segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mantega foi alvo de dossiê atribuído a bancários do PT

Marina Mantega e o namorado Ricardo Staub

Foto dela enquanto modelo:




FOLHA DE S.PAULO

Mantega foi alvo de dossiê atribuído a bancários do PT

Na briga por cargos e poder na administração do presidente Lula, até o ministro Guido Mantega (Fazenda) foi alvo de um dossiê apócrifo que o próprio governo identifica como elaborado pela ala do partido egressa do sindicalismo bancário. O material, obtido pela Folha, traz acusações de tráfico de influência no Banco do Brasil contra a filha de Mantega, a modelo Marina. No final de abril, o papel foi enviado para a presidência do BB, para o gabinete de Mantega e para a Casa Civil.

O objetivo era forçar o ministro a desistir de nomear o vice-presidente do BB Paulo Caffarelli para a presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco), um colosso de R$ 150 bilhões de patrimônio. Caffarelli acabou preterido por ordem do Planalto, mas os bancários também saíram enfraquecidos. O nome por eles defendido para assumir a presidência da Previ, Joílson Ferreira, não foi escolhido. Além disso, os dois principais expoentes do grupo, o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini e o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa, perderam espaço no governo e foram alijados da campanha de Dilma Rousseff à Presidência.

O documento relata também que Marina esteve com Caffarelli para encaminhar pleitos por diversas vezes na sede do BB em São Paulo. Segundo Caffarelli, os encontros realmente ocorreram. Marina nega.

Mas o documento relata também que Marina esteve com Caffarelli para encaminhar pleitos por diversas vezes na sede do BB em São Paulo. Segundo Caffarelli, os encontros realmente ocorreram. Marina nega. Caffarelli disse à Folha que a recebeu em três ocasiões e contou, de forma genérica, quais foram os pedidos. Mas afirmou que nenhum foi levado adiante. Na versão dele, o primeiro pedido foi para a abertura de conta para a loja de uma amiga. Na segunda ocasião, ela teria solicitado informações sobre uma linha de crédito para exportação de frango. Na terceira, queria renegociar dívidas de uma empresa. No último caso, segundo a Folha apurou, tratava-se da Gradiente. Marina namora um dos sócios da empresa, Ricardo Staub. Mas o banco manteve as medidas judiciais contra a empresa.

Filha de ministro nega tráfico de influência

A modelo e economista Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, disse -em sentido oposto à informação prestada por Paulo Caffarelli (vice-presidente do BB)- que não fez nenhum pedido em benefício de seu namorado ou da empresa da família dele, a Gradiente. Ela contou que representa grupos financeiros do Oriente Médio, sem nenhuma relação com autoridades do governo federal. A seguir, leia trechos da entrevista.

Folha - Recebemos a informação de que você manteve reunião com Paulo Caffarelli, do Banco do Brasil, e pediu algumas providências do banco sobre problemas na conta de seu namorado. Isso procede, ocorreu?

Marina Mantega - Não, não procede. Não tem nada disso. Trabalho com o mercado do Oriente Médio. Gente que está vindo aqui, investindo dinheiro no Brasil. Não tenho nada a ver com o Banco do Brasil ou com qualquer instituição do governo.

Você manteve reuniões com Caffarelli no Banco do Brasil?

Marina Mantega - Não, eu conheço, sim, o Caffarelli, mas da época em que eu trabalhava no mercado financeiro, e saí do mercado dois anos atrás. Eu o conheço, é uma pessoa que trabalha no banco, mas não estive com ele, não conversei com ele sobre isso. Não procede essa informação.

Petistas dizem desconhecer documentos

Alencar Ferreira, diretor da Brasilveículos, disse à Folha que desconhece qualquer dossiê com acusações de tráfico de influência contra a filha do ministro Guido Mantega (Fazenda), a modelo Marina. Ferreira também negou que tenha procurado, em meados de maio, dois vice-presidentes do Banco do Brasil para negar envolvimento no episódio. O ex-vice-presidente do BB José Luís Salinas, por meio da assessoria do banco, também afirmou desconhecer o documento e disse não ter o menor cabimento a tentativa de envolvê-lo no caso. Em viagem ao exterior, o ex-presidente da Previ Sérgio Rosa disse que não queria falar sobre o assunto. Por meio de sua assessoria, o ministro Mantega confirmou o encontro com Rosa em São Paulo, mas não quis falar nada sobre o dossiê contra sua filha (leia entrevista de Marina ao lado). Procurado na sexta-feira pela manhã, o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini não ligou de volta até a conclusão desta edição.

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