Os integrantes da comunidade Terra Indígena Apucaraninha, no município de Tamarana, no Norte do Paraná, vão receber um programa de sustentabilidade. "São 370 famílias indígenas que, a partir de um mapeamento detalhado, passarão a conhecer melhor a área que habitam e o potencial oferecido pelo conhecimento e a cultura acumulados através de gerações”,disse o deputado Waldyr Pugliesi.
O diagnóstico sócio-econômico e cultural da população e o estudo ambiental da terra indígena são partes de um acordo firmado em 2006 entre a Copel e a comunidade caingangue. A iniciativa teve como base a indenização dos moradores pelos passivos causados com a construção da usina hidrelétrica Apucaraninha, inaugurada em 1949.
O estudo foi assinado em 18 de abril, na véspera do Dia do Índio. A solenidade, na aldeia, contou com participação de representantes da Copel, professores e técnicos das universidades estaduais de Londrina e Maringá (UEL e UEM), que ficarão responsáveis pela execução dos trabalhos.
O levantamento, previsto para ser concluído em um ano, será realizado por uma equipe multidisciplinar formada por antropólogos, biólogos, geógrafo, agrônomo, geólogo, economista, administrador de empresas, nutricionista, zootecnista e advogado, além de uma equipe de apoio de acadêmicos e membros da comunidade indígena. O diagnóstico vai permitir a elaboração do programa de sustentabilidade socioeconômica e cultural das famílias e também a sustentabilidade ambiental da Terra Indígena Apucaraninha.
Assinaram o documento o cacique Juscelino Vergílio, a diretora de Meio Ambiente e Cidadania Empresarial da Copel, Marlene Zannin, a antropóloga Marlene de Oliveira, indicada pela comunidade indígena para coordenar os estudos, e os professores Lucio Tadeu Mota (da UEM) e José Marcelo Domingues Torezan (da UEL).
O ato foi acompanhado pelo procurador da República em Londrina, João Akira Omoto, pela antropóloga do Ministério Público Federal de Londrina, Luciana Ramos e pela representante da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal, Maria do Carmo Ferreira da Silva.
Firmado no final de 2006, o Termo de Ajustamento de Conduta entre a Copel e a comunidade do Apucaraninha já permitiu repasse superior a R$ 7 milhões para constituição de um fundo, montante que vem sendo aplicado em projetos definidos e gerenciados pelas próprias famílias. No primeiro ano os indígenas optaram pelo plantio da soja.
Agora, a monocultura está dando lugar à agricultura orgânica e à diversificação, incluindo mandioca, milho, feijão e vassoura. Com a verba indenizatória já foram adquiridos tratores, pulverizador, carreta tanque, distribuidor de fertilizante orgânico, plantadora adubadora e batedor de cereais, entre outros equipamentos e insumos.
A lavoura gera trabalho para 120 pessoas e outras 16 trabalham no viveiro, onde estão sendo cultivadas 20 mil mudas de café, além de pés de poncã, mexerica e manga, com a orientação de um agrônomo contratado pela própria comunidade indígena. O projeto do café recebeu apoio técnico do Iapar, que também forneceu as sementes.
terça-feira, 11 de maio de 2010
A comunidade Terra Indígena Apucaraninha terá programa de sustentabilidade


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