quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Beto Richa oferece secretaria para PMDB

Ivan Santos/Bem Paraná

Governador eleito está disposto a nomear peemedebista para secretaria em troca de apoio na Assembleia Legislativa

O deputado Valdir Rossoni (PSDB): “Defendo todo o PMDB na base do governo. Mas quem vai vir depende de decisão deles”

O governador eleito Beto Richa (PSDB) pretende trazer o PMDB - partido do ex-governador Roberto Requião e do atual governador Orlando Pessuti - para a base do próximo governo. Richa está disposto inclusive a nomear um deputado peemedebista como secretário na nova administração, em troca do apoio da bancada do partido na Assembleia Legislativa. O tucano admite até oferecer a vaga no primeiro escalão mesmo sem uma decisão oficial da direção partidária, desde que pelo menos a maioria dos 13 parlamentares eleitos pela legenda votem com o governo na Assembleia.

A informação foi dada ontem pelo presidente estadual do PSDB e candidato da base do futuro governo à presidência da Assembleia, deputado Valdir Rossoni. O dirigente tucano lembrou que boa parte dos deputados do PMDB já apoiaram a eleição de Richa, apesar do partido ter integrado a coligação que sustentou a candidatura do senador e candidato derrotado ao governo, Osmar Dias (PDT). Ele citou o caso dos peemedebistas Alexandre Curi, Luiz Cláudio Romanelli e Reinhold Stephanes Júnior como exemplos de deputados do partido que apoiaram Richa na eleição e já estariam alinhados ao novo governo.

Nos bastidores da Assembleia, a avaliação é de que dos 13 parlamentares eleitos pelo partido de Requião, somente três ou quatro estariam dispostos a fazer oposição a Richa. “Eu defendo o PMDB como um todo na base do governo, mas temos que superar algumas dificuldades”, afirmou Rossoni. “Eles têm que tomar uma decisão”, alertou.

O dirigente tucano admitiu que dificilmente haverá uma posição única do partido em relação ao novo governo. “O convite está sendo feito. Quem serão os deputados que virão para a base do governo depende deles”, alegou.

Rossoni confirmou, porém, que mesmo que não haja uma posição unitária, o governador Beto Richa está disposto a oferecer um cargo para a ala majoritariamente governista. “Claro que nem todos (virão para a base). Mas nossa expectativa é que consigamos a maioria”, disse. “O Beto está disposto inclusive a compor, levando um deputado estadual do PMDB para uma secretaria”, explicou.

Precedente — O tucano citou como precedente dessa situação o relacionamento do PSDB com o governo Requião. Na eleição de 2006, o partido do governador eleito se dividiu entre o apoio à reeleição de Requião e o candidato de oposição, Osmar Dias. Após a vitória do peemedebista, a divisão continuou, e o então governador a explorou, nomeando o deputado tucano Nelson Garcia (PSDB) como secretário do Trabalho. Com isso, dos sete parlamentares do PSDB na Assembleia, só dois - o próprio Rossoni e Ademar Traiano - faziam oposição. Os demais continuaram votando com o governo.

A decisão do governador eleito de trazer o PMDB para o governo faz parte da estratégia do tucano de garantir maioria folgada na Assembleia e esvaziar a oposição. Com 13 deputados, os peemedebistas poderiam causar problemas se somassem ao PT - que tem seis eleitos.

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