quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pelo Facebook, centenas preparam protesto na Arábia Saudita

Centenas de pessoas aderiram a uma campanha no Facebook pela realização de um "dia de fúria" no mês que vem na Arábia Saudita, a fim de exigir eleições, liberdades para as mulheres e libertação de presos políticos.

Até esta quarta-feira de manhã, mais de 460 pessoas haviam aderido ao protesto convocado para 11 de março no reino, que é o maior exportador mundial de petróleo e tem uma monarquia absolutista.

É impossível verificar, no entanto, quantas dessas pessoas estão na Arábia Saudita, e se o protesto irá de fato ocorrer.

As rebeliões árabes que derrubaram líderes na Tunísia e Egito foram iniciadas por jovens que se mobilizavam por redes sociais, mas ativistas na Arábia Saudita disseram que uma recente convocação pela internet para protestos em Riad não conseguiu levar ninguém às ruas.

No mês passado, uma manifestação em Jidá, depois de uma inundação na segunda maior cidade saudita, foi rapidamente dissolvida.

Os ativistas do Facebook reivindicam "que o governante e os membros do Conselho Shura (consultivo) sejam eleitos pelo povo", que haja um Judiciário independente, liberdade de expressão e reunião e que sejam libertados os presos políticos.

Eles pedem também um salário mínimo de 10 mil rials (2.700 dólares), mais oportunidades de emprego, criação de um órgão de combate à corrupção e revogação de "impostos e taxas injustificados".

Há ainda pedidos de reconstrução das Forças Armadas, reforma do clero conservador sunita e "abolição de todas as restrições ilegais sobre as mulheres".

Apesar da sua riqueza petrolífera, a Arábia Saudita enfrenta um índice desemprego que chegou a 10,5 por cento em 2009. O reino oferece benefícios sociais a seus 18 milhões de cidadãos, mas estes são considerados menos generosos que os de outros países petrolíferos do golfo Pérsico.

Antes de retornar nesta quarta-feira à Arábia Saudita, após três meses de tratamento médico no exterior, o rei saudita, Abdullah, anunciou uma série de benefícios para a população, no valor de bilhões de rials, informou a televisão estatal.

Os benefícios, que incluem recursos para compensar a inflação em alta, ajuda a jovens desempregados e financiamento de estudos no exterior, foram divulgados num momento em que ocorrem em vários países do mundo árabe manifestações populares de protesto contra a pobreza, corrupção e falta de democracia.

A oferta do rei não inclui reformas políticas no regime do país -- uma monarquia absolutista --, tais como eleições municipais, que vêm sendo uma exigência de grupos de oposição e políticos liberais.

O reino não tem Parlamento eleito e não tolera dissidentes políticos.

Abdullah, que estaria com cerca de 87 anos, viajou para os Estados Unidos em novembro para tratamento de uma hérnia de disco. Nas últimas quatro semanas ele estava se recuperando no Marrocos de uma cirurgia realizada em Nova York.

O rei Abdullah, voltando ao país nesta quarta-feira, após meses de tratamento médico no exterior, anunciou logo depois de sua chegada a Riad benefícios no valor de 35 bilhões de dólares para a população.

Mas as medidas não incluem reformas políticas, como as novas eleições municipais reivindicadas por grupos liberais ou oposicionistas. Nunca houve um Parlamento eleito no reino, que não tolera dissidências públicas.

Fonte: Reuters

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