terça-feira, 10 de agosto de 2010

Centrais criticam posição de Dilma sobre redução da jornada

Com apoio quase irrestrito no meio sindical, a candidata à Presidência Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, desagradou às centrais sindicais ao tergiversar no debate da Band sobre a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Provocada por Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) na TV, a presidenciável evitou se posicionar a respeito da principal bandeira do sindicalismo em tramitação no Congresso.

“Não é papel do governo substituir o movimento social e determinar qual é a jornada de trabalho que esse ou aquele setor deve ter”, declarou Dilma, durante o debate, na quinta-feira (5). “O Brasil é composto por milhões de situações diferentes e por milhares de empresas diferenciadas”, agregou, para descontentamento das centrais — CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CGTB.

“Uma posição favorável dela ajudaria muito. Isso vai desprender muita pressão”, afirma Wagner Gomes, presidente licenciado da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Embora tenha aprovado o apoio a Dilma, a CTB cobra posicionamentos mais avançados da candidata.

“Causa constrangimento a posição dela ser a mesma usada pelo presidente da CNI [Confederação Nacional da Indústria] no Congresso”, lamentou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Estávamos vendo o debate e de repente ficamos um olhando para a cara do outro. Gerou desconforto”, disse Sérgio Leite, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas paulistas.

Na opinião das centrais — que debateram o assunto internamente no último fim de semana —, Dilma deve ser pressionada a se manifestar sobre o tema nas próximas agendas com o movimento sindical. A primeira oportunidade será no dia 17, terça-feira, quando Dilma participa de encontro na Casa de Portugal, em São Paulo, com mulheres trabalhadoras.

Será, também, a primeira oportunidade para Dilma receber a Agenda da Classe Trabalhadora das mãos dos sindicalistas. Assinado por cinco das seis centrais sindicais, o documento foi aprovado na 2ª Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora), em 1º de junho, no estádio do Pacaembu.

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