sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Boa medida: Governo estuda elevar alíquotas de importados, diz Pimentel

SÃO PAULO - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, confirmou hoje (4) que o governo estuda a possibilidade de elevar as alíquotas de importação de alguns produtos industriais. Entre eles, o ministro citou têxteis, vestuário, couro, calçados e eletroeletrônicos que são considerados alguns dos mais afetados pelas importações asiáticas.

"Não vamos fechar a economia", afirmou, após participar de reunião com empresários no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. "Não vamos elevar indiscriminadamente para uma cadeia ou para um setor inteiro. Estamos analisando todos os casos com lupa", acrescentou, ressaltando que a pauta envolve cerca de 12.000 produtos.

O ministro reiterou que se trata de uma prática de defesa comercial. "A partir de agora, teremos uma prática de defesa comercial , algo que todos os países praticam. Antes, nós já fazíamos mas não com essa ênfase com que vamos fazer a partir de agora", afirmou. De acordo com Pimentel, a ideia é montar um sistema de acompanhamento dos preços de produtos importados para compará-los aos praticados por similares brasileiros.

A equipe funcionará dentro do Ministério do Desenvolvimento mas a palavra final sobre quais produtos terão alíquotas elevadas será da Câmara de Comércio Exterior (Camex), da qual fazem parte também os ministros da área econômica.

Concorrência com a China faz 67% dos exportadores perderem clientes

O impacto da concorrência com a China na indústria brasileira é tão significativo que 67% das empresas exportadoras brasileiras, que competem com produtos chineses, perdem clientes e 4% deixou de exportar, de acordo com Sondagem Especial, divulgada nesta quinta-feira, 3, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além disso, 45% das empresas que competem com a China perderam participação no mercado doméstico brasileiro. De acordo com a Sondagem, a presença da China é mais intensa em seis setores industriais, onde pelo menos metade das empresas afirmaram que concorrem com similares chineses. É o caso dos setores de material eletrônico de comunicação, têxteis, equipamentos hospitalares e de precisão, calçados, máquinas e equipamentos, além do setor que a CNI classifica como "indústrias diversas".

No geral, 52% das empresas exportadoras brasileiras competem com a China em outros mercados. No entanto, 21% das companhias consultadas registram importação de matéria prima chinesa, denotando, segundo a CNI, um aumento da penetração do país asiático na cadeia produtiva brasileira. Além disso, 32% dessas empresas pretendem aumentar as compras de insumos do gigante asiático.

De acordo com a sondagem, 50% das indústrias brasileiras já definiram estratégias para enfrentar a competição com os produtos chineses. A principal alternativa é o investimento em qualidade e design dos produtos. Ainda assim, 10% das grandes empresas brasileiras já produzem com fábrica própria na China, como resposta à concorrência com empresas chinesas pelos mercados doméstico e internacional. A sondagem, foi realizada entre os dias 4 e 19 de outubro do ano passado com 1.529 empresas.

Fonte: Agência Estado

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