segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Tragédia no Rio: Reforma sem engenheiro é mania nacional

A provável causa do desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro na semana passada — várias intervenções irregulares que comprometeram a estrutura do edifício Liberdade — espelha uma perigosa mania nacional: a realização de reformas prescindindo de arquitetos e engenheiros a fim de economizar nas obras.

É o que diz o professor e ex-diretor da faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) Gerônimo Leitão, ouvido pela revista Veja. Segundo ele, há uma tradição no Brasil de que em intervenções “menores” em casas e prédios não é preciso recorrer à assistência técnica, tudo para economizar o pagamento a arquitetos e engenheiros.

Irregularidades em 17% das obras no Rio

“Infelizmente a prática (de contratar engenheiros e arquitetos) não é frequente na nossa cultura. Obras são realizadas no interior de edificações sem que haja comunicação ao síndico responsável pelo conjunto. Como não é atribuição da prefeitura fiscalizar obra com essas características, ocorre um vácuo: nem o poder público fiscaliza, nem os proprietários e síndicos colaboram para tornar aquela ação segura”, disse o professor Gerônimo Leitão.

Em 2011 o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro (CREA-RJ) encontrou irregularidades em 17% das obras fiscalizadas ao longo do ano. Entre as 29.426 obras visitadas, 4.896 tinham problemas como falta de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), inexistência de profissional qualificado ou outras situações ilegais. (CF)

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