domingo, 6 de março de 2011

Mario Covas: A despedida de um símbolo


Em 1992, o jovem tenente da Polícia Militar José Roberto Rodrigues de Oliveira viu dois colegas de farda morrerem baleados por um homem que havia invadido uma casa em Pirituba, zona norte de São Paulo. Eram encontros frequentes com a morte, como esse, que motivavam a cada dia o oficial a tentar trocar a violência das ruas pelo trabalho um tanto burocrático na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes.

Quatro anos depois, Oliveira chegaria à sede do Executivo paulista, localizada no outro extremo da capital do Estado, para atuar na segurança do então governador Mario Covas. Como no poema de Bandeira, a "indesejada das gentes", no entanto, também o acompanharia até o novo endereço. O destino o escolheria para, no dia 6 de março de 2001 - há exatos dez anos -, testemunhar o que ele define como "momento histórico" -, a morte do governador em exercício do Estado de São Paulo, após uma luta franca contra o câncer que se tornou pública e mobilizou o País.

Na madrugada daquele dia, Oliveira dava plantão no Instituto do Coração (Incor), em frente ao quarto onde Mario Covas Júnior, nascido em 21 de abril de 1930, em Santos, travava sua batalha final. O câncer na bexiga havia sido diagnosticado três anos antes, logo após a reeleição do governador, que desde então se viu obrigado a seguir uma rotina de tratamentos, crises e internações hospitalares.

Só os modernos aparelhos médicos emitiam sinais de que o paciente ainda resistia naquela madrugada em São Paulo, até que, às 5h32, Oliveira assistiu, conforme seu relato, ao término do embate - o momento em que o coração do governador parou de bater.

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