Itália, fundada por Giuseppe Mazzini. Mazzini era republicano e ardoroso defensor da unidade italiana, que esperava alcançar por meio de um levante popular.

Garibaldi se uniu a sociedade secreta, jurando dedicar sua vida para libertar sua terra natal do jugo austríaco. Em novembro de 1833 encontrou com Mazzini, iniciando um relacionamento que mais tarde se tornaria problemático. Juntou-se à Carbonária e em fevereiro de 1834 tomou parte da insurreição de Gênova, que fracassou. Condenado à morte por uma corte genovesa. Refugiou-se em Marselha e, em 1835, fugiu para a Tunísia, chegando depois ao Rio de Janeiro.

Com 28 anos iniciava seu primeiro exílio.

Brasil

Residiu algum tempo no Rio de Janeiro, onde foi membro da Congrega della Giovine Itália, fundada por Giuseppe Stefano Grondona.[4] Foi também no Rio de Janeiro conheceu a Luigi Rossetti, com quem se juntou à Revolução Farroupilha, depois de receber uma carta de corso.[4] Rossetti e Garibaldi transformaram seu pequeno barco comercial Mazzini em corsário a serviço da República Rio-Grandense.[4] No caminho para o sul, atacaram um navio austríaco, com uma carga de café, e trocaram de navio com seus ocupantes, rebatizando a nova embarcação de Farroupilha.[4] Enquanto Rossetti desembarcou no porto de Maldonado, Garibaldi foi pego pela polícia marítima uruguaia, acabando preso na Argentina.

Ao lado do general Davi Canabarro, Garibaldi tomou o porto de Laguna, em Santa Catarina, onde foi proclamada a República Catarinense (República Juliana). A marinha da jovem República Riograndense estava bloqueada na lagoa dos Patos, pois as forças imperiais dominavam a cidade de Rio Grande, na saída da lagoa para o mar. Para levar as forças republicanas até a cidade de Laguna, Garibaldi levou seus dois barcos através de um trecho de 86 quilômetros de terra, utilizando enormes carretas puxadas por duzentos bois. Um dos barcos naufragou já no Atlântico e, a bordo do outro (o Seival), Garibaldi empreendeu a tomada de Laguna.

Em Laguna, Garibaldi conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida depois como Anita Garibaldi, com quem se casaria e que se tornaria sua companheira de lutas na América do Sul e depois na Itália. Quando, após quase uma década de luta, ficou evidente que a República Rio-grandense estava condenada a desaparecer, o presidente Bento Gonçalves dispensou Garibaldi de suas funções, e ele então mudou-se para Montevidéu, no Uruguai, com Anita e seu filho Menotti, nascido em Mostardas, no litoral sul do estado do Rio Grande do Sul.

"Eu vi corpos de tropas mais numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense, em cujas fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações.

Quantas vezes fui tentado a patentear ao mundo os feitos assombrosos que vi realizar por essa viril e destemida gente, que sustentou, por mais de nove anos contra um poderoso império, a mais encarniçada e gloriosa luta!"
Garibaldi

Uruguai

No Uruguai, em 1842, na Guerra Grande, foi nomeado capitão da frota uruguaia em sua luta contra o governador de Buenos Aires, Juan Manuel de Rosas. No ano seguinte, durante a defesa de Montevidéu, organizou a Legião Italiana, cujos membros foram os primeiros "camisas vermelhas". A Legião foi essencial para evitar a tomada de Montevidéu pelas tropas do presidente uruguaio Manuel Oribe. No Uruguai nasceram os outros filhos do casal: Rosa, Teresa e Ricciotti. Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta.

Retorno à Itália

Garibaldi regressou à Itália em 1848 para lutar na Lombardia contra o exército austríaco e iniciar a luta pela unificação italiana. Sua tentativa de expulsar os austríacos fracassou e teve que refugiar-se primeiro na Suíça e depois em Nice, atualmente na França.

Ao final de 1848, o papa Pio IX, temendo as forças liberais, abandonou Roma, para onde foi Garibaldi junto com um grupo de voluntários. Em fevereiro de 1849 foi eleito deputado republicano na assembleia constituinte da recém-proclamada República Romana. Em abril, enfrentou um exército francês que tentava restabelecer a autoridade papal. Em maio, um exército napolitano juntou-se aos franceses.

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