quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Entrevista com Michele Caputo Neto, futuro secretário da Saúde do Estado do Paraná:


Luciana Cristo/Paranáonline

À frente da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) a partir do ano que vem, o farmacêutico Michele Caputo Neto classificou como grave a situação da saúde pública no Paraná, tendo a questão orçamentária e financeira como primeiro problema a resolver. Entre as ações iniciais da pasta estarão a garantia do funcionamento da Operação Verão e ações de combate à dengue, adianta Caputo.

O Estado - Quais gargalos da saúde no Paraná precisam ser superados pelo novo governo?

Michele Caputo Neto - Houve uma política equivocada de saúde nesse Estado. Os ditos hospitais regionais novos, como os de Francisco Beltrão, Paranaguá e Ponta Grossa, têm problemas sérios de infraestrutura e falta de pessoal, principalmente de médicos de áreas especializadas.

Embora o hospital de Telêmaco Borba esteja com sua obra praticamente pronta, não está previsto custeio nem equipamentos necessários. Não se buscou dar uma viabilidade de gestão para que esses hospitais funcionassem.

Há gente da própria Sesa que diz que nenhum desses hospitais novos passou pelo aval da vigilância sanitária do Estado, o que ninguém em sã consciência pode fazer. Nosso intuito não é ficar fazendo denuncismo, mas a situação existe.

OE - O relatório da transição apontou déficit em diversas áreas da saúde. O que preocupa mais?

MCN - O Estado credenciou mais do que poderia suportar e hoje o teto do SUS extrapola quase R$ 30 milhões, situação que se agravou a partir de agosto. Depois que o Beto confirmou o meu nome para a Sesa, já recebi ligação de três hospitais reclamando de internações feitas e que não foram pagas.

Deixando de pagar procedimentos que já foram realizados, compromete-se os procedimentos futuros. Além disso, enquanto o repasse de municípios e União ao Consórcio Paraná Saúde (que garante a compra de medicamentos básicos, como para hipertensão e diabete) está em dia, o Estado entra no quinto mês em débito, com R$ 1 milhão ao mês.

No orçamento de 2011 está previsto R$ 101 milhões para os medicamentos especiais, enquanto o governo estadual aponta necessidade de R$ 172 milhões. Despesas fixas da Sesa estão em R$ 64 milhões, sem falar em outras dívidas menores.

OE - O novo governo deve começar sua gestão na área da saúde com quais ações?

MCN - A saúde tem um peso grande na Operação Verão, responsável por plantonistas médicos, traumas e fraturas, serviços para os quais eram necessários R$ 2,5 milhões e a promessa é que serão repassados apenas R$ 1,7 milhão.

Vamos cobrir essa diferença. Neste ano, o Paraná bateu recorde no número de casos de dengue. A previsão para o ano que vem é sombria. Teremos um programa de ação que não vai se restringir ao verão.

Nos primeiros seis meses, daremos ênfase na solução dos problemas financeiros. O orçamento da pasta também tem que ser aumentado. No segundo semestre de 2011 queremos implantar o Mãe Paranaense. Vai dar trabalho, mas aceitamos o desafio.

2 comentários :

José Paulo Pacola disse...

Vejo o futuro secretário de saúde como muita disposição de sanar os problemas básicos já existente deixado pelo governo passado que só se preocupou em construir hospitais sem infraestrutura.Creio que deve-se, primeiramente, dar ênfase no que é básico e necessário da saúde e depois enfrentar com inteligência os demais setores da saúde que estão além de um Paraná desenvolvido e forte que todos queremos.
Desejo muito empenho e trabalho ao nosso ilustre futuro Secretário da SESA do Paraná.

Unknown disse...

Parabens pela nomeação. Com certeza o Sr. Beto Richa acertou ao nomea-lo. Cpacitado e conhecedor da área, onde sempre trabalhou e atuou, com certeza sua personalidade forte e seu carater vão prevalecer em suas decisões.
Miguel Milanez Dias.´.

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