sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Lindolfo Zimmer, futuro presidente da Copel, diz: "Conversa sobre privatização é bobagem"

ENTREVISTA DO LINDOLFO ZIMMER AO JORNAL O ESTADO DO PARANÁ:

Luciana Cristo

Se depender do futuro presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Lindolfo Zimmer, a estatal vai começar a dar mais atenção ao investimento em energia eólica e aumentar a atuação em outros estados.

Em entrevista a O Estado, Zimmer disse também que vê com bons olhos a participação da Copel como sócia minoritária em consórcios, para aumentar o leque de oportunidades da empresa.

O Estado - O senhor concorda com a recente aprovação pela Assembleia Legislativa para que a Copel tenha participação minoritária em consórcios?

Lindolfo Zimmer - É um grau de liberdade mais amplo para a empresa atuar. Existem circunstâncias em que sendo o sócio majoritário, não se obtém acesso a financiamentos importantes e perde-se em competitividade para participar de licitações, por exemplo.

A questão não é ser majoritário ou minoritário, mas que o projeto seja bom e dê uma boa taxa de retorno. O que importa é participar de projetos que agreguem valor à empresa, que as ações subam e melhore sua cotação no mercado.

OE- A bancada de oposição na Assembleia cogitou que a mudança abriria caminho para uma possível privatização da Copel. Isso pode ocorrer?

LZ - Isso é bobagem, de alguém que está de má vontade ou má fé. Nosso governador sempre foi muito incisivo e deixou claro que não faria nenhum movimento nessa direção. Se uma empresa é bem gerida, ela não corre nenhum risco, porque o consumidor satisfeito vai querer mantê-la do jeito que está.

OE - A concessão para o controle estatal da Copel vence em 2015. Como gerir o órgão tendo que se levar em conta a possibilidade de o governo federal não renovar a concessão?

LZ - Não conhecemos detalhes sobre o que o governo federal vai querer colocar ao setor de energia, mas já é tempo de se começar a pensar sobre isso. O governo federal tem dois grandes objetivos para o setor de energia: modicidade tarifária e garantir que não falte energia para o País. Não me parece justo que empresas que na época de maior dificuldade se estruturaram e aguentaram a situação ficassem agora à míngua.

OE - Que mudanças o senhor vislumbra para o setor energético brasileiro e como a Copel vai atuar nos próximos anos?

LZ - O setor elétrico hoje está sendo bem orientado, não corremos risco de falta de energia. A condução do governo federal na esfera da energia renovável é boa e está se abrindo uma oportunidade enorme com a fonte eólica. Esperamos fazer com que a Copel atue bastante nesse segmento.

No Paraná, começamos a implantação da energia eólica em Palmas, há mais de 10 anos, para desenvolver know how. Estamos com os mesmos cinco geradores daquele período. Não podemos deixar passar oportunidades desse tipo.

Não importa que essas instalações não sejam no Paraná, que não tem condições favoráveis. Hoje a Aneel nos dá possibilidade de atuar em todo o território nacional. A Copel já está com uma licitação ganha de uma empresa no Mato Grosso. Se houver oportunidade, por que também não investir em um país vizinho?

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