sexta-feira, 13 de maio de 2011

Oxi, mais perigoso que o crack, se espalha pelo país


Uma droga mais perigosa que o crack está se espalhando pelo Brasil e deixando as autoridades policiais em alerta. O oxi, droga similar ao crack, mas mais barata e com poder de vício maior, já foi apreendida em dez estados brasileiros. No Paraná, o Instituto de Criminalística de Curitiba fará testes para saber se uma substância apreendida em Cascavel, no Oeste do estado, é oxi.

O crack e o oxi são subprodutos da cocaína. A principal diferença entre as duas drogas está nas substâncias usadas no preparo. Enquanto na produção do crack são utilizados bicarbonato de sódio e amoníaco para oxidar o pó da folha de coca, no processo que resulta no oxi predominam querosene e cal virgem. Com produtos mais baratos, o custo de produção cai. Vendido pela metade do preço, o oxi tem maior poder de infiltração nas camadas mais pobres. A droga é produzida na Bolívia e no Peru.

Os derivados da coca também têm diferenças na absorção e na duração do efeito sobre o organismo. Quando inalado, o pó da cocaína é absorvido pela mucosa nasal, de forma mais gradativa, fazendo com que o efeito se estenda entre 30 e 45 minutos. Já no formato de pedra, quando fumado, a droga é absorvida pelo pulmão e atinge quase que instantaneamente a corrente sanguínea. O efeito do crack dura cerca de 15 minutos e o do oxi não mais que cinco minutos.

“Está aí o grande potencial do oxi de viciar já na primeira vez que se usa”, diz o psiquiatra André Luiz Carvalho Netto, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o princípio ativo da coca no oxi é mais concentrado. Além disso, as substâncias químicas usadas no preparo da droga são corrosivas e mais tóxicas, o que acaba elevando o grau de dependência e tornando os efeitos sobre o organismo mais devastadores. “O consumo do oxi pode levar à morte mais rapidamente que o crack, cuja nocividade está em grande parte no princípio ativo da droga.”

O psiquiatra alerta ainda para o que o oxi representa à saúde pública e a setores como a segurança pública. “A velocidade com que essas drogas surgem e se espalham pelo país é muito maior que a de articulação da rede de saúde nas ações preventivas e de tratamento e das forças de segurança. O crack é a cocaína de ontem e o oxi o crack de amanhã”, diz.

No Paraná, a Polícia Militar apreendeu, no início da semana, 150 gramas de uma droga que pode ser oxi. A substância foi encaminhada para análise pericial. Ontem, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, divulgou a primeira apreensão de oxi no estado. Foram interceptadas 300 gramas em Porto Alegre – a quantidade é suficiente para produzir cerca de 1,5 mil pedras, segundo a polícia. No Brasil, a primeira apreensão de oxi foi feita há dez anos.(GP)

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles