quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Paraná pode fechar 2010 no vermelho

GP

As exportações caíram ao menor patamar desde março, e as importações alcançaram a maior marca em dois anos. Como resultado dessa combinação, o Paraná amargou em outubro o segundo déficit consecutivo em suas transações com o exterior. Os números reforçam a percepção de que, em tempos de dólar desvalorizado, o estado está ficando cada vez mais dependente das vendas de commodities e produtos do agronegócio para sustentar sua balança comercial.

Repetindo o que ocorreu no ano passado, o saldo paranaense passou para o negativo assim que as exportações de soja começaram a minguar, em razão da en tressafra. Entre 2009 e 2010, o Paraná registrou seis meses seguidos de déficit comercial, exatamente no intervalo setembro-fevereiro. Movimento semelhante pode ter começado dois meses atrás.

Em outubro, o estado exportou produtos no valor de US$ 1,227 bilhão e importou US$ 1,437 bilhão, fechando o mês com déficit de US$ 210 milhões. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas de US$ 11,877 bilhões (23% a mais que em igual período de 2009) e as compras de US$ 11,324 bilhões (alta de 47%) ainda garantem um saldo positivo de US$ 553 milhões. Essa folga, no entanto, vem ficando cada vez mais apertada. Se houver novos déficits em novembro e dezembro, e eles ficarem próximos de US$ 300 milhões, o estado corre o risco de fechar o ano no vermelho pela primeira vez desde 2000.

Um elemento contribui para a disparada das importações no estado: os incentivos fiscais à importação. Assim como outras 17 unidades da federação, o Paraná oferece algum tipo de benefício – no caso, a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida, que busca atrair empresas para o estado, naturalmente elevou os volumes importados.

Na semana passada, a Força Sindical entrou com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar os estímulos do Paraná e de Santa Catarina. A alegação é de que eles desestimulam a produção local e, portanto, a geração de empregos no Brasil. Por enquanto, o Supremo não tomou qualquer decisão em relação aos benefícios.

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