sexta-feira, 13 de maio de 2011

América Latina continua sendo a região com mais desigualdades do mundo


"Ao terminar 2010, América Latina seguia sendo a região com mais desigualdades do mundo”. Isso é o que afirma Anistia Internacional em seu "Informe Anual 2011 – o estado dos direitos humanos no mundo”. Além da desigualdade, o relatório ainda destaca outras violações ocorridas no continente americano ao longo do ano de 2010, como perseguição a defensores/as dos direitos humanos e violência contra mulheres e meninas.

No entanto, a organização internacional reconhece alguns avanços em relação aos direitos humanos nas Américas. De acordo com ela, "mesmo que parciais e lentos”, a região conseguiu alguns progressos nessas questões, especialmente com a ação de organizações sociais.

Nesse sentido o relatório cita a realidade do Haiti como exemplo. No final de 2010, mais de um milhão de pessoas que tiveram suas casas destruídas pelo terremoto - ocorrido em janeiro no mesmo ano - continuavam vivendo em acampamentos provisórios. Situação que deixou mulheres e meninas ainda mais vulneráveis a abusos sexuais.

Mesmo com a dor de ter perdido familiares e pertences no terremoto e ainda de ter sido vítima de violação sexual, as mulheres se uniram e formaram "A Comissão de Mulheres Vítimas pelas Vítimas” (Kofaviv), que oferece apoio médico, psicológico e econômico às sobreviventes de violência sexual nos acampamentos haitianos.

A ação de organizações sociais não é suficiente. O documento aponta que é preciso a posição dos Estados em defesa dos direitos humanos. Participação que, segundo revela o informe de Anistia Internacional, nem sempre acontece.

"Ainda em tempos de paz e estabilidade relativas, é frequente que os governos não garantam o respeito dos direitos na prática (...) Essa situação se dá, sobretudo, quando poderosos econômicos consideram que respeitar os direitos das comunidades pobres e marginalizadas é contrário a seus objetivos econômicos”, aponta.

É o que o documento destaca em relação às violações aos direitos dos povos indígenas. Vários Estados do continente votaram a favor da Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos dos Povos Indígenas. No entanto, até o final do ano passado, nenhum havia promulgado normas que garantissem o direito dos povos indígenas de serem consultados sobre projetos que os afetam.

A pobreza, com quase um quinto da população da região vivendo na pobreza extrema – especialmente afrodescendentes e índios-, a situação de comunicadores/as e defensores/as de direitos humanos também são apontados no relatório como graves desrespeitos aos direitos humanos no continente. (audital)

Para mais informações sobre o relatório, acesse: http://amnesty.org/es/annual-report/2011/introduction

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