terça-feira, 10 de agosto de 2010

Irã revê apedrejamento de condenada à morte e ela deverá ser enforcada


Jamil Chade

O governo do Irã indicou ontem que desistiu de aplicar a sentença de morte por apedrejamento de Sakineh Ashtiani, a iraniana condenada por adultério cujo caso chocou a comunidade internacional. Apesar da mudança, Sakineh ainda deve ser executada, por enforcamento.

A informação foi divulgada pela Embaixada do Irã em Oslo. A Noruega passou a intervir no caso, recebendo o advogado de Sakineh, Mohammad Mostafaei, que havia fugido para a Turquia, e dialogando com Teerã. "O apedrejamento é muito raro no Irã e já foi decidido que essa mulher (Sakineh) não será apedrejada", disse Mohammad Hosseini, diplomata iraniano em Oslo. Segundo ele, Sakineh foi condenada pelo assassinato do marido e sua vida só seria poupada se a família da vítima pedisse. A família poupou um homem também acusado de matar o marido de Sakineh. Isso dá a ativistas esperança de revisão da pena.

Grupos de direitos humanos acusam Teerã de ter modificado a condenação de Sakineh para justificar sua execução. Para Mina Ahani, que lidera um grupo de ativistas na Europa, apenas a pressão internacional pode evitar a morte da condenada. A Corte Suprema iraniana deve confirmar a sentença na quinta-feira.

Intervenção brasileira. Ontem, o Itamaraty disse ao Estado que fez uma oferta oficial ao governo iraniano para receber Sakineh no País. De acordo diplomatas, a proposta foi feita em Teerã na semana passada.

"O governo do Irã recebeu oficialmente nossa proposta", afirmou um diplomata brasileiro que pediu anonimato. Segundo o Itamaraty, o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, não disse por canais oficiais que rejeita a oferta feita pela chancelaria. No entanto, diplomatas brasileiros sabem que as chances de o Irã entregar a mulher condenada são pequenas.


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