quinta-feira, 7 de julho de 2011

IPCA desacelera, mas taxa em 12 meses sobe mais

A inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) arrefeceu fortemente em junho, mas ficou acima das previsões e a taxa em 12 meses se distanciou ainda mais do teto da meta, reforçando o cenário de pressões que pode fazer com que o atual ciclo de aperto monetário dure mais que o anteriormente estimado.

O indicador subiu 0,15 por cento em junho, após alta de 0,47 por cento em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Analistas ouvidos pela Reuters previam variação positiva de 0,07 por cento, segundo mediana de 23 estimativas que oscilaram de queda de 0,01 por cento a alta de 0,19 por cento.

"A forte redução na taxa de crescimento do IPCA de maio para junho é explicada, em grande parte, pela deflação registrada no grupo Alimentação e bebidas..., aliada à queda ainda mais intensa do grupo Transporte", disse o IBGE em nota.

Os preços dos alimentos passaram de alta de 0,63 por cento em maio para queda de 0,26 por cento em junho. Os de Transportes caíram 0,61 por cento agora, após recuarem 0,24 por cento em maio.

Os alimentos haviam subido muito meio ao avanço das commodities e problemas de oferta de alguns produtos, enquanto os combustíveis foram pressionados pela entressafra da cana-de-açúcar, utilizada no álcool combustível. Agora, eles devolvem parte dessa alta.

Os destaques de queda em alimentação foram batata-inglesa e cenoura. Dentro de Transportes, a gasolina declinou 3,94 por cento, sendo a principal contribuição negativa para o IPCA do mês, de menos 0,17 ponto percentual, enquanto o álcool baixou 8,84 por cento.

Os custos do grupo Habitação desaceleraram a alta, de 0,97 para 0,58 por cento, em razão do menor impacto dos reajustes de tarifa de água e esgoto, aluguel, condomínio e energia elétrica.

Já os preços de Vestuário subiram mais, em 1,25 por cento em junho contra 1,19 por cento em maio.

O índice de difusão do IPCA, calculado por economistas, desacelerou para 58,9 por cento em junho, ante 64,8 por cento em maio.

Meta

Já a taxa acumulada em 12 meses subiu mais, em 6,71 por cento até junho, maior variação desde junho de 2005, ante 6,55 por cento até maio.

A aceleração da taxa em 12 meses apesar do arrefecimento no mês ocorre porque em junho de 2010 o IPCA foi menor que em junho deste ano, com leitura zero.

A meta perseguida pelo governo tem centro em 4,5 por cento e tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Ou seja, o IPCA em 12 encontra-se, pelo terceiro mês seguido, acima do teto, que é de 6,5 por cento.

Alguns economistas não descartam que o rompimento do teto se prolongue até dezembro, mas a maioria prevê para o fechamento de 2011 uma taxa um pouco abaixo de 6,5 por cento.

A última vez em que a inflação não cumpriu a meta foi em 2002. Em 2003 e 2004 a meta teve que ser ajustada para cima para evitar novos rompimentos.

O governo vem tomando medidas nos lados monetário e fiscal para conter a inflação, visando levar a inflação para o centro da meta em 2012.

Recentemente, o Banco Central elevou suas previsões de inflação para 2012 e reiterou que o aperto terá que ser feito por período "suficientemente prolongado", levando grande parte do mercado a revisar suas previsões para a Selic, passando a última alta de julho para agosto.

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