terça-feira, 11 de maio de 2010

A comunidade Terra Indígena Apucaraninha terá programa de sustentabilidade


Os integrantes da comunidade Terra Indígena Apucaraninha, no município de Tamarana, no Norte do Paraná, vão receber um programa de sustentabilidade. "São 370 famílias indígenas que, a partir de um mapeamento detalhado, passarão a conhecer melhor a área que habitam e o potencial oferecido pelo conhecimento e a cultura acumulados através de gerações”,disse o deputado Waldyr Pugliesi.

O diagnóstico sócio-econômico e cultural da população e o estudo ambiental da terra indígena são partes de um acordo firmado em 2006 entre a Copel e a comunidade caingangue. A iniciativa teve como base a indenização dos moradores pelos passivos causados com a construção da usina hidrelétrica Apucaraninha, inaugurada em 1949.

O estudo foi assinado em 18 de abril, na véspera do Dia do Índio. A solenidade, na aldeia, contou com participação de representantes da Copel, professores e técnicos das universidades estaduais de Londrina e Maringá (UEL e UEM), que ficarão responsáveis pela execução dos trabalhos.

O levantamento, previsto para ser concluído em um ano, será realizado por uma equipe multidisciplinar formada por antropólogos, biólogos, geógrafo, agrônomo, geólogo, economista, administrador de empresas, nutricionista, zootecnista e advogado, além de uma equipe de apoio de acadêmicos e membros da comunidade indígena. O diagnóstico vai permitir a elaboração do programa de sustentabilidade socioeconômica e cultural das famílias e também a sustentabilidade ambiental da Terra Indígena Apucaraninha.

Assinaram o documento o cacique Juscelino Vergílio, a diretora de Meio Ambiente e Cidadania Empresarial da Copel, Marlene Zannin, a antropóloga Marlene de Oliveira, indicada pela comunidade indígena para coordenar os estudos, e os professores Lucio Tadeu Mota (da UEM) e José Marcelo Domingues Torezan (da UEL).

O ato foi acompanhado pelo procurador da República em Londrina, João Akira Omoto, pela antropóloga do Ministério Público Federal de Londrina, Luciana Ramos e pela representante da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal, Maria do Carmo Ferreira da Silva.

Firmado no final de 2006, o Termo de Ajustamento de Conduta entre a Copel e a comunidade do Apucaraninha já permitiu repasse superior a R$ 7 milhões para constituição de um fundo, montante que vem sendo aplicado em projetos definidos e gerenciados pelas próprias famílias. No primeiro ano os indígenas optaram pelo plantio da soja.

Agora, a monocultura está dando lugar à agricultura orgânica e à diversificação, incluindo mandioca, milho, feijão e vassoura. Com a verba indenizatória já foram adquiridos tratores, pulverizador, carreta tanque, distribuidor de fertilizante orgânico, plantadora adubadora e batedor de cereais, entre outros equipamentos e insumos.

A lavoura gera trabalho para 120 pessoas e outras 16 trabalham no viveiro, onde estão sendo cultivadas 20 mil mudas de café, além de pés de poncã, mexerica e manga, com a orientação de um agrônomo contratado pela própria comunidade indígena. O projeto do café recebeu apoio técnico do Iapar, que também forneceu as sementes.

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