segunda-feira, 14 de março de 2011

Para os dekasseguis o pós-terremoto, procedido pelo tsunami e a crise nuclear, na conseqüente crise econômica, são o espelho do futuro


Rodovias, ferrovias, energia, indústrias, a frota pesqueira em parte destruída e portos paralisados em grande parte do Japão fazem as estimativas dos prejuízos saltarem para até mais de 170 bilhões de dólares. O mercado de ações do Japão fechou em baixa superior a 6 por cento, maior queda desde o auge da crise financeira de 2008, e analistas disseram que a economia poderia mesmo voltar à recessão, o que em muito afetará a vida de milhares dos nossos dekasseguis.

Agora, com a crise ocorrida após o terremoto e o tsunami, muitos milhares de brasileiros começam a viver no Japão sob a constante ameaça do Kubi. A palavra, que significa literalmente pescoço, se torna sinônimo de corte ou dispensa, e sempre que pronunciada é acompanhada do gesto característico feito com a mão de uma garganta sendo decepada.

Os muitos milhares de dekasseguis, que a pouco tempo retornaram do Japão para aqui depois da crise de 2009 e do Brasil para o Japão quando a crise lá se amenizou a partir do fim de 2010 terão de aceitar, sob pressão do "kubi", ou não, salários menores em troca da manutenção dos postos de trabalho.

Outros terão de apelar para o "arubaito", o que na língua japonesa correponde ao nosso popular "bico", para o trabalho temporário sem regulamentação em serviços como a preparação de marmitas, na construção civil, etc.. Quem se sujeita a estas modalidades de trabalho muitas vezes tem de aceitar morar em alojamentos coletivos ou até mesmo nos hotéis-cápsulas, que são minúsculos compartimentos horizontais de baixa altura, que são muito parecidos com os nosso antigos leitos nos trens, de baixa altura e com espaço apenas para uma cama.

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles