sábado, 26 de fevereiro de 2011

Oposição faz grande manifestação no Bahrein


Milhares de opositores, muitos dos quais xiitas, invadiram nesta sexta-feira as ruas de Manama, em uma grande manifestação para exigir uma vez mais reformas políticas no pequeno reino do Bahrein.
Esta forte mobilização foi realizada no 12º dia de protestos contra o regime, em um momento em que os Estados Unidos reiteraram seu apoio à monarquia e a um diálogo desta com a oposição.
Nesta sexta-feira, dia de orações semanais nas mesquitas, os religiosos xiitas decretaram um luto em memória dos sete manifestantes mortos nos primeiros dias da revolta conta a dinastia sunita.
A Praça da Pérola, no centro de Manama, epicentro dos protestos que já duram 12 dias e ruas que levam a ela permaneciam bloqueadas por dezenas de milhares de manifestantes, constatou um colaborador da AFP no local.
Os manifestantes, crianças e adultos, agitavam bandeiras bareinitas, vermelhas e brancas, gritando "o povo quer a queda do regime!". Os participantes estavam separados em homens, de um lado, e mulheres com longos véus pretos, do outro.
Muitos manifestantes que ocuparam a praça, transformada em acampamento, conversavam tranquilamente ou descansavam dentro de suas barracas, segundo um correspondente da AFP.
"A maioria pede uma mudança de regime", afirmou Ibrahim Ali, de 42 anos, um engenheiro mecânico que aderiu à manifestação.
Mas a oposição, dominada pelos xiitas, não parece desejar a queda do regime e prefere que se realizem reformas profundas, entre elas a instauração de uma "verdadeira" monarquia constitucional.
No entanto, muitos manifestantes continuam rejeitando o diálogo com o governo.
Assim, uma criança levada pelo pai nos ombros, tinha na mão um cartaz que dizia "o povo disse 'não' ao diálogo".
"Um estado livre, com cidadãos felizes", dizia outro cartaz, enquanto um terceiro reivindicava a "libertação dos prisioneiros políticos".
O religioso Abdel Yalil al Moqdad dirigiu-se ao público na Praça da Pérola.
"Queremos um regime parlamentar, democrático, no qual o povo eleja o Parlamento e este último forme o governo", declarou à AFP.
Al Moqdad negou que os protestos tivessem motivações religiosas.
"O povo só pede democracia e que a riqueza seja distribuída equitativamente", afirmou.
Não foi registrada a presença da polícia, embora um helicóptero sobrevoasse a praça, em cujos arredores o tráfego era praticamente normal.
Membros do serviço de ordem, vestindo jalecos alaranjados, recebiam doações dos motoristas que levavam comida e bebida aos manifestantes.
O chefe de Estado-maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, almirante Mike Mullen, chegou na quinta-feira ao Bahrein, um dos principais aliados de Washington no Golfo.
O Bahrein é a sede da V Frota americana, pilar do poder naval de Washington no Golfo, onde dispõe de navios encarregados de proteger o tráfego de petróleo pelo estreito de Ormuz e vigiar o Irã.

Fonte: AP

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