quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Oscar Jucá Neto é o novo Pedro Collor?

Oscar Jucá Neto, ex-diretor financeiro da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), deixou o cargo dando tiros para todos os lados.


O ministro Wagner Rossi em depoimento na Câmara negou as acusações de Jucá Neto e centrou suas declarações em destacar que foi o ex-diretor quem cometeu irregularidades.

Jucá Neto havia sido exonerado depois que a revista “Veja” revelou que ele havia autorizado um pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa fantasma, que já foi ligada à sua família e tem como sócios dois laranjas, sendo um que é pedreiro e o outro é um vendedor de carros.

Demitido Jucá Neto denunciou que o esquema de desvio de recursos públicos na Conab é comandado pessoalmente pelo ministro Wagner Rossi e que o esquema envolve o PMDB e o PTB no controle do ministério.

Entre as denúncias Jucá citou o acerto com a Caramuru Alimentos para postergar o pagamento de uma dívida em troca de recebimento de propina. E o senador Gim Argello (PTB-DF) foi acusado por ele como sendo o homem forte na venda de terrenos da Conab abaixo do preço de mercado.

Reagindo as denúncias o ministro Rossi foi à Comissão de Agricultura da Câmara e acusou Jucá Neto de querer tornar sua demissão num ato político: “Ele tenta transformar um caso estritamente administrativo, em que ele foi pego em infração gravíssima, ele quis transformar em caso político. Agredindo a todos, seus colegas de trabalho na Conab e inclusive esse ministro que aqui está” . O ministro alegou que o Jucá Neto "saiu da Conab depois que utilizou verba carimbada destinada apenas à compra de estoque regulador para fazer pagamento a uma empresa".

Descontrolado e com muita raiva na entrevista Jucá Neto disse: "na Conab “só tem bandido”.

Fora o caso da empresa Caramuru Jucá Neto denunciou a venda em janeiro deste ano de um terreno da Conab em Brasília. Este foi leiloado por R$ 8 milhões, mas segundo ele valeria muito mais, e o comprador é vizinho do senador Gim Argelo do PTB. Será que é coincidência? Ele também disse: "por que alguém iria majorar o valor de uma dívidapara beneficiar uma empresa?”.

Na entrevista, O Jucá, que é irmão do senador Romero Jucá (PMDB) , líder do governo, também afirmou que Rossi foi nomeado ministro por indicação direta do vice-presidente Michel Temer, vice-presidente e ex-presidente do PMDB. E acrescentou que, "no ministério, Rossi faz o que Temer manda" , como também disse “Deve proporcionar ao vice-presidente muita coisa boa que eu com certeza não proporcionaria”.

A demissão de Jucá Neto provocou uma séria discussão entre Temer e o irmão dele, senador Romero Jucá (PMDB-RR). O "cuidadoso' Temer não polemizou muito para não aumentar ainda mais o escândalo. A assessoria do vice-presidente informou que ele não iria comentar as acusações e que as explicações seriam dadas pelo ministro da Agricultura, conforme está acontecendo. Ou seja, Temer correu da briga e dos holofotes da imprensa.

Com toda certeza, Jucá Neto tem mais munição na algibeira. Se decidir enfrentar Rossi em campo aberto, ninguém pode prever aonde essa contenda vai parar. Seria Jucá Neto um novo Pedro Collor? Esta é a grande dúvida do momento político.



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