quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O juiz Garzón, antifascista, foi condenado principalmente por ter assumido a defesa das vítimas do franquismo na Guerra Civil Espanhola

Consciência tranquila

Garzón, cujas funções de juiz estão suspensas em Espanha desde maio de 2010, tem ainda outros processos a correr contra ele, um deles devido à sua investigação dos crimes do franquismo e que deverá igualmente conhecer a sentença na próxima semana.

Ontem, Baltazar Garzón, de 56 anos, fez uso da palavra perante o Tribunal, para defender o seu trabalho sobre as vítimas da guerra civil e do franquismo. Afirmou que foi impulsionado pelo desamparo em que estas se encontravam. O Supremo Tribunal está a julga-lo por abuso de competências que Garzón não possuía quando investigou o desaparecimento de milhares de pessoas nesses períodos.

"Tomei essas decisões porque considerei que eram as mais apropriadas", afirmou Garzón, acrescentando ter-se guiado "pela defesa e pelo amparo às vítimas que são, neste tipo de crimes, o elemento principal que todo o juiz deve defender".

"A minha consciência está tranquila", concluiu o magistrado espanhol.

O testemunho de Garzón concluiu três semanas de depoimentos, durante os quais foram ouvidas testemunhas do lado republicano, vencido na guerra civil e que, pela primeira vez, relataram em sede judicial o que viveram e como continuam sem poder rever os seus familiares.

O dossier dos crimes do franquismo foi aberto em 2008 por Garzón, sob o âmbito de "crimes contra a humanidade". O juiz alega que 114 mil pessoas permanecem desaparecidas desde o período da guerra e da ditadura de Franco.

Garzón foi acusado por uma organização ultra-direita "Mãos Limpas" de usurpar competências nesta investigação e de violar conscientemente a Lei da Amnistia de 1977, concebida para sarar as feridas do conflito. A acusação pede 20 anos de suspensão de magistratura.

A defesa do juiz assentou num debate sobre a guerra civil e a justiça universal. Garzón sublinhou que investigações similares sobre o ex-ditador chileno Augusto Pinochet ou sobre Adolfo Scilingo, na Argentina, não o levaram ao banco dos réus.

Milhares de pessoas acompanharam com protestos os julgamentos do juiz, alegando que este está a ser perseguido pelas suas investigações contra os poderes instalados. (RTP)


Histórico:

Fascista de todo o mundo: Uni-vos

Noticiado em vários jornais e portais de notícias de hoje:"Garzón vai para o banco" dos réus

O Supremo Tribunal da Espanha determinou que Baltazar Garzón, juiz que ficou famoso ao mandar prender o ex-ditador Augusto Pinochet, seja julgado por abuso de poder por abrir uma investigação sobre crimes do franquismo. Se condenado, pode ser suspenso por 20 anos.

A guerra civíl espanhola é um assunto que desperta interesse em historiadores, sociólogos, políticos, poetas e literatos do mundo todo.
Já foi tema de mutos filmes ,documentários, peças de teatro e teses acadêmicas não tendo, todavia,sido esgotado o assunto.
Há alguns dias, numa comunidade do orkut que se dedica ao tema, um participante fez uma pergunta em tom de surpresa: "Ainda existem franquistas na Espanha?"
Existem, eles estão por todas as partes, brotam e se renovam como tiririca, são como a praga da agricultura, de difícil eliminação.
O juiz Baltazar Garzón, que virou manchete em jornais do mundo todo por ter processado e condenado o ditador chileno Augusto Pinochett, tem um atuação brilhante na defesa dos direitos humanos para alguns, estrelíssima e espetaculosa para outros, mas uma atuação diferenciada sem dúvida alguma.
Enquanto esteve brilhando como o juiz defensor da cidadania, caçador implacável de ditadores latino-americanos foi apaludido e elevado à condição de herói nacional.
Bastou tocar no "manto da princesa", na bem guardada "jóia da Coroa", os verdugos da ditadura franquista e será processado por abuso de poder.
A sociedade espanhola que está, hoje, anestesiada pelas maravilhas do consumo desenfreado não está muito preocupada em dar seu voto ao PSOE social democrata, ou ao PP partido de direita herdeiro do franquismo que meteu a Espanha na aventura desatrosa da guerra do Iraque, desde que possa continuar consumindo e vivendo como um novo rico.
Mas há uma questão que realmente une o povo espanhol, ao menos a minoria: o esqueleto no armário da ditadura franquista deve ficar lá, bem guardadinho para a extrema direita, herdeiros e viúvas del "caudilho" ficarem em paz.
O juiz Garzón, cometeu um enorme erro, tentou tirar o esqueleto do armário, será julgado por abuso de poder.
"O juiz espanhol Baltasar Garzón será julgado, assim, por ter investigado a situação dos desaparecidos da Guerra Civil espanhola e a repressão posterior da ditadura franquista (1936-1975), num desafio à lei de anistia geral de 1977.
Garzón ficou conhecido mundialmente ao emitir uma ordem de prisão em desfavor do ex-presidente do Chile Augusto Pinochet pela morte e tortura de cidadãos espanhóis. Utilizou como base o relatório da Comissão Chilena da Verdade (1990-1991)."

Será que o juiz herói pensou que os altos cargos do judiciário espanhol já estavam arejados pela democracia? (BBC)

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