segunda-feira, 14 de março de 2011

ONU está dividida sobre imposição de zona de exclusão aérea na Líbia

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrava-se dividido nesta segunda-feira, 14, sobre os pedidos árabes para a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Enviados árabes e europeus enfatizam a necessidade de uma resposta urgente da ONU à ofensiva das forças leais ao coronel Muamar Kadafi, que dia após dia têm ganhado terreno nos choques com os rebeldes que querem derrubar o ditador.

Na opinião de diplomatas lotados na ONU, as diferenças de opinião entre as principais potências farão com que ações negociadas levem dias até que sejam articuladas. O Reino Unido e a França trabalham em um rascunho de resolução sobre a criação de uma zona de exclusão aérea. A iniciativa conta com o apoio da Liga Árabe. Rússia e China lideram a oposição à proposta, enquanto Estados Unidos, Alemanha e outros integrantes do Conselho da ONU têm dúvidas sobre a medida.Vitaly Churkin, enviado da Rússia à ONU, observou que questões cruciais sobre o funcionamento da zona de exclusão aérea não foram respondidas pelos defensores da proposta. "Se há uma zona de exclusão aérea, quem irá implementá-la? E como isso será feito?", questionou o diplomata russo. "Não dispomos de informações suficientes".

A Alemanha também tem dúvidas sobre a criação de uma zona de exclusão aérea. "Questões foram levantadas e algumas delas não foram respondidas", disse Peter Wittig, representante alemão no órgão da ONU. Ele defende a imposição de sanções políticas e econômicas mais rigorosas para intensificar a pressão sobre Kadafi.

Ainda assim, o embaixador francês Gerard Araud disse acreditar na possibilidade de aprovação ainda esta semana de alguma medida. "Não existe uma recusa total. Há perguntas. Mas acho que estamos avançando", declarou.

As autoridades americanas já afirmaram que a imposição da zona de exclusão aérea implica no deslocamento de equipamentos militares em zonas dominadas pelas forças de Kadafi na Líbia. Washington admitiu que não descarta a medida, que é apoiada pelos insurgentes líbios, mas ainda não deu indícios de que ela poderia ser implementada.

Os confrontos na Líbia, entre as tropas leais ao ditador e os rebeldes que querem derrubá-lo, já ocorrem há quase um mês. Mesmo sob pressão internacional, Kadafi, que está há 41 anos no poder, se recusa a renunciar ou a fazer concessões à oposição. (Dow Jones)

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