sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Paraná: Em um dia, 1,2 mil acidentes com águas-vivas foram registrados no Litoral

Em apenas um dia, 1.223 casos de acidentes envolvendo águas-vivas foram registrados noLitoral do Paraná, segundo o Corpo de Bombeiros. As ocorrências foram registradas na quinta-feira (19). As cidades com mais casos foram Guaratuba (560) e Matinhos (506). Desde o início da temporada, em dezembro de 2011, foram atendidos 2.070 casos, o maior número já registrado pela corporação.

Nesta sexta-feira, representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), da Secretaria Municipal de Saúde de Matinhos e do Corpo de Bombeiros se reuniram para discutir medidas para diminuir a ocorrência de casos. Ficou acordado que, caso haja mais um aumento de casos em algum trecho do Litoral, os guarda-vidas terão autonomia para interditar temporariamente as praias, sinalizando a medida com o hasteamento da bandeira dupla vermelha. Além disso, a orientação aos banhistas será ampliada e os bombeiros vão verificar diariamente as condições do mar em relação a águas-vivas. O número de casos de queimaduras por águas-vivas vem crescendo a cada temporada. Em 2007-2008 foram registrados 309 casos. Em 2008-2009, os registros caíram para 300 banhistas queimados, e entre 2009 e 2010, foram 241 casos. Na temporada 2010-2011 foram registrados 541 casos.

Casos

A professora Elisia Santos de Matos, 36 anos, de Antonina, estava em Matinhos e disse que quatro crianças da família sofreram queimaduras nesta sexta-feira (20) durante a tarde. A filha, Bárbara Heloisa Santos de Matos, de quatro anos, foi queimada no braço e no queixo. O operador de pintura Jimmy Alan de Oliveira, 26, e a filha Giovanna Martins, de cinco anos, também tiveram queimaduras. Essa foi a primeira vez que eles passaram por essa situação.

Apesar do alto número de ocorrências, segundo Sezifredo Paz, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, nenhum dos casos até agora teve complicações. “Apenas duas pessoas tiveram problemas alérgicos, mas foram medicadas e passam bem”, conta.

O superintendente também revelou que o órgão está consultando um grupo de técnicos para entender melhor o que está causando tantas ocorrências. “Por ora, vamos intensificar o trabalho de orientação para que as pessoas saibam como agir se tiverem uma queimadura”, diz.

Possíveis causas

A professora Maria Angélica Haddad, pesquisadora do grupo de estudos de animais peçonhentos do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que é impossível afirmar com certeza qual a razão para tantas ocorrências, porque, para isso, são necessários muitos anos de pesquisa. “Algumas hipóteses plausíveis são mudanças nos ventos e correntes marítimas e as mudanças climáticas no geral”, diz. Ela ainda explica que não existem estudos que comprovem que houve um aumento na reprodução desses animais.

Para a pesquisadora, o formato do litoral do estado, aliado aos ventos e às correntes, pode ser um dos fatores de retenção de tantos animais, já que eles não têm ampla mobilidade. Além disso, ela afirma que não se pode ignorar o fato de que a população litorânea aumenta muito nas épocas de verão. “Quero formular um projeto de estudo para tentar entender esse fenômeno, contemplando os âmbitos biológico, físico e populacional”, revela.

Serviço

Em caso de acidentes, é possível acionar o Centro de Controle de Envenenamentos pelo telefone 0800 410148

Fique atento

- Esteja sempre em área protegida por guarda-vidas

- Pergunte ao guarda-vidas se há grande incidência desses animais marinhos no local e, se houver, evite entrar no mar

- Se você for queimado, saia imediatamente da água;

- Lave o local com água do mar sem esfregar as mãos na área afetada (nunca lave com água doce ou outra substância, como álcool e urina. Também não se deve usar pasta de dente e óleo)

- Procure um posto de guarda-vidas para colocar vinagre na área atingida. Isto neutraliza a ação da toxina

- Casos mais graves (com grande área corporal atingida e pessoas alérgicas) devem ser encaminhados ao hospital

- Não toque nos animais, mesmo aqueles que estejam aparentemente mortos na areia da praia

- Se já há um histórico de alergia, evite entrar no mar se há ocorrências de água-viva

- Nunca esfregue e nem coce o lugar queimado. A bolha poderá estourar e espalhar a substância tóxica por outros pontos

- Se sentir dor de cabeça e enjoo procure o médico, pois é sinal de intoxicação

- A queimadura não deve ser exposta ao sol

Fonte: Secretaria de Saúde e Corpo de Bombeiros

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