sexta-feira, 18 de março de 2011

O Tio Sam está de olho em nosso petróleo e a Dilma concorda


"Os Estados Unidos são um consumidor ideal", disse Dilma.

O Brasil detém uma das maiores reservas mundiais de petróleo em alto mar, e empresas norte-americanas de petróleo estão de olho na possibilidade para "ajudar" a extrair o óleo, que está a 6 quilômetros abaixo da superfície do oceano.

A presidente Dilma Rousseff disse autoridades dos EUA em visita ao país, incluindo o senador republicano John McCain, que as reservas do pré-sal podem ajudar o Brasil a se tornar um importante exportador de energia e gerar recursos para obras de infraestrutura e desenvolvimento econômico.

Contudo, Dilma também afirmou querer encontrar mercados externos para o consumo da maior parte do petróleo. Ela acredita que o Brasil deve continuar dependendo de fontes de energia renovável, como a gerada por hidrelétricas e a partir de etanol, para a maior parte de suas necessidades.

O secretário de Energia dos EUA, Steven Chu, fará parte da delegação de Obama, o que sugere possíveis negociações.

A viagem poderia render acordos preliminares que levariam a um compartilhamento de tecnologias para a exploração no mar ou a uma participação maior de companhias de energia dos Estados Unidos na extração do pré-sal.

Invasão gringa em Macaé

O animado "Good morning, Macaé" é sinal de que o locutor Tony Fonseca está no ar. Pelas duas horas seguintes, ele comandará um programa musical que toca tudo o que há de mais comum nas FMs brasileiras. Com um detalhe: é todo falado em inglês. O programa de Tony, um brasileiríssimo locutor de 61 anos, vai ao ar aos sábados e não é entendido pela esmagadora maioria dos macaenses. Mas tem um público fiel nos 13.000 estrangeiros que vivem na cidade e já representam 10% da população. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, é a maior concentração de estrangeiros residentes no país. O que atrai gente de todo o mundo para a região é a exploração de petróleo e gás, atividade que enriqueceu a cidade a partir de 1978, com a chegada da Petrobras, e principalmente desde 1999, quando as empresas privadas foram autorizadas a operar no setor. Por causa dos gringos, a pequena Macaé ganhou ares cosmopolitas. Tem aeroporto internacional, quatro hotéis de grandes redes estrangeiras em construção – entre eles um Sheraton –, dois pubs, restaurantes italiano, mexicano, francês e japonês, campo de golfe. Nas bancas de jornais, encontram-se publicações de todo o mundo e um dos supermercados locais acaba de fazer sua primeira encomenda de caviar. No embalo do progresso, a prefeitura encarregou ninguém menos que Oscar Niemeyer de fazer o projeto de sua nova sede.

A cidade, a 182 quilômetros do Rio de Janeiro, é a base de operação da Petrobras e de outras dezenas de companhias que trabalham na exploração da Bacia de Campos, responsável por 80% do petróleo e 45% do gás natural produzidos no Brasil. Junto com mais sete municípios do norte fluminense, Macaé recebe royalties pela produção, que representam mais da metade do orçamento da prefeitura e tornaram a cidade uma das mais ricas do Estado, com renda per capita de 8.304 reais em 2000. É bem superior à média nacional – de 6 472 reais, no mesmo ano. Se o cálculo fosse feito entre os estrangeiros, no entanto, a diferença seria astronômica. Eles são, em sua maioria, técnicos altamente especializados, que rodam o mundo trabalhando para as grandes companhias de petróleo, com salários que variam entre 5.000 e 15.000 dólares por mês.

Tamanho abismo salarial torna a Macaé dos gringos bem diferente da brasileira. A cidade dos macaenses não prima pela beleza. Suas praias não são nem de longe parecidas com as da vizinha Búzios, e sua arquitetura não a faz em nada diferente de qualquer outra cidadezinha brasileira que cresceu rápida e desordenadamente. A maior parte dos gringos circula pouco por essa Macaé e foge de lá nos fins de semana. Muitos passam quinze dias por mês embarcados nas plataformas de exploração de petróleo. Os que trabalham em terra se concentram numa rua batizada de "Rua das Firmas", uma avenida distante do centro da cidade onde se enfileiram prédios de escritórios. Para viver, eles escolheram os bairros perto das praias, como o Vivendas da Lagoa. Ali as ruas ainda não estão asfaltadas, mas as casas são grandes, coloridas, muitas com piscina. O aluguel chega facilmente a 10.000 reais por mês. A diferença gritante de padrão de vida faz os estrangeiros ter um medo que fica evidente na altura dos muros que cercam as casas. "Não dá para fingir que sou brasileira", diz a francesa Catherine Delapierre, 37 anos, que chegou à cidade há sete meses com o marido, Pascal, 43 anos, e dois filhos, de 7 e 5 anos. Eles evitam sair à noite e não deixam as crianças brincar na rua. (Veja)

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