quinta-feira, 7 de abril de 2011

PARALIZAÇÃO NACIONAL:


Manifesto da Associação Médica do Paraná

A classe médica ganhou mais força na luta pela dignidade da profissão e melhoria do atendimento à população, atitude que vem sendo defendida pela Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM), composta pela AMP, Conselho Regional de Medicina (CRM) e Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar). Nos últimos dias 26 e 27, médicos de 35 regionais da Associação Médica do Paraná (AMP) reuniram-se em Cornélio Procópio, norte do Estado, na reunião do Conselho Deliberativo da entidade e reafirmaram união e apoio ao movimento nacional de paralisação das atividades que a classe realizará em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde.

A suspensão do atendimento nos consultórios em todo o País nesta data é uma estratégia para reforçar a briga por honorários dignos, instituição nos contratos de cláusulas de reajustes, além de dar fim à interferência das operadoras de saúde no exercício da profissão. Casos de urgência e emergência receberão a devida assistência.Durante a reunião, o presidente da AMP, José Fernando Macedo, colocou em discussão a desvalorização do médico, nos últimos 10 anos, período em que houve mais de 130% de reajustes sucessivos nos valores de planos de saúde, cobrados diretamente da população. À classe médica, no entanto, o repasse do valor das consultas foi de apenas 44% e, ainda assim, apenas por algumas operadoras.

“Este processo de décadas foi acompanhado pela deterioração dos honorários médicos. Esquecemos o valor intrínseco da profissão e o valor de exercê-la, que é lidar com vida, com seres-humanos. Enquanto isso, o médico, preocupado em sobreviver, atende cada vez mais pacientes, recebendo cada vez menos”, destacou dr.Macedo.A bandeira levantada pela AMP e regionais é em favor da desvinculação de consultas médicas aos planos de saúde, caso não seja dobrado imediatamente o reajuste, e a implantação de piso salarial e plano de cargos e salários no SUS. Porém, a luta direcionada ao SUS será realizada com mais ênfase posteriormente, para que a classe possa sedimentar, primeiramente, conquistas obtidas junto às operadoras, gerando força e credibilidade ao movimento.

“Não há espaço para classificação dos honorários médicos atuais, nem descontos ou possibilidade de negociação. É preciso que haja equiparação destes valores e, portanto, um reajuste de, ao menos, 92%, sem o qual médicos não conseguirão manter seus escritórios em atividade”, ressaltou o presidente da AMP.A representação do Estado dentro no movimento de âmbito nacional tem como expectativa mostrar à população paranaense o cenário atual da classe médica e pedir apoio ao movimento. “O que queremos é resgatar a relação médico-paciente e que seja reconhecido este vínculo. Queremos mostrar à sociedade que estamos ao lado da população e, ao mesmo tempo, defendemos uma profissão de valor”, lembrou dr. Macedo.

Campanha

O movimento de paralisação médica às consultas eletivas de saúde, que será realizada em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, conta com idealização de diversas peças como estratégia de marketing, incluindo outdoors, inserções em rádios, espaço publicitário em jornais e revistas de grande circulação. Foi criado, também, um adesivo para ser colocado nos carros com a frase O MEU MÉDICO É PROFISSIONAL DE VALOR. A meta da campanha de divulgação é trazer a população para junto da classe médica, pois condições dignas de trabalho aos médicos traduz-se em melhor atendimento à população.


Associação Médica do Paraná
Assessoria de imprensa: Primeira Linha Comunicação
Isabela França / Luciana Calixto
41 3076 9681 / 41 9979 6294 / 41 9664 7233


Metade dos médicos deve parar hoje

A Associação Médica do Paraná (AMP) e o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) estimam que pelo menos metade dos profissionais que trabalham com planos de saúde no estado – ou seja, cerca de 4,5 mil médicos – vão aderir à paralisação de hoje, em protesto por um reajuste no valor de consultas e demais procedimentos. Ontem, uma sondagem informal da Gazeta do Povo com 31 consultórios e clínicas de Curitiba credenciados a diferentes operadoras indicou que 25 deles fecharão seu atendimento a pacientes de saúde suplementar – desses, 11 abrirão apenas para pacientes particulares.

Pronto-atendimento

O presidente da Federação dos Hospitais e Estabele­cimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar) e do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Sindipar), Luis Rodrigo Schruber Milano, informa que, nas instituições hospitalares, os pronto-atendimentos e pronto-socorros funcionarão normalmente, mas com uma expectativa de aumento de demanda. “Nos últimos três anos tivemos um aumento de 15% a 20% na demanda, em parte porque muitos consultórios de especialidades têm fechado. Na falta ou demora de atendimento de um especialista, o paciente acaba nos procurando. Hoje, com a paralisação, esperamos uma demanda maior.”

Em nota, a Agência Na­cional de Saúde Suple­mentar (ANS) reforçou que os serviços de urgência devem ser garantidos e que os sistemas e fluxos de autorizações das operadoras devem estar programados para as necessidades de reagendamento, bem como para os casos de não adesão à paralisação.

Reivindicação

Os médicos, que ainda na semana passada ganharam o apoio de dentistas e fisioterapeutas do estado no movimento, dizem que 90% das operadoras têm contratos defasados. Eles pedem 92% de reajuste e a adoção da Clas­sificação Brasileira Hierar­quizada de Proce­dimentos Médicos (CBHPM), da Asso­ciação Médica Brasileira (AMB), como tabela única.(GP)

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