sexta-feira, 8 de abril de 2011

Água radioativa vaza de usina na província de Miyagi após tremor de 7,4 graus


O terremoto de magnitude 7,4 que atingiu a região nordeste do Japão na noite de quinta-feira, 7, provocou vazamento de água radioativa na usina nuclear de Onagawa, na província de Miyagi.

Uma pequena quantidade de líquido - cerca de quatro litros - foi liberada e se acumulou no chão dos prédios que abrigam os três reatores.

Segundo informações da imprensa japonesa, houve um corte de energia elétrica em três pontos da instalação. Mas geradores movidos a diesel foram acionados posteriormente.

Outra instalação, localizada em Higashidori, na província de Aomori, também ficou sem energia elétrica externa, e os geradores de emergência entraram em ação.

A Agência de Segurança Nuclear do país disse que as duas usinas perderam a função de resfriamento dos reatores por cerca de 20 a 80 minutos após o terremoto, o que causou um pequeno aumento da temperatura.

No entanto, desde o terremoto do dia 11 de março, as duas instalações estavam com as operações paralisadas e nenhum aumento do nível de radiação foi detectado ao redor das usinas, segundo a agência Kyodo News.

Já na usina nuclear de Fukushima, gravemente afetada pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março, não houve danos nas instalações.

Segundo a Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que administra a usina, os trabalhadores foram retirados do local depois do tremor e nenhuma anormalidade no nível de radiação foi registrada.

Abalos secundários

Segundo a Agência Nacional de Polícia, três pessoas morreram e outras 141 ficaram feridas após o terremoto que atingiu a região nordeste do Japão às 23h32 de quinta-feira.

A Companhia Elétrica Tohoku informou que 3,64 milhões de residências ficaram sem energia nas províncias de Aomori, Iwate, Akita, Miyagi, Yamagata e Fukushima.

Também houve corte do fornecimento de gás de cozinha e de água nessas regiões.

O tremor foi o mais forte até agora desde o abalo de magnitude 9 que gerou um tsunami no dia 11 de março.

Uma das vítimas desta quinta-feira, uma mulher de 63 anos da cidade de Obanazawa (Yamagata), morreu porque seu aparelho de respiração artificial parou de funcionar por falta de energia elétrica.

O epicentro foi registrado no mar a uma profundidade de 49 km, na costa de Miyagi.

A Agência Meteorológica do Japão chegou a emitir em alerta de tsunami, que foi retirado horas depois. Não houve registros de danos no litoral.

O número de mortes causadas pelo primeiro tremor e pelo tsunami já chega a 12.700. Outras 14.700 continuam desaparecidas e 4.200 ainda estão internadas com ferimentos.

Imprensa estrangeira

A cobertura do pior terremoto da história do Japão tem gerado críticas por parte do governo japonês. As autoridades vêm fazendo apelos à imprensa estrangeira para reportar os fatos objetivamente, principalmente em relação à crise nuclear.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Japão, artigos tendenciosos, com erros graves e sensacionalistas causaram pânico e colaboraram para que países colocassem restrições na importação de produtos japoneses.

Chiaki Takahashi, secretário de governo para assuntos estrangeiros, disse numa entrevista coletiva que a cobertura da mídia estrangeira foi "excessiva" e, por isso, as repartições diplomáticas japonesas começaram a pedir a correção de informações consideradas "exageradas".

Entre os exemplos citados por Takahashi, e divulgados pela agência Kyodo, está a notícia de que a Tepco teria contratado sem-tetos para trabalhos mais perigosos.

Alguns veículos de comunicação também usaram imagens do dia do terremoto em Tóquio, quando milhares de pessoas voltaram a pé para casa, para justificar a notícia de que a população da capital fugiu em massa com medo da radiação.

A tevê japonesa também deu destaque aos "exageros" dos jornais estrangeiros. Alguns tabloides divulgaram informações de que os corpos encontrados na usina de Fukushima seriam vítimas da radiação. Os funcionários mortos, na verdade, foram pegos pelo tsunami do dia 11. (BBC Brasil)

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