sexta-feira, 13 de maio de 2011

Temer não crê em votação do Código na próxima semana

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse nesta sexta-feira (13) que o governo não conta com a aprovação do Código Florestal para a próxima semana. Ao chegar à Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, onde fará uma aula magna nesta manhã sobre reforma política, Temer afirmou que o governo espera um acordo entre os ambientalistas e os produtores rurais e que uma solução negociada pode ajudar na repercussão internacional sobre o tema. "Eu sei que em questões ambientais é preciso tomar muito cuidado com as repercussões internacionais."

Temer admitiu que o tema é polêmico e que a alteração dos ânimos já era prevista. "O tema é polêmico. É natural que haja essa discussão e, de vez em quando, uma certa radicalização." De acordo com o vice-presidente, a expectativa é que em mais alguns dias o tema possa ser aprovado pelo Congresso. "Um grande acordo é mais útil para o País."

Código Florestal deflagra 1ª crise na base de Dilma

A votação do projeto de Código Florestal deflagrou a primeira crise na base aliada da presidente Dilma Rousseff. Insatisfeitos com o conteúdo da proposta e com a demora no preenchimento dos cargos de segundo escalão, os aliados se uniram à oposição para derrotar o Palácio do Planalto. A fusão ameaça agora a agenda legislativa do Planalto. Além da votação do Código ter sido suspensa diante da insegurança do governo sobre sua aprovação, novas votações importantes para o governo podem ser contaminadas.

O esgarçamento da base é sintoma da centralização nas mãos do alto petismo das nomeações para cargos-chave. Cerca de 350 deputados votariam contra a proposta do Código Florestal, um placar resultante da poderosa articulação dos ruralistas com a insatisfação na base por conta da distribuição de cargos.

As dissidências estão espalhadas por todos os partidos aliados. Um dos mais atingidos foi o PMDB, forçando o líder da legenda, Henrique Eduardo Alves (RN), a prometer à bancada que nada será votado enquanto não for desatado o nó do Código Florestal. No principal sócio do Planalto, a “rebelião” envolveria entre 50 e 57 deputados da bancada de 79 parlamentares.

O mesmo padrão de dissidência foi detectado nos demais partidos da base. Dos 27 deputados do PDT, cerca de 20 poderiam bandear para o lado da oposição. Agora, o projeto do Código Florestal ficará parado, pelo menos, nos próximos dez dias. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e líderes da base aliada estarão ausentes de Brasília na semana que vem. (AE)

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