domingo, 6 de março de 2011

Lugar de tecnologia é em Pato Branco


Com 72 mil habitantes, o município de Pato Branco (Sudoeste do Paraná) pretende se tornar um centro de referência na produção de software e eletroeletrônicos. O caminho para isso está sendo pavimentado: mais de 70 empresas desse segmento, de portes variados, estão instaladas na cidade, empregando, juntas, 6 mil pessoas. Atraindo investimentos por meio de benefícios fiscais e doação de terrenos, Pato Branco luta agora para aumentar a oferta de mão de obra qualificada, uma exigência das companhias interessadas em se instalar no município.

O sonho de investir em tecnologia teve início há mais de 20 anos, com a implantação do antigo Cefet, atual Univer­­sidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), e ganhou força com a criação, em 1997, do Parque Tecnológico de Pato Branco (PTBC), que já abriga 75 empresas, das quais 65 atuam na produção de softwares e 10 na de eletroeletrônicos. O parque não compreende apenas um espaço físico com várias empresas. Toda a área do município é considerada ambiente tecnológico, e as empresas do segmento estão espalhadas em vários pontos da cidade.

Um dos atrativos está na tributação diferenciada desse segmento, estabelecida pela Lei Estadual 15.634, de 2007, que prevê redução de até 80% no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresas do ramo eletrônico que se instalam nos municípios de Pato Branco, Dois Vizinhos e Francisco Beltrão, no Sudoeste do estado, e Foz do Iguaçu, no Oeste. Além disso, o município também concede benefícios como doação de áereas para a construção de barracões e, em alguns casos, paga o aluguel dos estabelecimentos até que a empresa construa sua sede.

Novos investimentos

O polo tem atraído empresas de capital estrangeiro. A chinesa Guangzhou Guangxing Electronic Corporation, a GX-Áudio, deve iniciar suas atividades no mês que vem. Com investimentos de R$ 10 milhões, a multinacional vai fabricar bobinas e cones usados na montagem de alto-falantes. Numa segunda etapa, pretende fabricar equipamentos para home theaters. Também em maio, deve se integrar ao parque a Movix, líder brasileira na produção de aparelhos de GPS. Segundo a prefeitura, a empresa vai transferir sua sede de São Paulo para o Paraná.

A produção tecnológica de Pato Branco é destinada, em sua maior parte, para o mercado interno, mas algumas companhias apostam na exportação dos produtos. É o caso da Soft Sistemas Eletrônicos, que iniciou suas atividades há um ano e faz negócios com Argentina, Paraguai e Chile. A empresa, que também tem uma unidade em Curitiba, atua principalmente na montagem de travas elétricas para automóveis. Cinquenta pessoas trabalham na montagem dos kits eletrônicos e outras dez serão contratadas até junho.

Sandro Batistella Ricci, dono da Soft, diz que uma série de fatores contribuiu para a escolha de Pato Branco na hora de expandir os negócios. “Fizemos uma análise da qualidade da mão de obra e da própria estrutura que a cidade oferece”, diz. Os incentivos fiscais também pesaram na decisão, segundo ele.

Uma das empresas mais antigas do polo é a Viasoft, que iniciou suas atividades em 1990 e hoje emprega 100 pessoas. Fabricante de softwares empresariais, a Viasoft atua com franquias e mantém negócios em 16 estados. “Tudo o que demanda desenvolvimento é centralizado aqui em Pato Branco”, diz o empresário Itamir Viola. Dono da Viasoft, ele também preside a Tecnópole Pato Branco, Oscip (Organi­­zação da Sociedade Civil de Interesse Público) responsável pela gestão do polo tecno­­­­­ló­­gico.

Turismo tecnológico

Toda a estrutura do parque tecnológico é apresentada em detalhes aos visitantes que pretendem conhecer o ambiente de negócios da cidade. Um roteiro de turismo tecnológico foi criado há um ano e meio pela Tecnópole Pato Branco. O projeto é desenvolvido em parceria com o Sindicato dos Hotéis, Bares e Res­­tau­­rantes, e as visitas são acompanhadas por um guia que re­­­passa todas as informações ao visitante. Fazem parte do roteiro informações sobre pesquisas científicas, visitas a instituições de ensino, incubadoras tecnológicas e empresas. “Um empresário não vem nos visitar à toa. Então, antes de falar em negócio, a gente o coloca no roteiro”, diz Viola.

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